
A DishTV está chegando no Brasil com
promessa de chacoalhar o mercado de TV paga. Por trás desta companhia
americana está o controverso bilionário Charles Ergen, fundador, ex-CEO e
atualmente chairman da empresa. Ele ocupa a 100ª posição no ranking da
Forbes dos homens mais ricos do mundo e já foi considerado um dos chefes
mais crueis dos Estados Unidos.
Especula-se que a chegada da operadora diminua em até 30% os preços
dos pacotes de TV por assinatura. Atualmente o mercado é dominado
essencialmente por Sky e Net que, juntas, têm cerca de 70% dos
assinantes; os planos mais básicos destas empresas variam entre R$ 50 e
R$ 150.Ergen tem um patrimônio estimado em US$ 9 bilhões. A grande fonte deste dinheiro todo é a EchoStar, empresa fundada por ele em 1980, juntamente com sua esposa Candy e seu amigo Jim DeFranco, que até hoje são membros do conselho da companhia. A empresa deu origem à Dish Network em 1996. As duas eram diretamente ligadas até 2008, quando se separaram. A EchoStar agora cuida de tecnologia e satélites, enquanto a Dish toma conta do negócio de TV por assinatura.
No início da EchoStar, o próprio Charles Ergen ia de porta
em porta vendendo antenas parabólicas, no estado do Colorado, nos EUA.
Atualmente, ele é chairman das duas empresas que fundou. Mas se você
acha que sua origem simples poderia amolecer seu coração com os
funcionários de suas empresas, você está enganado.
O site Glassdoor.com, uma espécie de rede social onde as
pessoas podem reclamar de seus empregos, mostra que a empresa é uma das
piores para se trabalhar nos EUA. A Dish tem o recorde de reclamações na
página e mais de 300 avaliações negativas. A empresa tem, na média,
nota 2,2 em um máximo de 5 e, nas avaliações, os empregados citam
principalmente as longas jornadas de trabalho e as horas extras
forçadas.
Este critério foi levado em consideração pelo site 24/7
Wall St., que colocou a empresa como a pior para se trabalhar em todo o
país. Consequentemente, Ergen, acionista majoritário e grande
responsável pela companhia, é apontado como o pior chefe dos Estados
Unidos.
Charles Ergen não permite que seus funcionários trabalhem
de casa. Ele também tem a fama de não aceitar que seus funcionários
cheguem nem um pouco atrasados, mesmo que tenham virado a noite anterior
trabalhando em algum projeto de casa. Antigamente, a entrada no prédio
era feita com crachás, mas algumas pessoas se aproveitavam do sistema
para passar o crachá pelos colegas. Ao saber disso, o ex-CEO da Dish
trocou o sistema para identificação por impressão digital; ao chegar
atrasado, o RH da empresa recebe um e-mail e o repassa para o chefe da
pessoa; às vezes, a mensagem chega até o próprio Ergen, relata
a Bloomberg Businessweek.
Segundo a publicação, que teve contato com ex-funcionários, o
chairman também não oferece cartões de crédito corporativos a seus
funcionários. Além disso, por muitos anos, se algum empregado oferecesse
mais de 15% de gorjeta em uma refeição com recursos da empresa, o valor
extra era debitado diretamente de seu salário, mesmo que a diferença
fosse de centavos.
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