Introdução
A Logística pode ser
considerada como sendo a área da administração que se responsabiliza
pelo transporte e pelo armazenamento dos produtos a serem
comercializados. É também de responsabilidade da logística obtenção,
produção e distribuição eficaz destes produtos em locais e quantidades
específicas.
Para isso, é necessário planejar,
implementar, controlar fluxos e armazenar de forma correta tudo o que
diz respeito aos produtos, desde a matéria-prima utilizada para sua
produção até o produto acabado, pronto para comercialização. Todo esse
trabalho tem o objetivo de atender às necessidades dos consumidores
oferencendo-lhes informações acerca do que estão consumindo. A atividade
logística começa a partir do momento em que os produtos saem das linhas
de produção e só termina quando os consumidores os retiram dos pontos
de comercialização.
Podemos dessa forma, definir as
atividades logísticas em compra, recebimento, armazenamento, expedição,
transporte e entrega do produto desejado pelo cliente no tempo e lugar
certos e ainda ao menor valor possível. Isso significa que a logística
deve oferecer aos consumidores utilidade de tempo e lugar na oferta de
seus produtos.
"Logística é a parte do Gerenciamento da
Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e o
armazenamento eficiente e econômico de matériasprimas, materiais
semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles
relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
propósito de atender às exigências dos clientes“. (Council of Logistics
Management).
A Origem
De origem grega, a palavra logística vem de logistikos. Em latim logisticus, nesse caso já uma derivação do grego e significa raciocínio e cálculo matemático.
Seu desenvolvimento está muito ligado às
táticas e às operações militares de importantes guerras. Persas e
gregos em 481 a.c. já utilizavam alguns conceitos próprios da logística
para coordenar longas viagens com exércitos compostos por até 3000
homens. Todo o controle de alimentos, água, roupas, armas, munição e até
cavalos era cuidadosamente realizado para dar suporte a toda a
operação.
Até a segunda guerra mundial logística era um termo próprio das operações militares.
Porém, essa mesma guerra foi responsável
por tornar a logística uma ferramenta indispensável para as empresas
que ficaram responsáveis por reconstruir o que foi destruído durante os
confrontos. Os conhecimentos logísticos somados ao avanço tecnológico
tornaram a reconstrução bem mais fácil.
A Logística no Brasil – Um breve histórico
As
atividades logísticas no Brasil são muito recentes. Até os anos 70,
havia um quase total desconhecimento do termo e de sua abrangência
também. Os conhecimentos de informática também eram restritos para um
pequeno grupo de pessoas.
Mas nessa mesma década alguns setores da
economia como a indústria automobilística e o setor de distribuição de
energia elétrica já aplicavam, mesmo que ainda de forma inconsciente as
ferramentas da logística, principalmente para atividades de compra,
embalagem, armazenamento, transporte e distribuição de material.
Para que tenhamos uma noção de como as
atividades logísticas eram dispersas, no ano de 1977, foram criadas
simultaneamente a Associação Brasileira de Administração de Materiais e a
Associação Brasileira de Movimentação de
Materiais, com objetivos que eram idênticos, porém sem nenhum tipo de relação.
Materiais, com objetivos que eram idênticos, porém sem nenhum tipo de relação.
Somente em 1979, o IMAM (Instituto de
Movimentação e Armazenagem de Materiais) foi criado e pode ser
considerado como sendo o primeiro evento concreto de utilização
consciente de atividades logísticas.
Os anos subseqüentes foram marcados por
vários acontecimentos importantes para concretizar de vez a entrada da
logística no Brasil. Podemos destacar a criação da Associação Brasileira
de Logística e a instalação do Brasildock’s, o primeiro operador
logístico do Brasil.
O Brasil começa então a importar
conhecimentos logísticos de outras partes do mundo e em 1982, são
trazidos do Japão o Kaban e o Just in Time, desenvolvidos pela Toyota
considerados como os dois principais modelos de sistema moderno de
logística integrada.
Desde a implantação do Plano Real, que
trouxe a estabilidade para a moeda brasileira, os empresários passaram
seus focos para a administração de custos. Eles, aproveitando o
desenvolvimento tecnológico, passaram a utilizar os sistemas de
informática para controlar melhor seus estoques ou ainda, rotinizar suas
atividades. O código de barras é um exemplo de sistema de informática
que veio para agilizar as operações logísticas.
Somente na década de 90, muitos
operadores logísticos internacionais, como Danzas, Ryder, Penske, TNT e
Excel entraram no Brasil e pelo menos 50 empresas nacionais foram
desenvolvidas.
A Logística nas Empresas
Para
tentar acompanhar as rápidas mudanças no cenário global atual, as
empresas estão constantemente realizando um monitoramento do que vem
acontecendo em todo o mundo em relação à informatização ou à automação
das atividades logísticas.
As tendências da logística também são
observadas de perto e algumas empresas não se importam de modificar seu
comportamento de mercado ou ainda sua filosofia empresarial para
acompanhar o curso do desenvolvimento.
Isso vale para empresas de todas as
naturezas, inclusive para as indústrias que precisam estar competentes
para enfrentar os concorrentes da melhor forma.
Se compararmos a logística das guerras
com a logística de mercado que hoje convivemos perceberemos que ambas
possuem muito em comum, principalmente em relação ao suporte, ao
desempenho de suas tropas (as empresas) nos campos de batalha (mercado),
frente aos inimigos (concorrentes). É exatamente isso que as empresas
esperam das atividades logísticas. É uma constante busca por eficiência e
eficácia, onde eficiência diz respeito à realização excelente dos
trabalhos enquanto que a eficácia vai mais além e exige resultados que
sejam no mínimo satisfatórios, já que a busca maior é a superação das
expectativas.
Novaes (2003) nos fala que “durante
muito tempo nas empresas, tal como no meio militar, as atividades
relacionadas à logística eram tidas como um serviço meramente de apoio e
que não agregavam valor ao produto. O sistema logístico era visto como
um gerador de custos e sem nenhuma influência no planejamento
estratégico organizacional”.
Convivemos diariamente com oscilações na
economia. Ora estamos em plena fase de desenvolvimento, ora a recessão
ameaça as empresas e os gerentes fazendo papéis dignos de antigos
generais de guerra, ou seja, desenvolvendo táticas de auto-defesa e
combate aos inimigos.
A logística acompanhou a evolução do
marketing de produtos e atualmente, ambos possuem como objetivo
principal suprir as necessidades dos consumidores. Sendo que a logística
tem ainda a preocupação de fazer com que os produtos cheguem às mãos
dos consumidores no momento e no lugar em que os mesmos desejem e com o
menor custo possível. Para isso a logística vai eliminando do processo
tudo o que venha a tornar o produto mais caro e que não interesse ao
consumidor.
Essa mudança de concepção foi
responsável por várias mudanças nas empresas como a construção de
depósitos filiais das mesmas em locais estratégicos para facilitar a
distribuição dos produtos e evitar a demora na entrega dos mesmos.
Apesar da demora de as empresas
reconhecerem a importância das atividades logísticas, hoje ela é a base
para quem quer estar competitivo no mercado.
Atividades Primárias da Logística
As
atividades logísticas podem ser divididas ou classificadas pelas ações
primárias e de apoio. Vamos conhecer neste capitulo as primarias, bem
como entender a importância de cada uma delas no processo.
O objetivo básico de toda atividade
logística consiste na otimização de fluxos de informações e materiais
desde a origem dos mesmos até o momento em que chegam ao seu destino
final, ou seja, às mãos dos consumidores. Esses fluxos devem atender aos
desejos dos consumidores com o menor preço possível.
Para que isso seja possível uma gama de
atividades básicas precisa ser realizada como, por exemplo: a manutenção
de estoques, o processamento dos pedidos dos clientes ou ainda o
transporte dos produtos.
Vejamos em que consiste cada uma dessas atividades classificadas como primárias ou principais.
· Manutenção de estoques – é considerada
como sendo dentre as atividades primárias a que merece maior cuidado,
pois, o grande desafio é o de conseguir manter o menor estoque possível,
sem que o consumidor venha a ser afetado. Apesar de ser uma atividade
bastante complexa, hoje os administradores já dispõem a seu favor de
algumas técnicas para ajudá-los. A quantidade de estoque de cada empresa
dependerá diretamente do tipo de setor no qual a mesma está inserida,
bem como, da sazonalidade temporal de alguns produtos, principalmente os
do gênero alimentício. Um bom nível de estoque não deve ser nem tão
alto nem tão baixo. Ele deve ser suficiente para amortecer a oferta e a
demanda dos produtos no mercado e dessa forma não alterar seus preços.
Esta atividade possui com custo bastante representativo em um orçamento de atividades logísticas;
· Processamento dos pedidos – em termos
de custos esta atividade não tem tanta representatividade, porém, sua
importância é muito grande, pois diz respeito ao tempo compreendido
entre o pedido do cliente e a entrega do pedido, que deverá ser o mínimo
possível, já que esse tempo pode determinar o nível de serviço que está
sendo ofertado. Esse tempo também é chamado de “ciclo do pedido”. Hoje,
com a quantidade de produtos comercializados pela internet a diminuição
desse ciclo pode representar um diferencial competitivo, pois clientes
não gostam de esperar muito tempo para receber seus produtos,
principalmente quando pagos antecipadamente, como é o caso dos produtos
comercializados pela web.
· Transporte – até hoje, a atividade de
transporte de produtos é equivocadamente confundida como sendo sinônimo
de logística. O transporte é apenas uma das atividades primárias
desempenhadas pela logística. Refere-se ao modo com que as empresas
realizam a movimentação física de seus produtos até que os mesmos sejam
recebidos pelos clientes. Essa movimentação física pode ser terrestre,
aérea, marítima ou ferroviária. É bastante comum as empresas utilizarem
mais um meio para transportar seus produtos, objetivando que os mesmos
cheguem aos seus destinos com a maior brevidade possível.
Vale ressaltar que movimentação física,
segundo Alexandre Luzzi Las Casas, “são as atividades referentes a
movimentação eficiente de produtos do final da linha de produção até o
consumidor final. Inclui atividades como fretamento, armazenamento
manuseio, controle de estoques, localização de fábrica, processamento de
pedidos, etc. “
No Brasil, a predominância é do transporte rodoviário, pelo custo ser relativamente baixo em relação aos demais.
Atividades de Apoio
Um resultado positivo de uma atividade logística dependerá da adequação das atividades primárias com as atividades de apoio. Estas representam as atividades que servem de suporte ao bom desempenho das atividades primárias e assim, contribuem para a satisfação dos consumidores, objetivo básico da atividade logística. Vejamos as principais atividades de apoio.
· Armazenagem – preocupa-se com as
questões relacionadas ao espaço físico para estocagem perfeita dos
produtos. Uma sub-atividade da armazenagem é a de manuseio de materiais,
ou seja, a forma adequada de movimentar os produtos ainda em seu local
de armazenamento;
· Embalagem – durante a atividade de
transporte ela protege os produtos durante sua movimentação física sem
risco de danificá-los. Algumas embalagens são classificadas como sendo
do tipo “de movimentação” por serem próprias para proteger os produtos
quando movimentados por equipamentos mecânicos. A embalagem não deve ter
valor muito alto, pois assim, tornará o preço final do produto
alterado;
· Suprimentos – relativo à compra de
matéria-prima para a produção dos produtos. Ele avalia onde e que
quantidade comprar. Os chamados ativos fixos também entram no rol de
suprimentos, como toda a parte de maquinário, equipamentos para
escritório e edificação.
· Planejamento – diz respeito à
realização de uma programação que inclua todas as atividades
necessárias, como compra, transporte, entrega, distribuição dos
produtos, etc. A quantidade do que deverá ser produzido também deve
estar prevista no planejamento, para evitar a oferta excessiva de
produtos, bem como sua escassez.
· Sistema de informações – o sucesso das
ações logísticas depende de um bom sistema que forneça informações
relativas a custos e procedimentos necessários. Esses dados são básicos
para que se possa realizar um bom planejamento, assim como um controle
das ações logísticas.
Segundo Monterio e Bezerra, “a logística
empresarial está cada vez mais evoluída quando se trata de Tecnologia
de Informação. Para isso são utilizados sistemas integrados de gestão,
desenvolvidos para integrar, controlar e gerenciar a cadeia de
suprimentos com o objetivo final de atender melhor o cliente”.
Um dos sistemas que mais benefícios
trouxe para as atividades logísticas é o chamado “código de barras” que
pode com eficácia e rapidez controlar a entrada e saída de dados como
quantidade de material adquirido, quantidade de material gasto, tempo de
execução na produção dos produtos.
Para a utilização de um sistema de
código de barras três equipamentos são indispensáveis, são eles:
leitores, decodificadores e impressoras.
A Logística e suas Inter-relações com o setor de Compras e Armazenagem
As
atividades referentes às ações logísticas atualmente estão presentes em
quase todos os setores das organizações. Isso porque somente é possível
um suprimento excelente das necessidades dos consumidores quando todos
os processos da organização estiverem harmoniosamente integrados.
A seguir vamos comentar algumas inter-relações das atividades logísticas com os setores que formam o todo organizacional.
Logística X Setor de Compras
O processo de compras em uma empresa é também chamado de processo de abastecimento de materiais. A logística permite que as rotinas de operação das empresas sejam melhores executadas porque ela oferece meios para que o setor de compras das matérias-primas e insumos necessários para a fabricação dos produtos realize as melhores negociações, com os melhores fornecedores. O material necessário é disponibilizado na hora certa, nas especificações corretas e com os melhores preços.
Ganha a empresa porque reduz custos e
tempo na fabricação de seus produtos e ganham os consumidores porque
terão suas necessidades supridas mais rapidamente e a um menor custo.
O correto abastecimento de materiais
permite que os suprimentos sejam contínuos proporcionando assim, um
eficaz fluxo de produção.
Quando as ferramentas da logística são
utilizadas no setor de compras desperdício e a obsolescência das
matérias-primas são evitados. A logística também permite que as empresas
trabalhem apenas com o nível necessário de estoques.
Logística X Setor de Armazenagem
O setor de armazenagem de uma empresa
tem como responsabilidade manter todo o material a ser utilizado
futuramente, de acordo com a demanda. Dependendo do tipo de material a
ser armazenado, sua estocagem pode ser:
· Com acesso controlado – utilizada
quando existem produtos de valor que possam ser furtados. Nesse caso,
são utilizadas divisórias ou outros enclausuladores dentro dos armazéns
como medida de prevenção;
· Em local aleatório – neste caso, a
estocagem do material é feita conforme haja espaço. Qualquer local vazio
pode ser utilizada para armazenar os produtos;
· Em local fixo – esse tipo de estocagem
é sempre utilizado pelas empresas que possuem um estoque padronizado de
produtos. Nesse caso, cada item tem seu lugar delimitado dentro da área
de armazenamento;
· Por zona – tipo de armazenamento
típico das empresas que possuem estoque variado de produtos. As
distribuidoras são exemplos de empresas que realizam a estocagem dos
produtos que comercializa reparada por zona.
Por exemplo, um armazém pode ser dividido em três áreas como: alimentos, materiais de limpeza e perfumaria.
A separação por zona evita que alguns
eventos desagradáveis aconteçam. Já imaginaram se um consumidor compra
um quilo de arroz, cujo lote havia sido afetado por uma caixa de
perfumes que quebrou dentro do armazém?
A logística também pode auxiliar ao
setor de armazenagem em outras atividades como no recebimento dos
produtos e insumos, realizando um controle qualitativo e quantitativo do
material recebido.
O material que é aprovado durante essa
inspeção segue para estocagem, enquanto o que foi reprovado deverá ser
devolvido para seu fornecedor. A devolução ou redespacho também é uma
das responsabilidades do setor de armazenagem auxiliada pelas
ferramentas logísticas.
A Logística e suas Inter-relações com o setor de Movimentação, Planejamento e Programação
Logística X Movimentação
A logística também é responsável pelos equipamentos que realizam a movimentação física dos produtos em seus locais de armazenagem, como as empilhadeiras e os carrinhos.
As áreas de saída das mercadorias também
são de responsabilidade do setor logístico das empresas. Essas áreas
são também chamadas de áreas de escoamento.
Logística X Planejamento e Programação
Apesar da maior parte de suas ações acontecerem de modo operacional, as atividades logísticas são sempre produtos de um rigoroso e cuidadoso planejamento dessas ações.
A logística pode prever que necessidades
de material as suas empresas terão. Ela se baseia em listas anteriores
de pedidos de suprimentos, inventários de almoxarifado ou controle de
estoques. Os pedidos são feitos obedecendo a “lead times” necessários,
ou seja, seus tempos próprios.
A logística preocupa-se não somente com a
previsão do estoque, mas também em manter o estoque em nível ideal. Por
isso, a quantidade de material que deve ser mantida no estoque deve ser
suficiente para suprir a demanda mesmo em épocas em que a mesma for
acima da média usual.
Na mesma intensidade, ela deve cuidar do
ressuprimento de materiais para que não haja escassez de matéria-prima
para a produção dos produtos.
Para que suas atividades de planejamento
e programação sejam positivas a logística monitora de forma constante
os seus resultados. Nenhum dado é deixado de ser utilizado ou
demonstrado através de relatórios, gráficos e outras formas de
explicitação estatística.
Todo o controle de movimentação
financeira, como entrada e saída de valores também pode ser feito
utilizando as ferramentas oferecidas pela logística. Assim como os
inventários iniciais, intermediários e finais.
A informatização das atividades
logísticas permite que as empresas possam conhecer as informações
tecnológicas e operacionais de seus materiais como as características
dos mesmos. Esse conhecimento auxilia as empresas em atividades como:
· Aquisição de materiais variados;
· Indicação da maneira correta de utilizar cada tipo de material adquirido;
· Realização da manutenção do seu material;
· Conservação do material;
· Realização de uma descrição padronizada de todo material e;
· Classificação de materiais de acordo com:
· Indicação da maneira correta de utilizar cada tipo de material adquirido;
· Realização da manutenção do seu material;
· Conservação do material;
· Realização de uma descrição padronizada de todo material e;
· Classificação de materiais de acordo com:
- Sua Utilidade – engloba os materiais
produtivos (aqueles que são incorporados ao produto) e improdutivos
(auxiliam na obtenção dos produtos, porém, não são incorporados aos
mesmos);
- Sua Natureza – os combustíveis, os
materiais elétricos, os materiais sanitários e as máquinas operatrizes
são categorias de materiais;
- Sua utilização – podemos citar os
materiais de escritório, os materiais de embalagem e toda a
matéria-prima utilizada para a fabricação dos produtos.
Logística x Distribuição dos Produtos
"A Logística moderna procura eliminar do processo tudo que não tenha valor para o cliente, ou seja, tudo que acarrete somente custos e perda de tempo.”
Sabemos que atualmente, oferecer ao
mercado um produto de excelente qualidade a um preço competitivo não
garante o sucesso de venda do mesmo. Qualidade e preço são atributos
básicos de todo e qualquer produto, não sendo mais considerado como um
diferencial. Hoje, é vital que as empresas desenvolvam mecanismos
eficientes para levar os produtos diretamente aos consumidores que
desejam adquiri-los. Esses mecanismos precisam estar presentes em
qualquer plano de marketing, caso contrário, esse plano será considerado
incompleto ou deficitário.
Toda essa exigência é justificada pelo
perfil do consumidor atual que não está nenhum pouco disposto a procurar
muito para realizar suas compras. Os consumidores estão habituados a
comprar seus produtos em locais de sua conveniência e no momento em que
os mesmos desejem. Os consumidores não abrem mão desses atributos. Mas,
como conseguir tudo isso?
Um bem elaborado Sistema de Distribuição
de Marketing pode proporcionar aos consumidores dois tipos de
utilidades: de lugar e de tempo. Isso significa dizer que os fabricantes
apenas precisam definir quem serão seus distribuidores, depois é só
esperar que seus produtos estejam à disposição dos consumidores nos
locais e no momento em que os mesmos possam procurá-los.
Por exemplo, um fabricante de biquínis
ao exportar suas peças para São Paulo está proporcionando aos
consumidores daquela cidade uma cômoda utilidade de lugar. Eles poderão
encontrar os biquínis sem ter que sair de sua cidade. Quando esses
biquínis são encontrados na cidade de São Paulo e na época do verão
podemos afirmar que os fabricantes estão proporcionando utilidades de
tempo e de lugar simultaneamente.
De nada adiantaria se esses biquínis
somente chegassem ao início do inverno. Segundo Las Casas, o sistema de
distribuição a ser determinado por um administrador de marketing fará,
portanto, parte do pacote de utilidade ou satisfações que os
consumidores receberão com a compra do produto. A colocação de produtos
em estabelecimentos apropriados e em épocas certas, a preços acessíveis
ao consumidor visado, é, portanto, determinante para o sucesso de uma
estratégica mercadológica.
Mas dispor os produtos de modo
apropriado não é uma atividade muito fácil. Algumas empresas fazem
diversas modificações, inclusive em suas estratégias de marketing para
não deixar que seus produtos sejam dispostos no mercado de modo não
apropriado.
Se um determinado produto é fabricado
para suprir as necessidades de um grupo de consumidores bastante
requintado, o canal pelo qual um produto desse tipo irá percorrer até as
mãos dos seus consumidores deverá ser bastante seletivo. Mas, para que a
estratégia de distribuição do mesmo seja positiva é necessária uma
grande cooperação por partes dos intermediários envolvidos no processo.
Os administradores precisam agora não
somente decidir sobre qual o tipo de intermediários utilizarem para
movimentar seus produtos, mas também sobre o modo que fará a gerência
dos seus estoques para ter os tipos e quantidades de produtos de acordo
com as buscas dos clientes. Nem tanto a mais nem tanto a menos.
O produto não deverá de forma alguma,
não estar disponível na hora em que o cliente o necessita, pois isso é o
suficiente para comprometer a empresa em negócios posteriores.
Desta forma é importante que dentro do
Sistema de Distribuição de Marketing estejam previstos não somente os
gastos referentes à manutenção dos estoques dentro do nível da demanda,
mas também com os gastos de transporte, movimentação física dos
produtos, armazenagem, etc.
Atenção! É importante que façamos um esclarecimento sobre as principais diferenças nas atividades de distribuição:
· Movimentação física dos produtos – diz
respeito à movimentação eficiente dos produtos desde o momento em que
os mesmos saem das linhas de produção até o momento em que esses
produtos cheguem às mãos dos clientes. Incluem-se transporte,
armazenagem, controle de estoques, dentre outros. É a movimentação em si
dos produtos.
· Canal de distribuição – refere-se ao
grupo de empresas responsáveis pela distribuição dos produtos desde a
sua fabricação até o momento em que os mesmos são adquiridos pelos
consumidores. Incluem-se, no canal de distribuição, os agentes, os
varejistas e os atacadistas.
Vantagens na utilização de Canais de Distribuição
Apesar de às vezes parecer o contrário,
um intermediário pode não somente diminuir o esforço do fabricante, como
também baratear os preços finais dos produtos através da especialização
de alguns intermediários nos serviços em que prestam. Um canal de
distribuição multiplica as possibilidades de contatos das empresas.
Observe as situações abaixo:
Situação 1 – Sem intermediários, o
produtor é responsável por levar os produtos até as mãos dos
consumidores. Neste caso, as responsabilidades de transporte,
armazenamento, publicidade, vendas, dentre outras é dele. Assim sendo,
também é de responsabilidade do produtor saber onde e em que momento
deve dispor os produtos para os consumidores.
Situação 2 – Com intermediários, o
produtor recebe ajuda para realizar uma excelente distribuição de seus
produtos. As responsabilidades são divididas com empresas que são
especialistas no serviço que prestam, possibilitando inclusive economias
de tempo e de dinheiro.
Essas figuras representam a economia de
esforço que um intermediário pode proporcionar aos produtores, que
poderão se concentrar em suas atividades principais.
Ainda segundo Las Casas “com a
existência de várias empresas empenhadas em levar produtos do produtor
ao consumidor, cada uma delas será responsável pelo desempenho de certas
tarefas do marketing, que devem ser executadas de qualquer forma, não
importa por quem. Por essa razão, se algum fabricante preferir não usar
intermediários, ele mesmo deverá realizá-la.”.
Os intermediários e suas funções
“À
medida que os intermediários se especializam conseguem economias,
devido a suas escalas de operações e seus conhecimentos, o produtor
poderá ganhar pela transferência de algumas das funções do canal de
distribuição para eles”.
(Philip Kotler)
Os intermediários possuem importante
papel na movimentação e na distribuição dos produtos no mercado. Através
de suas atividades eles podem além de racionalizar as operações,
diminuir os custos para os fabricantes. Essa redução de custos recebe o
nome de economia de escala e consiste na especialização dos
intermediários em suas funções como forma de diminuir os custos dos
serviços prestados por eles.
Imagine que um fabricante tivesse que
realizar sozinho todas as atividades referentes à movimentação dos
produtos desde o momento em que os mesmos saem da linha de produção até o
momento em que esses produtos são entregues aos consumidores. O
fabricante teria que se preocupar com atividades como transporte,
armazenamento, controle de estoques, escolha de ponto de vendas, vendas,
dentre outras várias.
Provavelmente o peço final dos produtos
sofreria um acréscimo, devido à inexperiência do fabricante nas demais
áreas de logística. E para que esse acréscimo não aconteça o fabricante
terá que se tornar especialista em atividades que fogem da sua atividade
principal que é a produção excelente de seus produtos.
A partir do momento em que um fabricante
faz a opção de ter o auxilio de intermediários na distribuição de seus
produtos, ele passa a dividir com estes a responsabilidade pela
movimentação perfeita destes produtos.
Segundo Las Casas, “com a existência de
várias empresas empenhadas em levar produtos do produtor ao consumidor,
cada uma delas será responsável pelo desempenho de certas tarefas do
marketing, que devem ser executadas de qualquer forma, não importa por
quem. Por essa razão, se algum fabricante preferir não usar
intermediários, ele mesmo deverá realizá-las”.
As principais funções de um intermediário
Dentro de um canal de distribuição de
produtos podem existir inúmeros intermediários responsáveis pelas mais
diversas atividades logísticas. Mas apesar de toda a diversificação
destas atividades, todos possuem em comum a co-responsabilidades pelos
produtos que estão movimentando, assim todo o cuidado com o nome da
empresa para a qual estão trabalhando é necessário. O consumidor atual é
bastante observador e caso o mesmo se depare numa estrada com um
caminhão da Coca-Cola sendo guiado em alta velocidade ele jamais irá
comentar que o sr. Fulano de tal dirige mal. Obviamente que o comentário
será que um motorista da Coca-Cola estava dirigindo de forma
irresponsável. A marca do produto o acompanha durante todo o caminho do
canal de distribuição, por isso, ela deve ser bastante preservada.
A seguir apresentaremos as principais
funções de um intermediário e de que forma eles podem contribuir através
de suas atividades para uma perfeita distribuição de produtos.
· A Seleção dos produtos
Antes da realização das compras dos
produtos que serão ofertados para os clientes, os intermediários
realizam um cuidadoso estudo para tentar selecionar o que realmente os
consumidores desejam encontrar. Os produtos são escolhidos de acordo com
o perfil dos clientes e seu sortimento é prioridade.
· As Compras
Atualmente, uma das maiores exigências
dos consumidores é em relação a variedade de produtos que os mesmos
dispõem para escolher. A realização da compra dos produtos que serão
oferecidos aos consumidores é também uma das atividades dos
intermediários. Eles procuram negociar com o maior número de
fornecedores para contar com a maior variedade possível.
· As Vendas
Os intermediários responsáveis pelas
vendas dos produtos deverão se preocupar com uma constante promoção dos
mesmos junto aos consumidores, que deverão ser seduzidos e convencidos a
comprá-los. Mas para que isso seja possível um conhecimento detalhado
dos produtos por parte dos vendedores é indispensável.
Eles também deverão se preocupar com os
pontos de vendas destes produtos em diversos aspectos como limpeza,
distribuição dos produtos nos expositores e decoração das lojas.
· Armazenamento
Visando à proteção dos produtos até o
momento de distribuí-los aos consumidores, os intermediários
responsáveis pela atividade de armazenamento trabalham cuidadosamente
para preservar os produtos em todas as suas características respeitando
os prazos de validade dos mesmos e o momento certo de disponibilizá-los
no mercado.
A atividade de armazenamento varia de
acordo com o tipo de produto que está sendo movimentado. Quanto mais
perecível for um produto como é o caso dos cereais e carnes, mais
cuidadosa deverá ser sua armazenagem. É importante esclarecer que os
caminhões frigoríficos ao movimentarem os produtos que necessitam de
refrigeração estão transportando esses produtos de forma armazenada.
O armazenamento é uma atividade de custo
relativamente alto dentro do orçamento logístico de um produto, porém
alguns fatores justificam essa atividade. São eles:
1. Redução de custos tanto de transportes como de produção;
2. Coordenação da demanda e suprimento;
3. Ajuda nos trabalhos de produção e de marketing dos produtos.
2. Coordenação da demanda e suprimento;
3. Ajuda nos trabalhos de produção e de marketing dos produtos.
· O Controle de Qualidade
Tem a função de realizar periodicamente a
verificação dos níveis de qualidade dos produtos. Os prazos de
validade, as partes que compõem os produtos são cuidadosamente
inspecionados.
Esses intermediários também ajudam no melhoramento dos produtos realizando testes de capacidade e resistência dos mesmos.
· O Transporte
É a atividade responsável pela
movimentação física dos produtos desde a fábrica até o momento de
entrega dos mesmos aos consumidores.
Atualmente existe um grande esforço por
parte das empresas em investirem em serviços de transporte mais
modernos, rápidos e eficientes. Segundo Paulo Fernandes Fleury, “a
atividade de transporte, a mais importante dentre os diversos
componentes logísticos, vem aumentando sua participação no PIB, tendo
crescido de 3,7% para 4,3% entre 1985 e 1999. Em 30 anos, ou seja, entre
1970 e 2000, o setor de transporte cresceu cerca de 400%, enquanto o
crescimento do PIB foi de 250%.”
O intermediário responsável por
transportar os produtos deve observar o tempo que o produto poderá ficar
em trânsito, incluindo os tempos para carga e descarga do material.
· A Distribuição
Uma outra importante atividade realizada
por um intermediário diz respeito à distribuição eficaz dos produtos no
mercado. Esse tipo de atividade geralmente é desempenhado por um
intermediário chamado atacadista, cuja função principal é a de comprar
em grandes quantidades de produtos e dividi-los entre os varejistas em
quantidades desejadas pelos clientes.
A distribuição deve acontecer de forma
bastante equilibrada, evitando o excesso ou escassez dos produtos no
mercado. Por isso, é importante que o intermediário conheça a média de
aquisição de cada produto que está distribuindo.
Outras Funções dos Intermediários
Podemos observar que as atividades
logísticas que podem ser distribuídas entre os intermediários do canal
de distribuição dos produtos são inúmeras, desta forma fica claro que o
produtor só tem a ganhar ao optar que esses intermediários participem
dessa movimentação.
Outras funções que não foram mencionadas
anteriormente, hoje, fazem parte da lista de responsabilidades dos
intermediários. Abaixo citamos três dessas novas funções:
· Informações de Marketing – são dados
repassados aos fabricantes acerca do comportamento do mercado, como
mudanças de hábitos dos clientes, tendências da moda ou volume das
vendas.
· Vendas Financiadas – alguns
intermediários na tentativa de aumentar o volume de venda de seus
produtos, oferecem aos seus clientes a possibilidade de financiar suas
compras. Esses financiamentos podem ser próprios ou em parceria com
empresas especializadas em financiamentos ou ainda, com instituições
bancárias.
· Absorção de riscos – quando um
intermediário resolve entrar no canal de distribuição de um produto,
este deverá ter em mente que está se tornando co-responsável pelo mesmo.
Todos os riscos existentes são divididos por todos os intermediários do
canal. Os riscos mais comuns são os que dizem respeito à manutenção dos
produtos no estoque, ao tempo de obsolescência dos produtos e ao
financiamento oferecido aos consumidores. Uma das maiores queixas dos
intermediários que oferecem crédito próprio é o alto índice de
inadimplência no mercado.
Os atacadistas e suas funções
O
atacadista é um dos mais importantes intermediários dentro do canal de
distribuição dos produtos e tem como característica principal o fato de
não vender diretamente ao consumidor final.
O atacadista compra os produtos a um
preço diferenciado adquirindo-os direto do produtor para vendê-los a
algum usuário industrial ou a um outro tipo de intermediário, geralmente
o varejista. Este será o responsável por repassar as mercadorias para
os consumidores finais.
Uma outra importante característica do
atacadista é que o mesmo sempre compra em grandes quantidades para
posteriormente, distribuí-los no mercado.
O intermediário oferece uma série de
serviços aos produtores como a realização de promoções aos consumidores
finais, oferecendo capacitação para vendedores, realizando financiamento
das vendas, assistência técnica, serviço de assistência ao consumidor,
dentre outros.
Os varejistas também são bastante
beneficiados pelos serviços prestados pelos atacadistas, principalmente
porque podem comprar em pequenas quantidades e assim manter seus
estoques em níveis ideais. Dessa forma os custos operacionais podem ser
reduzidos.
Em termos de preço dos produtos é também vantagem para os varejistas comprar direto de um atacadista.
Os Tipos de Atacadistas
Os atacadistas podem ser classificados em “De funções limitadas” ou “De funções completas”, dependendo de suas atividades e do tipo de serviço que os mesmos oferecem aos seus clientes.
Os atacadistas de funções limitadas
podem ser do tipo “pague e leve”, ou seja, o cliente entra em seu
estabelecimento, escolhe o que deseja, efetua o pagamento (na maioria
das vezes à vista) e transporta suas compras por sua própria conta, ou
seja, em transporte do próprio cliente. Alguns atacadistas “pague e
leve” não oferecem nem mesmo sacolas para o transporte das mercadorias
de dentro de seu estabelecimento até o carro dos consumidores. Como
oferecem vantagem no preço, seus clientes não se importam de chegar
carregando caixas ou containeres plásticos para transportarem suas
compras.
Outro tipo de atacadista de função
limitada são os chamados “Truck jobber”, ou atacadista de caminhão que
vendem, entregam a mercadoria e a fatura tudo ao mesmo tempo. Eles já
levam a mercadoria no caminhão, agilizando assim toda a comercialização.
Vendedores de biscoitos, refrigerantes e cervejas são exemplos desse
tipo de intermediário. Em algumas cidades alguns fabricantes de tijolos
realizam esse tipo de comercialização.
Existe um outro tipo de atacadista de
função limitada é o “drop shipper “ ou também chamado de atacadista
direto cuja função se resume à venda dos produtos, ficando próprio
fabricante responsável por armazenamento e transporte destes. O “drop
shipper “ é também conhecido como agente.
O rack jobber é um outro tipo de
atacadista de função limitada, cuja preocupação é a de manter os
varejistas abastecidos de seus produtos. Seus pontos de venda são
concentrados entre mercearias, padarias e supermercados.
Observem que estes atacadistas são denominados de limitados por oferecerem um restrito serviço aos seus compradores.
Os Agentes
Certos atacadistas atuam baseados numa
prestação de serviços do tipo comissionada como é o caso do agente, cuja
função principal é a de intermediar as negociações entre produtores e
compradores.
Os diferentes tipos de intermediários, atacadistas e agentes, segundo Alexandre Luzzi Las Casas, são apresentados a seguir:
1. Atacadistas de funções completas:
a) Gerais: operam com ampla gama de produtos;
b) De linha: operam em determinado ramo do mercado;
c) De especialidade: revendem produtos muito especializados.
b) De linha: operam em determinado ramo do mercado;
c) De especialidade: revendem produtos muito especializados.
2. Atacadistas de funções limitadas:
a) Transportadores (truck jobber);
b) Pague e leve;
c) Direto (drop shipper);
d) Rack Jobber.
b) Pague e leve;
c) Direto (drop shipper);
d) Rack Jobber.
3. Agentes:
a) Comissário: trabalho basicamente de corretagem; em alguns casos, assume a posse do produto;
b) Representante comercial;
c) Corretores.
b) Representante comercial;
c) Corretores.
Os varejistas e suas funções
Os
varejistas são os intermediários que realizam as vendas de seus
produtos diretamente para os consumidores finais. O local de realização
das vendas dependerá do tipo de produto que está sendo comercializado.
Essas vendas podem acontecer em lojas, como é a venda de roupas,
sapatos, brinquedos, mas também podem ser realizadas através de
catálogos ou ainda de máquinas de vender.
Os varejistas que se utilizam de lojas
fisicamente existentes para comercializar seus produtos são
classificados de ”Varejistas lojista”. Já os varejistas que não se
utilizam das lojas para vender seus produtos são chamados de
”não-lojistas”.
O varejista é sem dúvida muito
importante para os consumidores, pois eles prestam serviços como venda,
financiamento, embalagem, transporte, dentre outros.
Dependendo das atividades que desempenham o varejista pode ser classificado em:
· Varejista Independente – é o tipo de
varejista que pode possuir apenas um pequeno estabelecimento, porém,
representa uma maioria em relação aos negócios de vendas no varejo;
· Varejista em cadeia – é o varejista
que possui mais de um estabelecimento do seu negócio. Podemos citar como
exemplo as “Casas Bahia”, cujas compras são centralizadas em uma de
suas unidades, escolhida para ser o escritório central que também é
responsável por distribuir os produtos adquiridos por suas filiais. O
controle de vendas desses produtos também é exercido pelas pessoas que
trabalham no escritório central.
· As lojas de departamentos –
representam os varejistas que, pelo sortimento de mercadorias que
comercializa, dividem seus estabelecimentos em setores ou departamentos
de acordo com a categoria ou natureza dos produtos. Algumas lojas de
departamentos possuem vários andares, sendo um para vestuário, outro
para alimentação, outro para eletrônicos, etc. As lojas de departamentos
surgiram na Europa e possuem como característica a preocupação em
atender bem aos seus clientes.
· Lojas de descontos – surgiram logo
após a segunda guerra mundial, motivadas pela grande demanda existente.
Os produtos eram transportados para serem comercializados em grandes
galpões. Esses produtos eram dispostos aos clientes sem nenhum tipo de
organização. Seus preços eram bem abaixo dos que estavam sendo
praticados pelo mercado, já alguns gastos como aluguel do local de venda
e salários de vendedores não existiam.
· Supermercados – originários dos
Estados Unidos, sua chegada ao Brasil aconteceu em meados dos anos 50.
Os supermercados inauguraram o autoserviço, reduzindo com isso o número
de empregados dos estabelecimentos e conseqüentemente reduziu os gastos
dos varejistas. Na época, os supermercados limitavam-se a vender apenas
alimentos, hoje essa realidade é bem diferente e os supermercados
oferecem uma grande variedade de produtos, separados em departamentos
conforme o tipo de produto.
· Shopping Centers - Responsável pela
maior revolução na história do varejo mundial, os shopping centers
aproveitaram o grande volume de circulação de carros que estava gerando
engarrafamentos intermináveis, fazendo com que os consumidores evitassem
ir até os bairros comerciais, comprometendo as vendas. Os supermercados
caracterizam-se por serem uma reunião de estabelecimentos comerciais
gerenciadas por uma mesma administração, que é responsável por toda a
parte de planejamento de marketing do local, limpeza, iluminação e
segurança. Para isso, as lojas mensalmente, pagam uma taxa denominada de
condomínio.
Para garantir o fluxo de visitação é
comum que nos shopping centers exista uma loja chamada de “âncora”, como
um grande supermercado, com a finalidade de gerar tráfego no local. Na
cidade Fortaleza, temos o “Extra Supermercados” funciona como loja
âncora dentro do shopping Iguatemi. É indiscutível a preferência dos
consumidores por realizarem suas compras em shopping centers e os
motivos principais são: segurança, estacionamento e a comodidade de
encontrar várias lojas, inclusive bancos e restaurantes, num mesmo
espaço físico. O Número de linhas de ônibus cujo itinerário contempla os
shoppings também facilita o acesso daqueles que dependem de transporte
coletivo para se locomover. Os shoppings centers vêm ampliando sua
oferta de serviços na tentativa de ampliar ainda seu número de clientes.
Fraldário, empréstimo de carrinhos de bebê, empréstimo de cadeiras de
rodas são alguns exemplos desses novos serviços.
· Os varejistas de porta-em-porta –
constituem uma das mais antigas modalidades do varejo não lojista e
também uma das mais utilizadas no Brasil. Seu sucesso depende em grande
parte do esforço feito pelo vendedor para promover o produto junto ao
cliente. Alguns fabricantes apostam nesse tipo de varejo por acreditarem
que determinados produtos ou serviços não comprados e sim vendidos, ou
seja, o consumidor não costuma procurá-los para comprar, porém, a partir
do momento em que os mesmos lhes são oferecidos, sua compra é quase
certa. Enciclopédias, planos funerários e consórcios são exemplos de
produtos vendidos dessa forma.
· O Cybermarketing – representa a mais
moderna forma de varejo. Os primeiros ensaios de negócios eletrônicos
deram-se, com a troca de informações. A evolução foi tão grande que hoje
podemos comprar eletrodomésticos, reservar hotel, fazer check in
on-line ou até mesmo selecionar as compras do supermercado, tudo isso
sem sair de casa. Este tipo de negócio realizado através de um ambiente
virtual é chamado de Cybermarketing.
O Cybermarketing surgiu na metade da
década de 90, e uma de suas características era de ser um elemento de
facilitação para o marketing. Ele personaliza o atendimento das
necessidades dos consumidores de forma massificada, ou seja, enquanto o
marketing busca atender individualmente, a cada um de seus clientes, o
cybermarketing busca atingir o maior número de pessoas possíveis, porém
com o mesmo grau de excelência. Ele permite uma interatividade muito
maior com os consumidores e os deixa ligados diretamente aos
fornecedores dos produtos ou serviços que estão sendo comercializados. A
relação comercial é entre fornecedor e consumidor. Surge então uma nova
forma de distribuir os produtos que não enquadra-se nos tipos de Canais
de Distribuição que conhecemos anteriormente. É uma distribuição que se
pode chamar de “Direta” e que possui como intermediário uma figura
virtual, que muitas vezes não tem endereço fixo, mas pode realizar até
mais negócios do que as tradicionais formas de venda.
Os varejistas quanto classificação
A seguir conheceremos a classificação dos varejistas, segundo Alexandre Las Casas.
· Classificação segundo o esforço de escolha
Lojas de conveniência
Lojas de compras por escolha
Lojas especializadas
Lojas de compras por escolha
Lojas especializadas
· Classificação segundo a situação de propriedade
Lojas independentes
Lojas em cadeia
Associação de independentes (cadeias cooperativas, cadeias voluntárias e licenças)
Lojas em cadeia
Associação de independentes (cadeias cooperativas, cadeias voluntárias e licenças)
· Classificação segundo a linha de produto
Mercadorias em geral
Linhas limitadas
Lojas especializadas
Linhas limitadas
Lojas especializadas
· Classificação segundo as funções exercidas
Lojistas: Lojas de departamentos
Supermercados
Shopping centers
Shopping centers
Não lojistas: Reembolso postal
Porta em porta
Venda por telefone
Máquinas de vender
Porta em porta
Venda por telefone
Máquinas de vender
Os canais de distribuição dos produtos
“Através do uso de intermediários, é possível otimizar o esforço do fabricante”.
(Las Casas, 2005)
Atualmente, com o número de concorrentes existente no mercado, oferecer produtos de qualidade com preço competitivo não é mais garantia para que o mesmo tenha uma boa vendagem. É imprescindível que, além disso, os produtores desenvolvam uma forma eficiente de movimentar os produtos desde a sua linha de fabricação até as mãos dos consumidores dos mesmos.
Toda essa estratégia de movimentação
deve conter no plano de marketing do produto que se pretende distribuir,
caso contrário, esse plano de marketing deverá ser refeito
imediatamente, pois cada dia que passa, os clientes estão mais exigentes
quanto à acessibilidade dos produtos. Ou seja, eles estão exigindo uma
maior facilidade na hora de realizar suas compras, não pretendendo
perder tempo procurando o quê ou onde comprar. Vende mais quem aparece
mais, por isso um canal de distribuição eficiente pode garantir a
preferência do consumidor. Talvez isso explique a quantidade de lojas de
conveniência que hoje estão à disposição dos clientes.
A logística através de suas atividades
pode, utilizando de um canal de distribuição proporcionar para empresas e
clientes utilidade de lugar e de tempo. O fabricante vai, através dos
distribuidores que ele escolher, poder vender seus produtos na praça
correta, ou seja, no lugar onde seu público-alvo vai estar e também, no
momento certo. Deste modo um fabricante de bolsas de praia localizado em
Santa Catarina poderá enviar seus produtos para as capitais nordestinas
nos meses de julho e janeiro, época em que esta região recebe o maior
número de turistas para visitar suas praias. Por outro lado um
fabricante de roupas de inverno não deseja ver seus casacos expostos em
pleno verão.
O trabalho de escolha do melhor canal de
distribuição dos produtos, geralmente, fica a cargo do setor
administrativo das empresas, que será diretamente responsável pela
satisfação do cliente em poder adquirir o que deseja na hora em que
deseja. Este setor será o responsável por escolher o canal mais adequado
para o tipo de produto que está sendo comercializado.
Assim, podemos afirmar que para que uma
estratégia mercadológica seja considerada positiva, dependerá
diretamente que a distribuição dos produtos seja feita em
estabelecimentos adequados, ou seja, na praça certa, a um preço de
acordo com as condições de pagamento do seu público-alvo. Observa-se que
a distribuição correta de produtos não é atividade fácil. O canal de
distribuição a ser escolhido depende, basicamente, do tipo de produto
que se está comercializando, onde o sucesso deste canal está nas mãos de
cada um dos intermediários envolvidos no processo que serão
responsáveis pelo manuseio, embalagem, estocagem, transporte etc.
Cada intermediário envolvido no canal de
distribuição de um produto será coresponsável pelo sucesso ou fracasso
do mesmo. Por isso o fabricante deve estar sempre a par das atividades
dos intermediários de seus produtos no mercado.
Alguns fabricantes fazem uma série de exigências antes de autorizar a distribuição de seus produtos a um intermediário.
As franquias são exemplos de
intermediário num canal de distribuição. Elas trabalham
independentemente umas das outras, porém, todas representam uma única
empresa.
Por isso as empresas antes de
“emprestarem” suas marcas a um grupo realizam uma série de inspeções
quantos à estrutura física dos locais, o nível dos trabalhadores, à
limpeza e organização dos espaços, dentre outras.
Atenção: Para que nosso estudo acerca
dos Canais de Distribuição dos produtos seja válido, precisamos
esclarecer uma dúvida muito comum entre canal de distribuição e
movimentação física dos produtos.
As Vantagens de um canal de distribuição
Se observássemos de forma superficial chegaríamos à conclusão de que vender diretamente ao consumidor, ou seja, sem nenhum intermediário seria extremamente vantajoso para o produtor não é verdade? Ora não teria ninguém no meio do caminho para dividir os lucros obtidos com as vendas. Mas essa conclusão seria totalmente equivocada, pois ao optar pela presença de intermediários no processo de distribuição de seus produtos, uma empresa pode a um mesmo custo e com menor esforço realizar essa distribuição da melhor forma possível e ainda atingir um maior número de consumidores. Observe os canais abaixo, onde o primeiro representa um canal de distribuição sem a presença de intermediários e o segundo representa um canal com intermediários.
Situação 1: Total de contatos: 3 / Clientes atingidos: 3
Situação 2: Total de contatos: 3 / Clientes atingidos: 9
Observem a quantidade de clientes que
uma empresa pode adquirir ao optar por intermediários na distribuição de
seus produtos é indiscutivelmente maior caso a mesma resolvesse
trabalhar sozinha.
O Papel dos Intermediários nos Canais de distribuição dos produtos
“Os intermediários serão responsáveis por racionalizar a operação de distribuição dos produtos, reduzindo os custos para o fabricante.”
O papel que os intermediários
desempenham dentro dos canais de distribuição dos produtos vai muito
mais além do aspecto da racionalização das atividades. Os intermediários
através da especialização na prestação de alguns tipos de serviços são
capazes de reduzir vários custos para os fabricantes. Eles obtêm o que
no mercado se chama “economia de escala”.
Caso um fabricante de um determinado
produto tivesse que realizar as atividades desenvolvidas por um
intermediário, ele teria que se preocupar com todas as ações que
envolvem uma perfeita distribuição no mercado. Atividades como pesquisas
de mercado, transporte de produtos, armazenagem, controle de estoque,
pesquisa de preços, escolha dos pontos de vendas, treinamento de
vendedores, dentre outras tantas que poderíamos citar. É um número de
atividades mais que suficiente para ser dividido com intermediários.
Com a existência de vários
intermediários trabalhando para movimentar os produtos desde as suas
origens até aos consumidores, cada um desses intermediários deverá se
esforçar em executar bem suas tarefas.
Sem intermediários no processo todas as tarefas de distribuição dos produtos deverão ser executadas pelo próprio fabricante.
Diferentemente, acontece com as empresas
que possuem intermediários em canais de distribuição, pois elas
transferem para os intermediários grande parte das funções de
distribuição, podendo esta empresa se concentrar em sua atividade básica
que é a produção. Esses intermediários se caracterizam por serem
empresas especializadas na prestação de alguns serviços que vão desde o
transporte até o financiamento de produtos ao consumidor final.
Atividades que, se realizadas pelo próprio produtor poderia acarretar um
valor maior no custo final do produto, uma vez que o fabricante
necessitaria desviar seu foco da produção.
Segundo Kotler, “à medida que os
intermediários que se especializam conseguem economias, devido a suas
escalas de operações e seus conhecimentos, o produtor poderá ganhar pela
transferência de algumas funções de canal para eles”.
É importante observar que o
relacionamento entre empresas e intermediários deverá ser sempre o
melhor possível, pois estes precisam se conscientizar de que ao
participarem de um canal de distribuição serão co-responsáveis pelos
produtos que estão distribuindo.
A eficácia de um canal de distribuição é
diretamente proporcional à capacidade do mesmo em proporcionar
utilidade de tempo e lugar aos produtos. Dentro de um canal de
distribuição os intermediários são parceiros e não concorrentes.
Segundo Morgan e Hunt “o comprometimento
é essencial na construção da confiança entre os parceiros, podendo ser
entendido como a voluntariedade de uma das partes em estender os
esforços e os recursos à outra parte”.
As Principais funções de um intermediário
Atualmente, as ações realizadas por um intermediário dentro de um canal de distribuição são inúmeras. Devido a enorme exigência por parte dos consumidores esses intermediários precisam oferecer serviços cada vez melhores e mais completos a custos cada vez menores.
A seguir conheceremos as principais
funções de um intermediário. Observe o quanto de trabalho pode ser
transferido das mãos dos produtores para empresas intermediárias.
A Seleção – uma das atividades mais importante de um intermediário consiste na investigação de desejos, preferências e expectativas dos consumidores, pois, somente assim eles poderão selecionar os produtos que, certamente, serão adquiridos por esses consumidores;
A Compra – é tarefa do intermediário
realizar a compra dos produtos que serão procurados pelos consumidores.
Os produtos adquiridos deverão ser os mais diversificados possíveis para
oferecer um maior número de opções aos clientes. O intermediário compra
para revender aos consumidores finais;
A Armazenagem – receber e acondicionar
os produtos de forma correta e ainda conseguir mantê-los em um nível de
estoque adequado é também, uma atividade desenvolvida pelos
intermediários dentro de um canal de distribuição de produtos. Esse é um
trabalho que deve ser desenvolvido de forma bastante cuidadosa, pois o
mercado não admite excesso, nem tão pouco a escassez de produtos;
O Transporte – o intermediário
responsável pela movimentação física dos produtos, movimenta-os desde a
sua origem e os leva às mãos dos consumidores, finais ou não. Todos os
ricos inerentes a esse tipo de movimentação são corridos pelo próprio
intermediário. Dentro os riscos mais comuns num transporte de cargas os
assaltos seguidos dos acidentes com prejuízos materiais são os que mais
acometem aos intermediários;
A Distribuição – o intermediário é o
responsável por fazer a ponte entre os fabricantes dos produtos e seus
consumidores. Essa atividade de distribuição de produtos requer um
cuidado muito especial, principalmente em relação às quantidades dos
produtos que serão distribuídas, em que momento deverão ser
distribuídos, bem como em que pontos de venda estes produtos deverão
estar expostos.
A Venda – o intermediário também é o
responsável pela realização do ato comercial em si. Alguns autores
consideram a venda como sendo a atividade mais importante dentro do
canal de distribuição, pois é nesse momento em que o consumidor deverá
ser “convencido” a comprar.
O maior volume de vendas ocorre dentro
dos varejos, que são as lojas que vendem diretamente aos consumidores
finais, ou seja, aqueles que adquirem os produtos para consumo próprio.
Por isso, os intermediários responsáveis por vender estão sempre
investindo em capacitação de vendedores, decoração das lojas, elaboração
de promoções, programas de fidelização do cliente, etc.
O Financiamento - outra atividade
realizada pelos intermediários é o financiamento das compras realizadas
pelos clientes. Essa atividade geralmente é desenvolvida por atacadistas
e varejistas que, através de credito próprio ou em parceria com alguma
empresa financeira, permitem aos consumidores a aquisição imediata do
que deseja, mas com pagamento posterior. As compras a prazo representam
um tipo de financiamento.
Diante dos exemplos de atividades que
podem ser compartilhadas entre fabricantes e membros dos canais de
distribuição podemos chegar à conclusão de que o trabalho de um canal de
distribuição sem a presença de intermediários deixaria a vida dos
fabricantes muito mais difícil.
São muitos os riscos que um
intermediário corre e estes vão de a fatalidade de não ter vendido
nenhuma peça, até aos grandes “calotes" já tão comuns no comércio. Por
isso, afirmar que os intermediários absorvem para si todos os riscos
pelos produtos que movimentam.
Os Tipos de Canais de Distribuição dos Produtos
De acordo com o tipo de produto a ser movimentado escolhe-se um tipo de canal para realizar a sua distribuição. Essa escolha dependerá diretamente das características do produto.
Existe uma infinidade de canais para
realizar a distribuição dos produtos no mercado, todos responsáveis por
racionalizar a operação de distribuição dos produtos, reduzindo os
custos para o fabricante.
São cinco os principais tipos de canais de distribuição. Vejamos:
1º Canal - Fabricante/Consumidor
2º Canal - Fabricante/Varejista/Consumidor
3º Canal - Fabricante/Atacadista/Varejista/Consumidor
4º Canal - Fabricante/Agente/Varejista/Consumidor
5º Canal - Fabricante/Agente/Atacadista/Varejista/Consumidor
2º Canal - Fabricante/Varejista/Consumidor
3º Canal - Fabricante/Atacadista/Varejista/Consumidor
4º Canal - Fabricante/Agente/Varejista/Consumidor
5º Canal - Fabricante/Agente/Atacadista/Varejista/Consumidor
A partir de agora conheceremos as principais características de cada um desses canais. Observem que apesar das diferenças entre eles todos possuem em comum o fato de terem início no fabricante e finalizarem no consumidor final.
1º Canal - Fabricante/Consumidor
Menor canal de distribuição existente é
também conhecido como canal de distribuição direta. Esse tipo de canal
deve ser utilizado quando o fabricante preferir não utilizar
intermediários na distribuição de seus produtos aos seus consumidores.
Ele permite ao fabricante um total controle acerca da distribuição dos
seus produtos, porém vai exigir dele um esforço adicional, já que serão
de responsabilidade do fabricante todas as funções mercadológicas que
envolvem uma correta distribuição. A empresa de cosméticos Avon é um
típico exemplo de empresa que não utiliza intermediários na distribuição
de seus produtos. Também é exemplo deste tipo de canal o artista
plástico que vende suas peças diretamente aos seus consumidores.
2º Canal - Fabricante/Varejista/Consumidor
Esse é o tipo de canal mais comum para a
distribuição de produtos de consumo como roupas, livros e
eletrodomésticos. O fabricante, nesse tipo de canal de distribuição,
permanece concentrado na sua atividade principal, que é a fabricação
excelente de seus produtos, enquanto os intermediários se
responsabilizam por grande parte das responsabilidades mercadológicas.
Muitos fabricantes vendem seus produtos diretamente a varejistas como
“casas Bahia” ou “Lojas Americanas”. Estes varejistas se encarregam da
exposição, financiamento, venda, transporte e às vezes até entrega dos
produtos aos consumidores.
Mas, afinal o que é um varejista?
Podemos definir o varejista como sendo o
intermediário componente do canal de distribuição dos produtos
responsável por vender diretamente aos consumidores finais, ou seja,
aquelas que irão adquirir os produtos para consumo próprio.
Ele atua como um prestador de serviços e
suas funções vão muito além do que simplesmente vender. Muitas vezes
cabe ao varejista realizar pesquisas de mercado para identificar desejos
e necessidades dos consumidores, selecionar os produtos a serem
comercializados, estocar, oferecer crédito (que pode ser próprio ou
não), transportar dentre outras atividades.
Os varejistas podem ser classificados em:
· Lojistas – caracteriza-se por dispor
de um espaço físico para realização da exposição e venda dos produtos
aos consumidores. Os supermercados e lojas de departamentos são os
exemplos mais comuns de varejistas lojistas.
· Não Lojistas – ao contrário do
lojista, essa modalidade de varejo independe de espaço físico para
existir. O vendedor de porta-em-porta (mascates, vendedor de livros,
vendedor de planos funerários) é um típico exemplo de varejista
não-lojista. Ele é responsável por levar até ao consumidor aqueles
produtos que geralmente o cliente não tem o hábito de buscar. Alguns
fabricantes acreditam que certos produtos não são comprados, mas
vendidos, ou seja, a compra somente acontecerá depois que o consumidor
for lembrado sobre o mesmo. Também podemos citar como exemplo de
varejista não lojista as máquinas de cafés e refrigerantes.
3º Canal - Fabricante/Atacadista/Varejista/Consumidor
Canal ideal quando o objetivo for cobrir
uma ampla área do mercado. Esse tipo de canal, pelas suas
características e forma de atuação, é capaz de atingir um número muito
grande de consumidores. O atacadista cumpre a função de distribuidor,
porque compra em grande quantidade do fabricante e repassa em menores
quantidades os produtos aos varejistas, que por sua vez se encarregarão
de vendê-los aos consumidores finais.
Mas, afinal o que é um atacadista?
Diferente do varejista, esse tipo de
intermediário do canal de distribuição não realiza vendas diretamente
aos consumidores finais. Sua atuação geralmente se dá com a compra de
grandes quantidades de produtos direto das fábricas que posteriormente
são repassados aos varejistas para serem distribuídos no mercado.
O atacadista também auxilia ao
fabricante dos produtos que compra, quando se responsabiliza por
atividades de promoção dos produtos junto aos varejistas, oferecem
crédito, transporte, etc.
Para um varejista geralmente é mais
vantajoso comprar de um atacadista do que diretamente ao fabricante
porque além de aproveitar estas vantagens adicionais, a possibilidade de
comprar em quantidades razoáveis possibilita um melhor controle de
estoque e armazenagem dos produtos.
Quanto a sua classificação são denominados:
· De funções completas – quando prestam a seus clientes uma ampla gama de serviços que vão além da venda em grandes quantidades.
· De funções limitadas – suas atividades
se resumem a comercialização dos produtos em grandes quantidades. O
Makro Atacadista é um exemplo desse tipo de atacadista, pois o cliente é
o responsável por embalar e transportar seus produtos, ficando a cargo
da empresa apenas realizar a venda.
4º Canal - Fabricante/Agente/Varejista/Consumidor
Nesse tipo de canal o atacadista é
substituído pelo agente que não oferece os mesmos serviços, porém atua
como um grande vendedor.
O agente tem a função de representar o
fabricante intermediando as vendas dos produtos. Não possuem estoques e
geralmente oferecem os produtos para venda através de catálogos
expositores ou peças únicas para que o comprador tenha noção do que está
adquirindo. Alguns possuem peças-piloto ou mostruários para
apresentarem aos clientes.
5º Canal - Fabricante/Agente/Atacadista/Varejista/Consumidor
Este é o maior canal de distribuição de
produtos. Sua utilização permite uma abrangência de mercado muito mais
eficaz. Todos os intermediários estão presentes auxiliando numa melhor
distribuição dos produtos aos consumidores.
A escolha do Canal de Distribuição dos Produtos
Qual o melhor caminho a seguir?
Sabemos que são muitas as possibilidades
de se realizar a distribuição de um produto no mercado. A questão é
escolher o tipo de canal mais viável mercadologicamente. É claro que o
profissional de marketing fará sua escolha a partir de uma análise das
alternativas que dispõe.
O primeiro passo deverá ser uma
avaliação do segmento ou público-alvo que se pretende atingir,
principalmente em relação à previsão de vendas, que uma vez quantificada
é hora de analisar os clientes e assim, fazer a escolha certa do canal
para fazer os produtos chegarem até eles.
Quanto mais concentrado estiverem os
clientes, menor deverá ser o canal de distribuição. Do contrário, um
grupo muito disperso de clientes somente será bem coberto se for
utilizado um canal mais extenso.
Importante também levar em consideração
os hábitos de compras dos clientes. Alguns talvez não se importem em
adquirir seus produtos em qualquer lugar, porém, outros já farão questão
de encontrar seus produtos em locais especializados para suas vendas.
O setor alimentício se aplica a esta explicação.
O tipo de produto também é um fator que
merece muito destaque na hora de escolher um canal de distribuição.
Alguns tipos de produtos são tão específicos e complexos tecnicamente
que exigem profissionais especializados para comercializá-los. Em casos
como esse, independente do número de intermediários do canal, todos
devem estar preparados para manusear o produto conforme as exigências de
suas características. Esse fluxo de informação acerca do produto deve
ser muito bem monitorado pelos fabricantes dos produtos, já que se trata
de uma comunicação entre pessoas, podendo a qualquer momento haver
algum tipo de ruído que venha a distorcer as informações.
Para evitar falha de comunicação em
relação às informações dos produtos, alguns fabricantes oferecem
treinamento adequado em suas indústrias para os vendedores que serão
responsáveis ou não pela formalização do ato comercial.
Para produtos com características
técnicas muito específicas é recomendado o uso de um canal mais curto,
para evitar ruídos na comunicação.
Já os produtos com recomendações
técnicas menos especificadas podem ser distribuídos através de canais
mais longos, caso o objetivo seja uma cobertura maior de mercado.
Uma outra característica que precisa ser
muito bem observada é em relação ao nível de perecibilidade dos
produtos. Quanto mais rápido um produto se deteriorar menos deverá ser o
canal de distribuição do mesmo. Enquanto que os produtos mais duráveis
podem ser distribuídos através de um canal mais longo.
O mercado e todas as variáveis que o
afetem também devem ser levadas em consideração na hora da escolha do
canal. Algumas empresas brasileiras precisaram optar por canais mais
curtos para tentar racionalizar suas operações em virtude das
modificações econômicas. São as variáveis incontroláveis que apesar de
não estarem sob o controle das empresas, afetam-lhes diretamente.
Outras variáveis incontroláveis que
também podem ser responsáveis por mudanças no tipo de canal de
distribuição dos produtos são: a concorrência, a política, a legislação e
a economia.
Vejamos o exemplo de uma empresa que modificou o canal de distribuição de seus produtos na tentativa de uma racionalização:
“Para otimizar seus esforços, reduzir
custos e se tornar mais competitiva, a Casas Bahia, desde 1996, vem
criando Centros de Distribuição localizados estrategicamente. Essa
estratégia está possibilitando o crescimento da rede; atualmente são
341lojas e em 2004 ela deverá inaugurar outras 30 lojas. Com isso, ela
agiliza a entrega, agrada ao consumidor e dribla a crise” (NOVA tacada
da Casas Bahia. Exame, ano 37, nº. 24, p. 25, 26 nov. 2003).
A concorrência também é um tipo de fator
que precisa ser observado. Algumas empresas necessitam trabalhar com
mais de um tipo de canal para não deixar que os concorrentes interfiram
no seu mercado.
As empresas do ramo de cosméticos
geralmente utilizam-se de dois canais de distribuição, pois alguns
clientes, principalmente as mulheres, preferem fazer suas compras em
lojas varejistas, enquanto que outras não abrem mão das vendas
personalizadas ou de porta-em-porta. Elas argumentam que em casa ficam
mais à vontade para escolher e experimentar o que comprar.
Muitos são os fatores que interferem na
escolha do canal de distribuição de um produto, porém, as condições e os
recursos que a empresa dispõe devem ser preponderantes.
A empresa terá que realizar toda sua
estrutura física e financeira para que possa perceber se é capaz de
distribuir de forma independente os seus produtos ou se irá precisar da
ajuda de algum intermediário para realizar essa distribuição. Essa
análise deverá ser muito precisa, pois não será nada agradável para uma
empresa ter que suspender as distribuições de seus produtos no mercado
por falta de condições estruturais.
Caso a empresa faça opção de utilizar
intermediários no seu canal, essa análise estrutural-financeira também
deve ser feita com esses intermediários.
Os intermediários podem não estar
adequadamente capacitados para realizar os serviços necessários,
prejudicando assim a cobertura do mercado.
Os mercadólogos orientam que no caso de
inexistirem intermediários adequados para a uma distribuição adequada, é
prudente que os fabricantes dos produtos invistam em desenvolver seu
próprio canal. Mesmo que no início a distribuição seja menor, não haverá
risco de uma má distribuição.
É preferível distribuir em menor quantidade a distribuir de forma incorreta.
Os diferentes tipos de distribuição de produtos
“Marketing
como ferramenta logística é um dos processos da cadeia de suprimentos.
Sua atividade hoje é de interligar o cliente ao restante da cadeia.
Muito sabemos da sua importância, mas, como função logística vai além do
simples fato do atendimento ao cliente e vendas. Tem a ver com o
posicionamento da empresa em relação ao mercado.”
Dalva Santana
O produtor além de escolher qual o
melhor tipo de canal para realizar a introdução dos seus produtos no
mercado, também deverá optar pelo tipo de distribuição desejada, podendo
esta ser do tipo intensiva, seletiva ou exclusiva.
Vejamos agora as características de cada tipo.
A Distribuição Intensiva
Esse tipo de distribuição deverá ser utilizado quando o objetivo da empresa for dar ampla cobertura ao mercado onde atua.
A meta é distribuir a maior quantidade
de produtos ao maior número de clientes, independente da segmentação.
Muitas vezes, o produtor no intuito de distribuir intensivamente seus
produtos, deixa de lado alguns critérios na hora da seleção dos
intermediários que utilizará em seu canal de distribuição. Qualquer
intermediário que deseje participar do canal é bem-vindo.
O objetivo é estar intensivamente no mercado e tornar-se conhecido no mesmo. Para isso, quanto maior for a exposição, melhor.
Esse tipo de distribuição é muito
utilizado para produtos de conveniência, cujos consumidores não desejam
procurar muito para encontrá-los, adquirindo-os no primeiro local em que
encontrá-los disponíveis.
Refrigerantes, cigarros, água mineral e bombons são sempre distribuídos dessa forma.
A Distribuição Seletiva
Como o próprio nome sugere, esse tipo de
distribuição inicia-se a partir de uma seleção dos intermediários que
irão participar do canal de distribuição dos produtos. A grande
preocupação é em relação à imagem do produto no mercado.
Diferente da distribuição intensiva onde
qualquer intermediário era aceito, na distribuição seletiva não há o
interesse de deixar qualquer intermediário participar na distribuição
dos produtos. O fabricante decide de acordo com critérios baseados em
estudos de mercado qual intermediário é interessante para seus produtos.
Os produtos de consumo do tipo “de
escolha”, cujas marcas já sofreram fidelização por parte dos
consumidores preferem ser distribuídos dessa forma.
Conforme Dias, “esse tipo de
distribuição é recomendado principalmente para os bens de compra
comparada de médio e/ou alto valor unitário e para alguns bens de
especialidade de baixo valor unitário”.
A Distribuição Exclusiva
Dos tipos de distribuição esse é o mais
específico, pois se trata de selecionar e escolher que intermediários
irão trabalhar com exclusividade, na distribuição dos produtos em
determinadas regiões ou com determinadas linhas.
Segundo Las Casas, “a distribuição
exclusiva pode ser usada para produtos de especialidade ou que tenham
produção limitada, e que o fabricante tenha interesse em formar urna
imagem de prestígio, vendendo através de poucos intermediários”.
Mesmo que alguns produtos possam ser
dirigidos a um número maior de consumidores, alguns produtores preferem
utilizar um canal de distribuição menos, para com isso atingir apenas um
número seleto de pessoas.
Quanto menos intermediários trabalhando num determinado ramo, mais fácil para evitar concorrente da mesma linha.
· Vantagens e desvantagens da Distribuição Exclusiva
Apesar de distribuição exclusiva
funcionar como um elemento motivador para os distribuidores, pois os
mesmos recebem dos fabricantes todas as vantagens por trabalharem
exclusivamente para seus produtos, ela apresenta o problema de deixar
nas mãos de apenas um ou poucos a responsabilidade pela venda dos
produtos.
Nesse caso, o vendedor não tem com quem compartilhar os efeitos da comercialização.
Segundo Souza e Platt, “o sistema de
distribuição faz parte de uma estratégia de longo prazo da empresa que
visa maximizar a utilidade do tempo, de lugar e de posse. Existem vários
tipos de estruturas alternativas de distribuição que as empresas podem
adotar, como distribuição direta de produtor para varejista, de produtor
para atacadista, de produtor para representantes, entre outros”.
Somente depois que todos os aspectos
anteriormente estudados forem analisados é que o mercadólogo poderá ter
condições de eleger qual o melhor tipo de distribuição para seus
produtos, sem esquecer o segmento que se deseja atingir.
Os Sistemas de Canais de Distribuição dos Produtos Vertical / Horizontal
Uma das grandes e atuais preocupações dos profissionais da área de marketing é em relação ao nível de controle que os mesmos podem exercer sobre os intermediários que formam o canal de distribuição dos produtos. A questão é que se não houver um esforço cooperativo de todos os intermediários que formam o canal, nenhum esforço de marketing será suficiente para atingir as metas estabelecidas pelas empresas. Se não houver cooperação é impossível o alcance das metas, por mais simples que elas sejam.
Por conta desse problema é que as
empresas trabalham para obter o maior controle possível do desempenho
dos intermediários que trabalham na distribuição de seus produtos.
Segundo Ana Márcia Pádua de Almeida,
“através do sistema vertical de marketing o trabalho do distribuidor é
monitorado pelos fabricantes, principalmente no que tange a aspectos
chaves, como por exemplo, o planejamento de vendas, administração de
estoques, treinamento de vendedores, planos de propagandas e promoções”.
Assim algumas empresas procuram obter o controle de seus intermediários através do Sistema Vertical de Marketing.
Os Sistemas Verticais de Marketing
Também chamados de Programação
Distribuída, representam as cadeias administradas de intermediários e
podem ser classificadas em três principais tipos:
· Sistema Cooperativo – neste tipo de
sistema uma empresa adquire outra dentro do canal. Por exemplo, se um
fabricante adquirir uma empresa do tipo varejista, esse fabricante
passará a ter todo o domínio sobre a distribuição do seu produto. Porém,
o contrário também poderá acontecer, ou seja, um varejista poderá se
tornar proprietário de uma empresa fabricante, no intuito de obter maior
controle no canal de distribuição. Nos dois casos o fabricante
trabalhará de acordo com as necessidades e exigências do varejista.
· Sistema Administrado – neste caso a
força que a marca tem no mercado e/ou a força política são requisitos
básicos para a existência desse tipo de sistema. Por exemplo, se uma
marca é líder na preferência da maioria dos consumidores do segmento em
que a mesma atua, ela terá muito mais facilidade de obter a cooperação
dos intermediários na venda de seus produtos do que uma marca ainda
desconhecida no mercado. Esse tipo de controle administrado depende de
um conjunto de esforços desenvolvido pelo fabricante no intuito de
conseguir o apoio de seus intermediários.
· Sistema Contratual – a existência
desse sistema depende da existência de um contrato operacional entre
todos os membros, canal de distribuição. Esse tipo de sistema pode
ocorrer em três diferentes níveis:
1. Sistema contratual a nível de
distribuição – ocorre geralmente em forma de franquias, como no caso das
massas, do macarrão e dos refrigerantes. Alguns fabricantes licenciam
seus distribuidores para fabricar e distribuir seus produtos;
2. Sistema contratual a nível de varejista – as concessionárias de veículos trabalham através desse sistema. Elas são licenciadas pelos fabricantes a lhes representarem;
3. Sistema contratual a nível de serviço – é o caso das empresas de serviços que licenciam outras a atuarem em seu nome. A rede americana de fast food Mc Donald´s é um exemplo desse tipo de sistema. Nesse caso o licenciado ou franqueado deverá obedecer a uma série de exigências feita pela empresa proprietária da marca.
2. Sistema contratual a nível de varejista – as concessionárias de veículos trabalham através desse sistema. Elas são licenciadas pelos fabricantes a lhes representarem;
3. Sistema contratual a nível de serviço – é o caso das empresas de serviços que licenciam outras a atuarem em seu nome. A rede americana de fast food Mc Donald´s é um exemplo desse tipo de sistema. Nesse caso o licenciado ou franqueado deverá obedecer a uma série de exigências feita pela empresa proprietária da marca.
Os Sistemas Horizontais de Marketing
Esses sistemas ocorrem quando uma empresa adquire uma concorrente sua.
Adquirindo seus concorrentes essas empresas conseguem participar mais mais intensamente dos canais de distribuição.
Porém, esse tipo de aquisição é monitorado de perto pelo Governo, para evitar a formação de monopólios.
Esse tipo de sistema permite que as empresas cresçam e ganhem escala, pois aumentam seu número de pontos de venda.
No nordeste, o Grupo Pão de Açúcar vem
adquirindo muitos supermercados menores, aumentando assim, ainda mais
sua rede. Dessa mesma forma o Banco Itaú tem multiplicado sua quantidade
de agências.
Grandes grupos como o Pão de Açúcar e
Itaú procuram não somente aumentar sua quantidade de clientes, mas
também estar mais perto dos mesmos. Para isso, investem fortemente em
ações de marketing de relacionamento.
A nível de varejo, as empresas
necessitam otimizar a logística de distribuição dos produtos que
revendem, por isso, algumas investem na construção de centros de
distribuição em localizações estratégicas para diminuir o tempo de
entrega aos clientes. Os gastos de entrega também são diminuídos com a
construção desses centros de distribuição, podendo assim, haver uma
diminuição no preço final dos produtos.
A fabricante de produtos inox Tramontina
gastou aproximadamente U$$ 7 milhões com a ampliação de seus armazéns
nos Estados Unidos.
Na maioria das vezes, o investimento é
compensado em forma de fidelização do cliente, que fica satisfeito ao
receber sua mercadoria em um curto espaço de tempo.
As pesquisas de Serviço x Satisfação do Cliente
Muitas
empresas todos os anos fecham suas portas em virtude de uma má
comunicação que realiza com seus clientes. Muitas trabalham até o seu
último dia no mercado acreditando estar realizando o melhor para seus
clientes. Investem alto acreditando que estão realizando a melhor
logística do mercado. Mas, nem sempre o que as empresas acreditam ser
melhor é sentido dessa forma pelo mercado. Por isso, é importante que as
empresas realizem constantemente pesquisa de níveis de satisfação entre
seus consumidores para saber quais são as oportunidades e ameaças de
sua atuação mercadológica.
Uma maneira bem eficiente para detectar o
nível de satisfação dos clientes em relação aos serviços que estão
recebendo é decompondo o grau de satisfação dos mesmos em serviço
esperado e serviço percebido.
O Serviço percebido diz respeito a uma
avaliação feita pelo cliente acerca da empresa que lhe prestou um
determinado serviço. Já o serviço esperado diz respeito ao nível de
serviço que fará o cliente satisfeito. O serviço esperado é também
chamado de expectativa.
Assim, mede-se a satisfação do cliente
pelo resultado da comparação entre o que o cliente gostaria de receber
com a avaliação feita por ele acerca do que recebeu.
Quanto maior for a expectativa do
cliente, melhor deverá ser sua avaliação de percepção, pois do contrário
estaremos diante de um consumidor pouco satisfeito.
Por que pesquisar?
As consultas feitas aos consumidores
acerca de produtos e serviços que os mesmos têm recebido são importantes
e necessárias para que as empresas mantenham-se competitivas no
mercado. De posse das informações obtidas as empresas podem detectar o
que vêm fazendo de positivo, bem como, onde estão agindo de forma
negativa. Essas informações externas, ou seja, oriundas do próprio
mercado do consumidor quando colocadas nas mãos dos tomadores de
decisões das empresas são transformadas em ações de melhoria de imagem e
desempenho destas.
Importante não deixar que as informações
oriundas do mercado sirvam apenas para que as empresas tomem
conhecimento de suas existências. Elas precisam ser obtidas, analisadas,
processadas e utilizadas.
Vejamos um caso concreto:
Uma determinada empresa possui um
excelente SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor, onde todos os dias
um número representativo de clientes liga para reclamar de um mesmo
problema em um determinado produto. Se a empresa fizer um acompanhamento
contínuo de suas chamadas perceberá rapidamente que o produto em
questão necessita de uma avaliação urgentemente, pois, não deve ser
coincidência tantas reclamações estejam acorrendo ao mesmo tempo.
Observe o fluxo ideal de informações obtidas:
Trabalhando dessa forma as empresas
podem conhecer realmente seus clientes e detectar se o esforço que vêm
desempenhando para satisfazê-los está sendo bem recebido.
Esse acompanhamento continuado pode
evitar que um pequeno descontentamento venha a ser o motivo da saída de
uma empresa do mercado.
A internet tem auxiliado bastante às
empresas na melhoria da comunicação com seus clientes. A maioria das
empresas utiliza o correio eletrônico como principal meio de contato com
seus consumidores. Outras vão mais além e disponibilizam um serviço
online para atendimento imediato.
Estes serviços podem proporcionar grandes benefícios a um custo bem pequeno.
Vale lembrar que os clientes fazem a
avaliação dos serviços que recebem com base em suas próprias percepções,
por isso, é indispensável que os indicadores internos da empresa
estejam em consonância com a percepção dos clientes.
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