Introdução
A grande maioria dos
investidores que inicia suas aplicações na bolsa de valores o faz sem o
mínimo critério. Não é difícil encontrar pessoas que começam a investir
já contando com os lucros futuros e encerram suas aplicações pouco
tempo depois com um enorme sentimento de frustração e, o que é pior, com
algum prejuízo no seu capital.
Ao iniciar suas aplicações, todo
investidor tem como objetivo principal aumentar seu patrimônio. Se hoje
você aplicasse R$ 100.000,00 em ações sua expectativa seria de resgatar
seu capital considerando as seguintes situações:
1. Que o capital resgatado fosse
suficiente para ter de volta os R$ 100.000,00 investidos, corrigidos
pela inflação, de modo a manter o poder de compra deste capital.
2. Resgatar um “X” acima do valor citado no item 1 de modo que esse “X” represente um aumento do seu montante.
O principal objetivo deste curso é
mostrar que em qualquer aplicação financeira, da caderneta de poupança à
aplicação em ações, o aumento do capital não deve ser a causa e sim a
conseqüência de um criterioso estudo de todos os fatores que podem
afetar a rentabilidade das suas aplicações. Em outras palavras, queremos
mostrar a importância da educação financeira para o aumento do seu
capital, medido pelo valor do seu patrimônio em ações, imóveis, renda
fixa etc.
Ao final deste curso você estará pronto
para iniciar seus investimentos em ações de forma segura. Saberá qual o
papel de cada um dos participantes do mercado e como e presença deles é
vital para o sucesso de suas aplicações. Com o conhecimento e o
aprendizado adquiridos neste curso você poderá investir de forma
consciente e utilizando estratégias operacionais bem sucedidas nos
múltiplos mercados de renda variável, aprendendo a lidar com as mais
diversas situações que afetam a rentabilidade de seus negócios.
Panorama geral do mercado de capitais
2.1 – O mercado de capitais
O mercado de capitais é um sistema de
distribuição de valores mobiliários que tem o objetivo de proporcionar
liquidez aos títulos de emissão das empresas, viabilizando seu processo
de capitalização.
Os principais participantes deste
mercado são as bolsas de valores e as sociedades corretoras de valores.
Além disso, uma estrutura de regulação deste mercado foi desenvolvida ao
longo dos últimos anos. Esse assunto será tema específico de uma parte
do curso.
Vários tipos de títulos são negociados
no mercado de capitais, O nosso foco será a apresentação das
características dos títulos que representam o capital social das
empresas (as ações) e algumas das principais estratégias operacionais
utilizadas por grandes investidores com objetivo de conseguir bons
lucros em suas operações.
2.2 - O que é uma bolsa de valores
Um dos fatores fundamentais na decisão do investidor quando compra ações é a possibilidade de que, mais tarde, ao necessitar do total ou de parte do capital investido, possa desfazer-se delas e resgatar seu dinheiro.
A bolsa de valores é o mercado em que se
compram e vendem ações e outros títulos emitidos pelas empresas de
capital aberto. Está aberta a todo tipo de investidor e de instituições e
é regulada oficialmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e
pelo Banco Central (BACEN). Além de seu papel básico de oferecer um
mercado para a cotação/negociação dos títulos nela registrados a bolsa
deve orientar e fiscalizar seus membros, facilitar a divulgação
constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se
realizam sob seu controle. A bolsa de valores oferece aos investidores a
possibilidade de negociar suas ações, conferindo liquidez às aplicações
de curto e longo prazo realizadas em seu ambiente de negociação.
Através das bolsas de valores é possível
estimular o investimento em empresas em expansão, que, diante desse
apoio poderão assegurar condições para seu crescimento, gerando
empregos, renda e movimentando a economia do país.
No Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores
do país) tem o papel de oferecer as empresas e aos investidores um
ambiente de negociação adequado, com agilidade, segurança e
transparência na execução das operações. Na Bovespa são negociados,
regularmente, ações de companhias abertas, opções sobre ações, direitos e
bônus de subscrição, cotas de fundos de investimento, dentre outros.
Existem na Bovespa três tipos de mercados disponíveis para a negociação
dos títulos citados.São eles: o mercado à vista, mercado à termo e o
mercado de opções.
Mercado à vista – nele
são realizadas as operações de compra e venda de ativos admitidos para
negociação no pregão da Bovespa tais como ações de emissão das
companhias abertas.
Mercado a termo – as operações são realizadas com prazos de liquidação definidos no momento da abertura da operação.
Mercado de opções – são negociados direitos de compra/venda de um lote de ações, com preços e prazos preestabelecidos.
2.3 - Perspectiva histórica da Bovespa
Com mais de 100 anos de história, a
Bovespa passou por profundas transformações antes de se tornar um dos
maiores centros de negociação de ações de todo o planeta. A seguir
listamos os principais acontecimentos desde a inauguração da chamada
Bolsa Livre em meados de 1890.
1890 – Fundação da Bolsa Livre, fechada em 1891 em decorrência da política de encilhamento em curso no Brasil.
1895 – Fundação da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. As negociações de títulos públicos e de ações eram registradas em grandes quadros-negros de pedra.
1934 – Mudança de nome para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
1967 – Surgimento das sociedades corretoras de valores e do operador de pregão. Nessa época, a bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).
1972 – Implantação do pregão automatizado com o envio de informações em tempo real.
1990 – Início das negociações em pregão eletrônico em paralelo com o sistema tradicional de viva voz.
1997 – Implantação do Mega Bolsa, plataforma de processamento de informações e envio/recebimento/execução de ordens no pregão da bolsa.
1999 – Lançamento do sistema de Home Broker, possibilitando ao investidor transmitir suas ordens diretamente ao mega bolsa.
2007 – Abertura de capital da BOVESPA, que passa a ser chamada de Bovespa Holding.
2008 – Integração da Bovespa Holding S.A e da BM&F S.A (Bolsa de Mercadorias de Futuros), a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado.
1895 – Fundação da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. As negociações de títulos públicos e de ações eram registradas em grandes quadros-negros de pedra.
1934 – Mudança de nome para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
1967 – Surgimento das sociedades corretoras de valores e do operador de pregão. Nessa época, a bolsa passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).
1972 – Implantação do pregão automatizado com o envio de informações em tempo real.
1990 – Início das negociações em pregão eletrônico em paralelo com o sistema tradicional de viva voz.
1997 – Implantação do Mega Bolsa, plataforma de processamento de informações e envio/recebimento/execução de ordens no pregão da bolsa.
1999 – Lançamento do sistema de Home Broker, possibilitando ao investidor transmitir suas ordens diretamente ao mega bolsa.
2007 – Abertura de capital da BOVESPA, que passa a ser chamada de Bovespa Holding.
2008 – Integração da Bovespa Holding S.A e da BM&F S.A (Bolsa de Mercadorias de Futuros), a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado.
2.4 - A Bovespa em números
A Bovespa alcançou em 2008 uma série de recordes em relação ao volume negociado e ao número de investidores participantes do mercado. De janeiro a de dezembro de 2008, a Bovespa negociou R$ 1,51 trilhão. A média diária ficou em R$ 6,2 bilhões em valor financeiro de atingiu a marca histórica de 218 mil negócios por dia. Para efeito de comparação, o ano de 2007 (o melhor da bolsa até então) registrou 153 mil negócios por dia, com um volume financeiro médio de R$ 4,9 bilhões.
Quanto ao número de investidores, 2008
marca o momento histórico com mais de 500 mil aplicadores em ações
(medido pelo número de CPF’s cadastrados na Bovespa). Com estes números,
a Bovespa se consolida como o principal centro de negociações de ações
da América Latina e cumpre, cada vez mais, o seu papel de ser um dos
principais propulsores do crescimento das empresas, oferecendo um
ambiente altamente desenvolvido e transparente para a captação de
recursos essenciais para o investimento na economia do país.
Conhecendo a renda variável
3.1 – Financiamento da economia
“Bolsa forte, economia forte”. Assim podemos definir a importância que um mercado de capitais desenvolvido tem para a economia de um país. Isso porque o crescimento do nível de poupança está diretamente ligado ao aumento da disponibilidade de recursos para investir.
A poupança individual e a poupança das
empresas (lucros) representam as principais fontes de financiamento dos
investimentos de um país. As empresas, à medida que se expandem,
necessitam de recursos que podem ser obtidos por meio de empréstimos,
investimento de lucros retidos na empresa ou participação de novos
sócios.
Com a entrada de novos investidores
(sócios), uma empresa ganha condição de obter novos recursos não
exigíveis, distribuindo parte dos lucros da companhia aos novos sócios
sob a forma dos dividendos, gerando empregos, renda e movimentando a
economia. O fluxo de negócios de uma economia pode ser resumido da forma
abaixo:
Ao oferecer seus produtos e serviços no
mercado (interno e externo) as empresas o fazem com o objetivo de
obterem lucros na execução de suas atividades. Além disso, toda empresa
tem, como metas, alcançar uma maior participação no mercado e expandir
suas receitas e lucros. Em outras palavras, o crescimento dos lucros
está relacionado aos investimentos realizados pela empresa.
A bolsa de valores, através do processo
de abertura de capital tem um papel fundamental na captação dos
investimentos necessários ao crescimento das empresas em um país. Quanto
mais desenvolvido é o mercado de capitais de uma economia mais
desenvolvido e dinâmico é o país.
3.2 – O que é uma ação
Quando você adquire uma ação, está automaticamente fazendo parte de um negócio, tornando-se co-proprietário da empresa da qual é acionista, participando dos seus lucros.
Portanto, ações são títulos de renda
variável, emitidos por sociedades anônimas que representam uma fração do
capital da empresa que as emitiu.
As ações podem ser de dois tipos:
Ordinárias (ON) – concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas assembléias deliberativas da companhia.
Preferenciais (PN) – oferecem preferência na distribuição de resultados da empresa ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia.
Classes de ações – As companhias podem emitir diferentes classes de ações PN (A,B,C...Z).
Cada classe possui uma característica
distinta e valores diferenciados de dividendos. Tais especificações são
explicitadas no estatuto social da empresa.
Units –são “pacotes de
ações” com a combinação de vários tipos de ações em um único ativo do
tipo: 6 ações ON e 5 ações ON para cada uma das units. As especificações
de cada unit são descritas no estatuto social das companhias.
O código de uma ação é formado por
quatro letras que fazem menção ao nome da empresa e por uma letra que
identifica o tipo de ação, conforme mostra o quadro abaixo.
3.3 – Por que as empresas abrem o capital
A maioria das empresas conhecidas no Brasil e no mundo tem suas ações negociadas na Bovespa. Para se tornar sócio, por exemplo, da companhia que produz a gasolina que você usa no seu carro, basta comprar ações desta empresa por meio de uma corretora.
Para que empresas como Banco do Brasil,
Vale e Petrobras tivessem suas ações negociadas na Bovespa tiveram que
abrir o capital. Por que estas empresas abriram o capital?
Os motivos não são simples de serem
justificados. Porém, podemos listar algumas das principais vantagens que
as levam a fazer isso:
• A empresa passa a ter maior acesso a recursos para realizar investimentos importantes para seu crescimento.
• Utilização das ações como forma de pagamento em aquisições de concorrentes, facilitando o processo de fusão de grandes empresas que normalmente resultam em ganhos de eficiência e maiores lucros.
• Criação de um referencial constante de avaliação do negócio em relação aos concorrentes.
• Melhoria da imagem institucional de empresa, fortalecendo o relacionamento com seus públicos.
• Reestruturação empresarial.
• Utilização das ações como forma de pagamento em aquisições de concorrentes, facilitando o processo de fusão de grandes empresas que normalmente resultam em ganhos de eficiência e maiores lucros.
• Criação de um referencial constante de avaliação do negócio em relação aos concorrentes.
• Melhoria da imagem institucional de empresa, fortalecendo o relacionamento com seus públicos.
• Reestruturação empresarial.
3.4 –Como as empresas abrem o capital
Uma vez que os sócios julguem que a abertura de capital pode trazer benefícios, há um conjunto de etapas a serem percorridos antes, durante e após o processo de abertura de capital da empresa:
1- Analisar a conveniência da abertura de capital.
2- Escolher o intermediário financeiro.
3- Preparar a documentação estatutária.
4- Organizar apresentações sobre a empresa ao mercado.
5- Executar a colocação das ações para negociação na Bovespa.
6- Cumprir com as exigências de uma companhia aberta no que diz respeito a divulgação de informações sobre a empresa, conforme exigido pela legislação.
2- Escolher o intermediário financeiro.
3- Preparar a documentação estatutária.
4- Organizar apresentações sobre a empresa ao mercado.
5- Executar a colocação das ações para negociação na Bovespa.
6- Cumprir com as exigências de uma companhia aberta no que diz respeito a divulgação de informações sobre a empresa, conforme exigido pela legislação.
O primeiro procedimento para uma empresa
abrir o capital é entrar com um pedido de registro de companhia aberta
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Junto desse pedido as empresas
também solicitam à CVM autorização para realizar uma venda de ações ao
público, conhecida como distribuição pública de ações. Essa emissão é
chamada de Oferta Pública de Ações (OPA). Além disso, é solicitado o
registro da empresa junto a Bovespa para que as ações possam ser
admitidas para negociação nos mercados primário e secundário,
organizados pela bolsa.
Os novos sócios da empresa podem ser
pessoas físicas, clubes de investimento, investidores institucionais
(grandes fundos de investimento), instituições financeiras, investidores
estrangeiros e pessoas jurídicas. Cabe ressaltar que a grande presença
de pessoas físicas contribui para que a empresa consiga vender suas
ações para um público mais disperso de investidores, melhorando as
condições de liquidez quando as ações forem admitidas para negociação na
Bovespa.
3.5 –Tipos de ofertas públicas de ações
As ofertas públicas de ações podem ser primárias e/ou secundárias. Na oferta primária a empresa emite e vende novas ações ao mercado. Neste caso, o vendedor é a própria companhia e assim os recursos obtidos na distribuição são integralmente canalizados para a empresa. Em uma distribuição do tipo secundária quem vende as ações é o próprio empreendedor e/ou alguns de seus sócios. Portanto, são ações já existentes que estão sendo vendidas. Entretanto, independentemente do tipo de distribuição, uma oferta pública de ações amplia o quadro de sócios da empresa com os compradores das ações. Os novos investidores passam a ser parceiros e proprietários de uma parte da companhia.
3.6 – Mercados primário e secundário
O lançamento das ações é feito através do mercado primário. As empresas ocorrem ao mercado primário para captar os recursos que necessitam, visando ao financiamento de seus projetos de expansão. Já no mercado secundário, ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário, proporcionando ao investidor a liquidez necessária para trocar/sair de suas aplicações em ações quando quiser.
Em resumo:
•Redução do custo de capital.
•Diluição do risco com a entrada de novos sócios.
•Viabilização de projetos de investimento
•Referencial de avaliação via mercado.
•Fortalecimento Institucional.
•Diluição do risco com a entrada de novos sócios.
•Viabilização de projetos de investimento
•Referencial de avaliação via mercado.
•Fortalecimento Institucional.
•Participa de negócios rentáveis.
•Tem acesso a uma forma de poupança que tende a render mais a longo prazo.
•Tem acesso a informações detalhadas sobre seu empreendimento.
•Tem acesso a uma forma de poupança que tende a render mais a longo prazo.
•Tem acesso a informações detalhadas sobre seu empreendimento.
•Mais investimentos estimulam toda a economia: INVESTIMENTOS / EMPREGOS / RENDA / POUPANÇA
•Uma bolsa forte estimula a economia, criando um círculo virtuoso.
•Uma bolsa forte estimula a economia, criando um círculo virtuoso.
3.7 – Direitos e benefícios do acionista
Como vimos, ao adquirir ações de uma empresa, o investidor passa a ser proprietário de uma parte dos lucros desta companhia. A seguir, listamos as principais formas de remuneração ao acionista de uma companhia aberta.
Dividendo – é o valor
distribuído aos acionistas, em dinheiro, na proporção da quantidade de
ações possuídas, resultante dos lucros obtidos pela empresa em um
determinado período.
Pela lei das sociedades anônimas (Lei
6.404/76 das S.A) é obrigatório a distribuição de um dividendo mínimo de
25% do lucro líquido apurado pela empresa no exercício social anterior
(mês, trimestre ou ano). A periodicidade da distribuição de dividendos é
definida pela Assembléia Geral Ordinária (A.G.O), que também determina
qual a parcela de lucro a ser distribuída sob a forma de dividendo,
obedecendo aos interesses da empresa. Uma vez definido pela A.G.O o
dividendo é divulgado ao mercado com as datas e valores a serem
distribuídos aos acionistas.
Data com - data limite para os investidores comprarem a ação tendo direito de receber os dividendos.
Exemplo.
Exemplo.
Código Tipo Provento Valor (R$) Data "Com"
BMIN4 Juros capital próprio 0,005000 20/01/09
MERC4 Juros capital próprio 0,162000 20/01/09
AMBV3 Juros capital próprio 0,390000 14/01/09
BMIN4 Juros capital próprio 0,005000 20/01/09
MERC4 Juros capital próprio 0,162000 20/01/09
AMBV3 Juros capital próprio 0,390000 14/01/09
Data “ex” – data a partir da qual os ativos são negociados sem os dividendos distribuídos.
Apurando os ganhos com a empresa:
Para calcular o quanto seu investimento ou a ação que você comprou esta rendendo basta usar a seguinte fórmula:
Juros sobre capital próprio (JSCP)
– são reservas de lucros apresentados em exercícios anteriores que
ficaram retidos na empresa e são distribuídos aos acionistas. O volume a
ser distribuído bem como as datas são definidos pela Assembléia Geral
Ordinária da empresa.
Bonificação
–corresponde à distribuição gratuita de novas ações para os atuais
acionistas. Eventualmente, a bonificação pode ser distribuída aos
acionistas sob a forma de dinheiro.
Direitos de subscrição -
é o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com
preferência na subscrição – em quantidade proporcional às já possuídas,
em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa.
Instrumentos de controle de liquidez – (Sem ganho/prejuízo para o investidor)
Desdobramento (SPLIT) -
aumento da quantidade de ações no mercado, sem alteração no capital
social da empresa, com o objetivo de aumentar a liquidez no mercado. Na
prática, um desdobramento se processa da seguinte maneira na sua
carteira de investimentos:
Grupamento (INPLIT) - Processo inverso ao desdobramento (SPLIT)
3.8 – Participantes do mercado de capitais
O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
Em linhas gerais, o sistema financeiro de um país pode ser definido como um conjunto de instituições (normativas, regulatórias e executivas) que se dedica- ao trabalho de propiciar condições ótimas para a manutenção de um fluxo de recursos constante entre poupadores e investidores.
Por exemplo, uma usina siderúrgica que
tem como projeto a expansão de seus negócios através da construção de
uma nova fábrica. Como o volume de recursos necessários para a execução
deste projeto é consideravelmente alto, essa empresa recorre ao mercado
financeiro para a captação destes recursos. Sem a existência de um
mercado que atue como facilitador desta captação a siderúrgica estaria
diante de um grande impasse. Devido à necessidade de captar grandes
somas de dinheiro para financiar o projeto de expansão, ficaria
praticamente impossível a captação de tal volume, uma vez que sem os
mercados financeiros, o dinheiro, muito provavelmente, estaria disperso
nas mãos de muitos poupadores, tornando os custos de transação muito
altos. Do lado dos investidores, a dificuldade em obter informações
sobre a solidez da empresa, bem como sobre a efetiva aplicação dos
recursos no projeto de expansão, seria muito arriscado aplicar seu
capital em um negócio com tantas incertezas.
O Sistema Financeiro Nacional surge como
catalisador do processo de encontro entre poupadores e investidores.
Sua estrutura legal e operacional tem por objetivo possibilitar a
siderúrgica citada acima a captação do dinheiro a um custo mais baixo.
Para os investidores, o Sistema Financeiro atua como uma espécie de
fiador do negócio, dando a credibilidade e a transparência necessárias a
aumentar a confiança do investidor ao aplicar suas economias na empresa
em questão.
Podemos concluir que o mercado
financeiro pode ser considerado como elemento dinâmico do processo de
crescimento econômico, uma vez que permite a elevação das taxas de
poupança e do nível de investimentos do país. Confira os principais
participantes do mercado de capitais, um segmento específico do mercado
financeiro, do qual fazem parte as bolsas de valores e as sociedades
corretoras de valores.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
– é o responsável pela fixação das diretrizes da política monetária,
fiscal, creditícia e cambial do país. É o órgão deliberativo máximo do
SFN, sendo um importante conselho de políticas econômicas do Brasil.
Banco Central do Brasil (BACEN)
- é a entidade criada para atuar como órgão executivo do Sistema
Financeiro Nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer
cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as
normas expedidas pelo CMN. Além disso, tem a importante função de
controlar a liquidez do sistema financeiro. Atua também, em conjunto com
a CVM e com a própria Bovespa na fiscalização dos negócios realizados
pelas corretoras de valores. Para mais informações, acesse
www.bcb.gov.br
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
– autarquia especial vinculada ao Ministério da Fazenda que tem a
função de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de capitais.
Criada em 1976, assegura o exercício de práticas legais e atua para
inibir qualquer tipo de irregularidade no mercado. Além disso, é
responsabilidade da CVM criar políticas e iniciativas capazes de
promover o desenvolvimento do mercado. Para mais informações, acesse
www.cvm.gov.br
Bolsas de valores –
exercem o papel de oferecer um mercado para a cotação/negociação dos
títulos nela registrados. Além disso, orienta e fiscaliza os serviços
prestados por seus membros (as sociedades corretoras de valores) e
facilita a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre
os negócios sob seu controle. Propiciam liquidez às aplicações de curto
e longo prazo, por intermédio de um mercado contínuo, representado por
seus pregões diários. Para mais informações, acesse www.bovespa.com.br
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC)
– é a empresa responsável pela compensação, liquidação e controle de
risco das operações realizadas na Bovespa nos mercados à vista e de
liquidação futura e pelo registro e liquidação das operações dos
empréstimos de títulos (o BTC). Além disso, a CBLC assumiu o serviço de
custódia das ações negociadas na Bovespa , podendo ser considerada a
depositária central do mercado de ações no Brasil. Para mais
informações, acesse www.cblc.com.br
Sociedades Corretoras de Valores
– são instituições financeiras devidamente credenciadas pelo Banco
Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas próprias
bolsas de valores e somente elas estão habilitadas a negociar valores
mobiliários em pregão. Podem ser definidas como intermediárias
especializadas na execução de ordens determinadas por seus clientes,
além de prestarem uma série de serviços aos investidores e às empresas
tais como:
• Orientação para a seleção de investimentos.
• Intermediação de operações de câmbio.
• Assessoria de empresas na abertura de capital, entre outros.
• Intermediação de operações de câmbio.
• Assessoria de empresas na abertura de capital, entre outros.
Somente as corretoras de valores estão
autorizadas a realizar operações no pregão da Bovespa. Para mais
informações, acesse www.uminvestimentos.com.br
Investidores – toda
essa estrutura do sistema é constantemente aperfeiçoada para que o
Sistema Financeiro possa se aprimorar na sua função de promover o
crescimento econômico através da aproximação de poupadores e
investidores. Conhecer o papel de cada um desses participantes do
mercado é fundamental para que você tenha mais segurança na hora de
investir. O esquema abaixo mostra como os participantes do mercado
interagem em uma operação de compra de Petrobrás (PETR4):
3.9 – Governança corporativa
3.9.1 - Por que é bom para o investidor?
Imagine-se escolhendo um imóvel para você e sua família ou então comprando seu primeiro carro. O que você deve considerar na hora de tomar sua decisão? No primeiro caso, certamente fatores como segurança, localização do imóvel, proximidade com a escola dos seus filhos, tranquilidade da rua e/ou do bairro são extremamente importantes na hora da decisão.
Para a compra do carro, fatores como
consumo, valor do IPVA, seguro serão bastante analisados antes de fechar
negócio. Em ambos os casos, você pode tranquilamente visitar a casa que
pretende comprar e conferir se o imóvel atende às suas exigências, bem
como pode ir a várias concessionárias de automóveis da sua cidade em
busca do carro ideal. Sendo assim, você confere a veracidade das
informações que o anúncio da casa ou do carro apresenta e toma a decisão
com base nas suas observações.
Agora, imagine se seria possível visitar
todas as empresas de capital aberto do Brasil em busca da empresa ideal
para investir seu dinheiro. Ainda que você dispusesse de tempo para tal
empreitada, os custos desta operação seriam bastante elevados. Sendo
assim, o que é necessário para avaliar se uma empresa atende ou não as
suas expectativas de investimento?
Será que a empresa em que estou
investindo está alinhada aos meus interesses como acionista? Os
controladores desta empresa estão interessados no crescimento da empresa
ou apenas em seu enriquecimento? Esta empresa respeita o meio ambiente?
As respostas para essas e muitas outras
questões serão encontradas no nível de governança corporativa que essas
empresas têm na execução de suas operações. Segundo o Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um
sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo
os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria,
Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança
corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade,
facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. Uma
boa governança corporativa é importante para todos os tipos de
investidores.
Grandes instituições atribuem à
governança corporativa o mesmo peso que aos indicadores financeiros
quando avaliam decisões de investimento. Estudos comprovam que
investidores profissionais se dispõem até mesmo a pagar mais caro para
investir em ações de empresas com altos padrões de governança. Em sua
essência a governança corporativa tem como principal objetivo recuperar e
garantir a confiabilidade em uma determinada empresa para os seus
acionistas.
3.9.2 - Níveis de governança corporativa
Para orientar o investidor sobre os padrões de governança corporativa das empresas listadas, a Bovespa estabeleceu princípios de governança corporativa a serem seguidos pelas empresas, definindo níveis diferenciados de transparência de informações e respeito ao acionista minoritário. Vale ressaltar que a adesão a esses níveis é voluntária e deve ser assinada pelos administradores das empresas e pela Bovespa, obrigando a empresa a cumprir com as obrigações descritas por cada nível assumido.
A Bovespa não registra automaticamente
as empresas nos níveis 1,2 e 3 (novo mercado), mesmo que,
voluntariamente, as companhias atendam a todos os requisitos de listagem
em um desses segmentos. É necessária a assinatura do Contrato de Adoção
de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa relativo ao
compromisso assumido, celebrado entre, de um lado, a Bovespa e, do
outro, a companhia, os administradores e o acionista controlador.
Nível 1 – Principais características:
• Abertura da posição acionária por
espécie e classe de qualquer acionista que detiver mais de 5% das ações
de cada espécie e classe do capital social, de forma direta ou indireta,
até o nível de pessoa física.
• Quantidade de ações em circulação, por espécie e classe, e sua porcentagem em relação ao total das ações emitidas.
• Para melhorar a liquidez e a pulverização das ações da Companhia no mercado secundário, o regulamento exige que a empresa mantenha um percentual mínimo de 25% de ações em circulação.
• Quantidade de ações em circulação, por espécie e classe, e sua porcentagem em relação ao total das ações emitidas.
• Para melhorar a liquidez e a pulverização das ações da Companhia no mercado secundário, o regulamento exige que a empresa mantenha um percentual mínimo de 25% de ações em circulação.
Nível 2 – Principais características:
• Todas as exigências do nível 1.
• Direito de voto para os detentores de ação PN nos casos de transformação, cisão ou incorporação da companhia.
• Em caso de venda do controle acionário o comprador garante aos detentores de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, no mínimo, 80% do valor pago às ações ordinárias.
• A empresa deve realizar ao menos uma reunião pública anual com analistas e outros interessados para apresentar a sua situação econômico-financeira, projetos e perspectivas.
• Em caso de venda do controle acionário o comprador garante aos detentores de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, no mínimo, 80% do valor pago às ações ordinárias.
• A empresa deve realizar ao menos uma reunião pública anual com analistas e outros interessados para apresentar a sua situação econômico-financeira, projetos e perspectivas.
Nível 3 (novo mercado) – Principais características:
• Todas as exigências do nível 2.
• A empresa deve ter e emitir exclusivamente ações ordinárias, tendo todos os acionistas o direito de voto.
• Em caso de venda do controle acionário, o comprador estenderá a oferta de compra a todos os demais acionistas, assegurando-se do mesmo tratamento dado ao controlador vendedor.
• A empresa deve ter e emitir exclusivamente ações ordinárias, tendo todos os acionistas o direito de voto.
• Em caso de venda do controle acionário, o comprador estenderá a oferta de compra a todos os demais acionistas, assegurando-se do mesmo tratamento dado ao controlador vendedor.
Participando do mercado
4.1 Formas de investimento coletivo
Existem duas formas de atuar no mercado de ações. A primeira delas é através de formas coletivas de investimento. Os instrumentos mais conhecidos de aplicação coletiva são os clubes e os fundos de investimento. Ambos têm o objetivo de criar uma carteira de investimentos com base na união de recursos de vários investidores. Os clubes de investimento são importantes instrumentos de entrada de novos investidores no mercado, apesar de serem um pouco mais limitados que os fundos no que diz respeito à profissionalização da forma de captação e nas operações disponíveis a cada um deles. Confira as características de cada uma dessas formas coletivas de investimento.
4.1.1 Clubes de investimento
Clube de Investimento é uma comunhão de
recursos de pessoas físicas - no máximo 150 participantes, salvo
exceções previstas na regulamentação administrada profissionalmente por
instituição credenciada pela CVM.
O funcionamento dos clubes de
investimento obedece a normas da CVM, da Bovespa e de um Estatuto Social
Estatuto Social próprio, que determina seus principais aspectos e só
pode ser alterado por decisão dos participantes em Assembléia Geral, que
tem poderes para decidir sobre todas as matérias relativas aos
interesses do clube.
A carteira dos clubes de investimento
deve ser composta por, no mínimo, 51% em ações, bônus de subscrição e
debêntures conversíveis em ações de companhias abertas, adquiridas em
bolsas de valores ou mercado de balcão organizado.
A grande vantagem dos clubes em relação
aos fundos de investimento reside na possibilidade de seus membros
participarem da gestão da carteira que pode ser realizada por pessoa
diferente do administrador do clube ou ser exercida, isoladamente ou em
conjunto, por: representante dos condôminos, pessoas físicas ou
jurídicas contratadas ou entidade integrante do sistema de distribuição
de títulos e valores mobiliários (Sociedades Corretoras, Distribuidoras,
Bancos de Investimento, etc)
4.1.2 Fundos de investimento
Um fundo de investimento é um condomínio
que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas), com o
objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma
carteira de títulos ou valores mobiliários. Os cotistas do fundo de
investimento compartilham dos mesmos interesses e objetivos ao investir
no mercado financeiro e de capitais.Funciona exatamente como um
condomínio de apartamentos, onde cada condômino é dono de uma cota (um
apartamento) e todos pagam a um terceiro para administrar e coordenar as
tarefas do prédio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção
de elevadores etc.). Neles são estabelecidas as regras de funcionamento
(horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música
alta nas dependências dos apartamentos, entre outras). Essas regras são
seguidas por todos os moradores, sem exceção.
Assim como num condomínio, num fundo de
investimentos os cotistas (os moradores) compram uma quantidade de cotas
ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um terceiro (o
administrador) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus
recursos no mercado. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista
está aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate,
horários, custos etc.), e passa a ter os mesmos direito dos demais
cotistas, independente da quantidade de cotas que cada um possui.
O quadro abaixo resume as principais caracterísiticas de um fundo e um clube de investimentos.
4.2 Formas de investimento individual
Os investidores devem comprar ou vender ações emitidas por companhias abertas através das corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários - sociedades integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários que possuem registro na CVM. O processo é bem simples e demora, em média, de três a cinco dias até que uma conta esteja aberta. O primeiro passo é escolher uma corretora autorizada a operar pelos orgãos reguladores do mercado. Em seguida, o investidor preenche o cadastro com os dados pessoais, anexa os documentos exigidos pela corretora e encaminha a documentação. Com o cadastro aprovado, já é possível enviar as ordens de compra e venda através da corretora (via telefone, e-mail,msn ou qualquer meio que possa registrar o envio da ordem pelo cliente) ou mesmo pela internet, utilizando a ferramenta do Home Broker.
4.2.1 Home Broker
É o sistema das corretoras que permite o
acesso das pessoas físicas (seus clientes) à plataforma de negociação
eletrônica da Bovespa pela internet. Para utilizar o sistema, o
investidor precisa ser cliente de uma corretora membro da Bovespa que
possua o sistema Home Broker, que permite que investidores enviem ordens
de compra e venda de ações pelo site de sua Corretora.
Dentre as principais vantagens do home broker, podemos citar:
• Possibilidade de consulta em casa ou no escritório das posições financeiras e de custódia.
• Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no mercado à vista (lote padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e venda de opções).
• Acompanhamento imediato da carteira de ações.
• Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das ações, porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável que o investidor compare as cotações existentes em outras corretoras, em função do lapso de tempo que pode ocorrer entre uma divulgação e outra.
• Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas.
• Resumo financeiro de todas as operações executadas e suas respectivas notas de corretagens.
• Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no mercado à vista (lote padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e venda de opções).
• Acompanhamento imediato da carteira de ações.
• Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das ações, porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável que o investidor compare as cotações existentes em outras corretoras, em função do lapso de tempo que pode ocorrer entre uma divulgação e outra.
• Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas.
• Resumo financeiro de todas as operações executadas e suas respectivas notas de corretagens.
4.3 O pregão da Bovespa
Atualmente o pregão da Bovespa é totalmente eletrônico. As ordens dos clientes das corretoras são repassadas pelos operadores de mesa, por terminais conectados a bolsa ou pelos sistemas de home broker. Todas estas ordens são encaminhadas para o mega bolsa, sistema desenvolvido e operado pela Bovespa que se encarrega de fechar os negócios e informar as corretoras. Os horários de negociação da Bovespa são os seguintes:
Horário normal
Pregão regular: 10h às 17h
After Market: 17h45 às 19h
Horário de verão
Pregão regular: 11h às 18h
After Market: 18h45 às 19h30
After Market é uma extensão do pregão
regular, sendo muito importante para os pequenos e médios investidores,
permitindo o envio de ordens fora do período regular de negociação. O
limite de ordens enviadas por cada investidos é de R$ 100.000,00 e os
preços dessas ordens nesse período não podem ter variação positiva ou
negativa de 2% em relação ao preço de fechamento do pregão diurno.
4.4 Formação de preços
O processo de formação de preços é determinado pelas interações entre oferta e demanda por um determinado ativo, com o objetivo de se estabelecer o preço justo de uma ação em um determinado momento (minuto, hora, dia, mês, ano...). Na medida em que muitos vendedores se posicionam no mercado, os preço tendem a cair, iniciando um processo de desvalorização do ativo, devido a entrada de muitas ordens de venda em contrapartida a poucas ofertas de compra de uma ação. Na linha inversa, na medida em que muitos compradores se posicionam no mercado, com muitas ordens de compra, inicia-se um processo de valorização do ativo.
Toda essa movimentação pode ser
influenciada por notícias sobre o mercado, informações sobre os negócios
da empresa, entre outros. Cada oferta é registrada de forma a facilitar
o fechamento dos negócios. Entre os compradores, as primeiras posições
são destinadas àqueles que desejam pagar um preço mais alto pelo ativo.
Já entre os vendedores, as primeiras colocações são ocupadas por aqueles
que estiverem dispostos a se desfazer do papel pelo preço mais baixo.
Tais informações são registradas no book de ofertas.
4.4.1 O book de ofertas
É sistema que registra todas as ordens de compra e venda de ações no pregão da Bovespa. As ordens são registradas conforme o horário em que foram efetuadas, a quantidade de ações e o preço de compra ou venda desejeado.
Mercado integral (lote padrão)
– um lote de ações representa uma determinada quantidade de títulos de
características idênticas, sendo o lote padrão uma quantidade de ações
determinadas pelas bolsas de valores. Pode ser negociado de 10 em 10,
100 em 100, 1000 em 1000 ações etc.
Mercado fracionário –
representa qualquer quantidade de ações negociadas em frações inferiores
ao lote padrão. São negociadas por exemplo, de 4 em 4, 45 em 45.
4.4.2 Controles do investidor
4.5 Custos operacionais tributação
Corretagem - valor pago pelo cliente à Sociedade Corretora pela execução de ordem de compra e venda de ativos.
As operações no mercado à vista estão
sujeitas à taxa de corretagem, que incide sobre o movimento total
(compras mais vendas), ou seja, pela intermediação dos negócios
realizados pela corretora em nome do cliente em um mesmo dia de
negociação na mesma corretora.
Além das taxas de corretagem, toda
operação gera o pagamento de emolumentos, conforme tabela divulgada pela
Bovespa em seu site. O valor cobrado a título de emolumentos pode
variar de acordo com o mercado em que a operação foi executada (à vista,
termo, opções etc.)
Segue a tabela de corretagem sugerida pela Bovespa às sociedades corretoras.
Tributação – valor recolhido pelo investidor ao governo federal em virtude de ganho líquido na venda de ações.
A alíquota que incide sobre os ganhos
com operações no mercado de ações é de 15%. O imposto deverá ser pago
caso a soma de todas as vendas no mês ultrapasse R$ 20 mil. A apuração
deve ser mensal. Operações de compra e venda de ações no mesmo dia,
atividade conhecida como day-trade, pagam 20% de imposto sobre os ganhos
e 1% na fonte. O imposto vence no último dia do mês seguinte ao da
venda das ações e deve ser pago através de Documento de Arrecadação de
Receitas Federais (DARF) com o código 6015.
Para se obter a base de cálculo, é
necessário subtrair do valor da alienação, líquido das despesas
operacionais (corretagem e emolumentos) o custo de aquisição das ações
vendidas e somá-lo ao custo das despesas operacionais. (essa conta está
certa mesmo)
Exemplo 1 – Compra por preço único
1.1 - Compra
Se um determinado investidos compra 10
mil ações da empresa ABC ao custo unitário de R$ 3,00, tem um
investimento de R$ 30.000,00. Somando com as despesas incorridas na
operação de compra (R$150,00) tem-se o valor total do custo de aquisição
de R$ 30.150,00
1.2 – Venda
Se o mesmo investidor decide vender as
10mil ações da empresa ABC pelo valor unitário de 3,50, tem-se um total
de R$ 35.000,00. Para calcular o valor líquido da venda efetuada é
necessário subtrair as despesas incorridas na venda (R$ 175,00), tendo
um valor líquido da venda de R$ 34.825,00.
1.3 – Cálculo do imposto
Se CG > 0 – Aplica-se alíquota de 15% sobre CG
Ganho total: R$ 4.624,58 / Alíquota (15%) – Imposto a ser pago : R$ 693,68
1.3 - Recolhimento do imposto:
O imposto é recolhido em bases mensais, caso o valor das compras e
vendas ultrapasse o valore de R$ 20.000,00 com ganho de capital.
Exemplo 2 – Compras por preços diferentes
2.1 Compra – 10.000
ações da empresa ABC pelo preço unitário de R$ 3,50 = R$ 35.000,00. Mais
a compra de outras 8.000 ações da mesma empresa ao preço unitário de R$
3,80 = R$ 30.400,00. Despesas incorridas com as compras = R$ 450,00.
Custo de aquisição das 18.000 ações = R$ 65.850,00, com custo médio
ponderado de R$ 3,66, por ação.
2.2 - Venda - 5.000
ações da empresa ABC pelo valor unitário de R$ 4,20 = R$ 21.000,00.
Despesas incorridas R$ 145,00, resultando em um valor líquido de R$
20.855,00, ou R$ 4,17 por ação. Lucro apurado (5.000 x 4,17 menos 5.000 x
3,66) = R$ 2.550,00.
2.3 Imposto apurado: R$
2.550,00 à alíquota de 15% = Imposto apurado de R$ 382,50, que deverá
ser pago até o último dia do mês subseqüente ao da venda, mediante DARF,
com o código nº 6015.
2.4 – Tratamento do Estoque:Controle do saldo das ações em estoque (13.000 ações ao preço médio ponderado de R$ 3,66) R$ 47.580,00.
Os mercados da BM&F Bovespa
5.1. Índice de mercado
Os índices são indicadores de desempenho de um conjunto de ações, ou seja, mostram a valorização de um determinado grupo de papéis ao longo do tempo. Os preços das ações podem variar por fatores relacionados à empresa ou por fatores externos, como o crescimento do país, do nível de emprego e da taxa de juros. Sendo assim, a variação do índice espelha a tendência da bolsa - de alta ou de baixa - em um determinado período (dia, semana, mês, ano). Os índices de ações servem como um termômetro para o mercado, pois as ações tendem seguir um movimento em grupo, desvalorizando-se ou valorizando-se conjuntamente.
Geralmente, um índice engloba as ações mais negociadas no mercado a que se refere.
Listamos alguns dos principais índices de mercado do Brasil e do Mundo.
IBOVESPA - O Índice
Bovespa (Ibovespa) é o mais importante indicador do desempenho médio das
cotações das ações negociadas na Bovespa. É formado pelas ações com
maior volume negociado nos últimos meses. Trata-se de uma carteira
teórica de ações que representa não somente o comportamento médio dos
preços, mas também o perfil das negociações - do mercado à vista -
observadas nos pregões. Essas ações, em conjunto, representam 80% do
volume transacionado nos doze meses anteriores à formação da carteira.
Como critério adicional, exige-se que a ação apresente, no mínimo, 80%
de presença nos pregões do período. Portanto, o critério de corte é a
liquidez do papel. Para que sua representatividade se mantenha ao longo
do tempo, a composição da carteira teórica é reavaliada a cada quatro
meses. Essa reavaliação é feita com base nos últimos 12 meses em que são
verificadas alterações na participação de cada ação.
DOW JONES INDUSTRIAL AVERAGE (DJIA) - É um índice criado em 1896 pelo editor do “The Wall Street Journal”, Charles Dow. É o segundo mais antigo índice dos Estados Unidos. O cálculo deste índice é bastante simples e é baseado na cotação das 30 das maiores e mais importantes empresas dos Estados Unidos. As empresas que compõe o índice DJIA são ocasionalmente substituídas para acompanhar as mudanças do mercado. De todas as empresas que compunham o índice DJIA inicial, somente General Electric permanece compondo o índice atualmente. Em 1999, empresas como Intel e Microsoft começaram a compor o índice.
NASDAQ - O National
Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ) é uma
bolsa de valores eletrônica, constituída por um conjunto de corretores
conectados por um sistema informático. Essa bolsa lista mais de 3.200
ações de diferentes empresas, em sua maioria de pequena e média
capitalização. Caracteriza-se por compreender as empresas de alta
tecnologia em eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia
etc. O índice representa todos os ativos listados na NASDAQ, tendo como
ponderação o valor de mercado das empresas.
S&P 500 - índice
elaborado pela consultoria americana Standard & Poor´s, que reflete o
desempenho na Bolsa de Valores de Nova York. Um comitê da Standard
& Poor`s elege as 500 companhias líderes nos setores mais
importantes da economia norte-americana para compor esse índice.
Juntamente com o Dow Jones, o S&P 500 está entre os indicadores mais
usados para acompanhar o mercado de capitais dos Estados Unidos.
FTSE 100 - Representa
um pool 100 ações representativas da Bolsa de Valores de Londres,
visando detectar movimentos de alta ou baixa nas cotações. A FTSE é uma
companhia independente de propriedade conjunta do jornal inglês The
Financial Times e da London Stock Exchange.
5.2 Bolsa de mercadorias e futuros BM&F
Os contratos futuros surgiram como uma evolução dos contratos a termo, inicialmente ligados à necessidade do mercado de administrar os riscos de preço de produtos agropecuários no período de entressafra. Participantes do mercado, produtores e consumidores perceberam as vantagens de fixar, com antecedência, os preços dos produtos agropecuários para liquidação em datas futuras.
Além de atrair investidores com o
objetivo de proteção de preços, este mercado também atrai outros
participantes como os especuladores e os arbitradores. Os especuladores
são investidores que assumem posição de risco na expectativa de obter
lucro. Os arbitradores são participantes que não se expõem ao risco. A
estratégia do arbitrador baseia-se na possibilidade lucro frente a
pequenas distorções de preços. Com a evolução dos mercados futuros, hoje
a BM&F negocia mais do que commodities agrícolas, sendo um dos
principais centros de negociação de futuros financeiros e de índices de
ações de todo o planeta.
Principais mercados da BM&F (hoje BM&F Bovespa)
1. Agropecuários: boi, café, milho e soja.
2. Financeiros: juros, inflação, câmbio e índices de ações.
3. Energia e climáticos: ENERGIA elétrica, gás natural e crédito de carbono.
_______________________________________________________________________
2. Financeiros: juros, inflação, câmbio e índices de ações.
3. Energia e climáticos: ENERGIA elétrica, gás natural e crédito de carbono.
_______________________________________________________________________
5.3 Índice futuro
Como o foco deste curso é mostrar o investimento em renda variável através da aplicação em ações, o mercado da BM&F será mostrado a seguir através das negociações com contratos futuros de Ibovespa.
Mercado Futuro é o contrato em que as
partes, compradora e vendedora, se comprometem de comprar e/ou vender
determinada quantidade e qualidade de um ativo financeiro ou ativo real,
sendo que esses são representados contratos padronizados para
liquidação física e/ou financeira, em uma data no futuro. No Mercado
Futuro o valor dos contratos sofre ajustes diários. Essa estrutura
permite a liquidação financeira diária de lucros e prejuízos das
posições, possibilitando mudança de posições.
No caso do mercado futuro de índice de
ações, o ativo é uma cesta de ações. Para facilitar, a entrega física é
substituída pela liquidação financeira. O Futuro de Ibovespa permite ao
investidor a oportunidade de tomar decisões de investimento com base em
sua opinião sobre a tendência global do mercado acionário.
5.4 Mercado à vista
Operação em que as partes efetivamente
compram e vendem um ativo. No mercado à vista da Bovespa a liquidação
física (entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no segundo dia
útil após a realização do negócio e a liquidação financeira (pagamento
dos títulos pelo comprador) é feita no terceiro dia útil posterior à
negociação, somente mediante a liquidação física.
5.5 Mercado a termo
Alavancagem – É um
determinado nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar
as possibilidades de lucro de uma operação, aumentando,
consequentemente, o grau de risco da operação.
O mercado a termo é o que as operações
para liquidação são processadas em data futura. A realização de um
negócio a termo é semelhante à de um negócio à vista, necessitando da
intermediação de uma Sociedade Corretora, que executará a operação, em
pregão, por um de seus representantes. É possível o acompanhamento das
operações do mercado a termo, durante todo o pregão, pela rede de
terminais da Bovespa. O preço a termo de uma ação resulta da adição, ao
valor cotado no mercado à vista, de uma parcela correspondente a juros,
que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. A
operação a termo é garantida por um depósito de garantia na Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), empresa responsável pela
liquidação e controle de risco de todas as operações realizadas na
Bovespa. O agente de compensação e a corretora, responsáveis pela
operação a termo, poderão solicitar de seus clientes o depósito de
garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC.
Os principais usos do mercado a termo
pelos investidores são a possibilidade do investidor de proteger preços
de compra de uma determinada ação e a diversificação de risco com a
utilização da alavancagem. O especulador também tem a possibilidade de
ampliar seus ganhos a partir do mercado a termo, uma vez que esse
possibilita a obtenção de recursos emprestáveis (doadores a termo) com o
objetivo de aumentar os ganhos do especulador.
Exemplo de operação a termo do ativo VALE5
5.6 Aluguel de ações
Consiste na venda de um ativo que o investidor não possui, com o objetivo de lucrar na operação ao recomprá-lo por um preço mais baixo.
Pela regra simples do lucro, para ser
bem sucedido em uma operação é preciso comprar um ativo por um preço
baixo e vendê-lo posteriormente por um preço mais alto. Isso pode ser
resumido na expressão popular: “Comprar barato e vender caro”.
Entretanto, a evolução do preço das ações segue tendências de mercado
que variam de acordo com o tempo. O aluguel de ações permite ao
investidor o ganho financeiro em períodos de queda do preço das ações
através da operação de venda a descoberto. A operação é bem simples e
pode ser resumida pela inversão da regra do lucro. Trata-se de “vender
caro e comprar barato”. O instrumento pelo qual essa operação pode ser
realizada é o Banco de Títulos da CBLC.
O Banco de títulos da CBLC
- é um serviço por meio do qual os investidores disponibilizam títulos
para empréstimos e os interessados os tomam mediante aporte de
garantias. A CBLC atua como contraparte no processo e garante as
operações.
A operação de empréstimo, em si,
consiste na transferência de títulos da carteira do investidor para
satisfazer necessidades temporárias de um tomador, que precisa de
títulos para suporte de sua atividade de trading ou para fazer frente à
falta de papéis na liquidação de operações de venda já realizadas.
Os tomadores atuam por meio de
Sociedades Corretoras, sob a responsabilidade de um Agente de
Compensação. O tomador deve depositar margem de garantia na CBLC por
meio do respectivo Agente de Compensação. O valor da margem é igual ao
valor atualizado dos títulos, acrescido de um percentual definido pelo
BTC. Esse percentual é fixado considerando-se a liquidez e a
volatilidade dos títulos objeto do empréstimo. O valor das margens é
acompanhado diariamente e recomposto, se necessário, na forma e nos
prazos estabelecidos pela CBLC. O depósito das margens de garantia junto
à CBLC e feito pela corretora em nome do cliente.
Ativos disponíveis -
são ativos elegíveis para as operações de empréstimo de títulos no BTC
às ações emitidas por companhias abertas admitidas à negociação na
BOVESPA. Os ativos devem estar depositados no Serviço de Custódia de
Ativos da CBLC e estar livres e desembaraçados de ônus ou gravames que
impeçam sua circulação.
Taxa de aluguel - As
taxas e custos são debitados ao tomador e creditados ao doador no
primeiro dia útil após o encerramento da operação de empréstimo. O custo
do tomador inclui a taxa de registro e a taxa de emolumento da CBLC.
Exemplo de operação de venda a descoberto.
5.7 Mercado de opções
É o mercado em que são negociados direitos de compra ou venda de um lote de ações, com preços e prazos de exercício preestabelecidos. Por esses direitos, o titular de uma opção paga um prêmio, podendo exercê-los até a data de vencimento (no caso de opção no estilo americano) ou na data de vencimento (no caso de opção no estilo europeu) ou revendê-los no mercado. Uma opção de compra (call) confere ao seu titular o direito de comprar as açõesobjeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela Bovespa. Uma opção de venda ao seu titular o direito de vender as ações-objeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições determinadas pela Bovespa. Além disso, o titular pode, a qualquer tempo, negociar seu direito de venda em mercado, por meio da realização de uma operação de natureza oposta.
5.7.1 Características de uma opção
Prêmio/preço da opção -
em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no
lançamento, o titular (comprador) paga e o lançador recebe uma quantia
denominada prêmio.
O prêmio, ou preço da opção, é negociado
entre comprador e lançador, por meio de seus representantes no pregão
da Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta e a demanda, o prazo de
vigência da opção, a diferença entre o preço de exercício e o preço à
vista da ação-objeto, a volatilidade de preço, bem como outras
características da ação-objeto.
Ativo-objeto - é o ativo sobre o qual a opção é lançada (ações e índices).
Mês de Vencimento - é o
mês em que expira a opção. Na Bovespa, os vencimentos normalmente
ocorrem nos meses pares, na terceira segunda-feira do mês corrente.
Preço de Exercício - é o
preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das
opções são determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela
estabelecidos.
Código da opção –é
formado por letras e números: o código do ativo-objeto (ação) seguido
por uma letra que representa o mês de vencimento da opção e um número
que representa o strike (preço de exercício da opção).
Exemplo de codificação de opções.
Meses de vencimento de opções
Lançador – investidor que assume a posição vendida da opção. Em outras palavras, “tem a obrigação de vender”.
Titular– investidor que assume a posição comprada da opção. Em outras palavras, “tem o direito de comprar”.
5.8 Estratégias de negociação utilizando opções
Venda coberta de opções de compra (financiamento/operação taxa) - uma opção é coberta quando o lançador deposita, em garantia, a totalidade das ações-objeto a que se refere à opção lançada. O objetivo básico do lançamento coberto é obter um retorno maior do que o que seria conseguido com a simples posse ou venda imediata das ações.
Depois de ter coberto o lançamento, o
aplicador reclassifica o seu nível de risco, deslocando o seu ponto
teórico de venda para um valor igual ao preço à vista da ação-objeto,
subtraído do prêmio recebido. Com o mercado em baixa, o lançador coberto
se protege até o ponto em que o preço à vista da ação-objeto for igual
ao preço que ele pagou por ela, subtraído do valor do prêmio recebido.
Somente a partir desse ponto é que a operação acarretará em prejuízo.
Exemplo de operação de financiamento com opções.
Estratégia
1º Compro hoje a ação – 2000 VALE5
2º Vendo a opção de compra hoje (financiamento com opções) – 2000VALEJ26
2º Vendo a opção de compra hoje (financiamento com opções) – 2000VALEJ26
Preço a vista de VALE5: R$ 28,00
Débito da compra: (R$ 56.000,00)
Venda da opção: R$ 4.700,00
Saldo na abertura: (R$ 51.300,00)
Débito da compra: (R$ 56.000,00)
Venda da opção: R$ 4.700,00
Saldo na abertura: (R$ 51.300,00)
VALEF26 : prêmio R$ 2,35 - (R$ 2,35)*(2.000)=R$ 4.700,00
Dia do vencimento:
Preço de VALE5: R$ 27,75
Crédito da venda: R$ 52.000,00
Saldo da operação: R$ 700,00
Taxa da operação = (R$ 700,00 / R$ 51.300,00) = 1,36%
Preço de VALE5: R$ 27,75
Crédito da venda: R$ 52.000,00
Saldo da operação: R$ 700,00
Taxa da operação = (R$ 700,00 / R$ 51.300,00) = 1,36%
Cálculo da proteção contra queda
Venda da opção: R$ 2,35
Compra da ação: R$ 28,00
Preço de compra: R$ 25,65 – (atenção para a redução do preço de compra obtida com olançamento coberto da opção)
Compra da ação: R$ 28,00
Preço de compra: R$ 25,65 – (atenção para a redução do preço de compra obtida com olançamento coberto da opção)
Dia do vencimento:
Preço de VALE5: R$ 25,20 – (QUEDA DE 10%)
Perda do investidor (-1,75%)
Proteção contra queda: R$ 2,35/R$ 28,00
Proteção: 8,39%
Preço de VALE5: R$ 25,20 – (QUEDA DE 10%)
Perda do investidor (-1,75%)
Proteção contra queda: R$ 2,35/R$ 28,00
Proteção: 8,39%
Acompanhando o mercado
6.1. Análise fundamentalista
O objetivo da análise fundamentalista é de avaliar alternativas de investimento a partir da consolidação das informações fornecidas pelas empresas, conjugadas à análise do contexto econômico e da realidade setorial nos quais a empresa se insere. Além disso, a análise fundamentalista passa pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelece previsões para o seu desempenho. Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa é definido pela sua capacidade de gerar lucros no futuro.
Podemos classificar tais informações de duas formas distintas:
Histórico da empresa:
informações históricas contábeis e financeiras, disponibilidade
tecnológica, capacidade financeira, fontes de recursos, capital humano,
histórico de desempenho empresarial dos sócios, entre outros;
Possibilidades da empresa:
o momento/oportunidade de mercado, projeções de desempenho, cenários
macroeconômicos, risco envolvidos, alternativas de investimento, valores
éticos, sócio-ambientais, entre outros.
A partir da análise conjunta desses
elementos, são definidas as premissas para a elaboração da projeção de
resultados para os próximos anos. Essa medida de desempenho permite
construir os fluxos de caixa futuros da empresa.
6.1.1 Indicadores de mercado
Os indicadores de mercado utilizados pela análise fundamentalista são usados para comparar o desempenho das empresas em relação aos anos anteriores e entre outras empresas, usualmente comparando-se empresas do mesmo setor. Esses indicadores permitem maior rapidez nas tomadas de decisão dos agentes econômicos, entretanto, a interpretação dos mesmos apresenta certo grau de subjetividade, não existindo definição uniforme entre os participantes do mercado.
Preço/ lucro (P/L) - um
dos indicadores fundamentalistas mais utilizados que consiste na
divisão do valor de mercado da empresa pelo seu lucro atual. A divisão
fornece uma idéia de quantos anos seriam necessários para que os lucros
remunerassem o capital investido na empresa.
P/VPA - valor de
mercado da empresa / Valor Patrimonial Ajustado, que nos indica se a
companhia está sendo negociada abaixo do seu valor patrimonial. Em tese,
quanto mais baixo este índice, menor é o valor da empresa.
Pay-Out é a taxa de
distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de
dividendos ou juros sobre o capital próprio. A legislação exige que seja
distribuído, no mínimo, 25% do lucro líquido após as deduções legais.
Exemplificando, se uma empresa tem lucro de R$ 1,00/ação e distribui R$
0,35/ação como dividendos, seu pay-out seria de 35%.
EV/Ebtida - valor da
firma (valor pago pelos acionistas somado à dívida líquida da empresa)
/Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações),
que procura medir em quantos anos a geração operacional de caixa da
empresa pagaria seu próprio valor.
Dividend Yield: é
calculado tendo como numerador o dividendo distribuído por ação e como
denominador o preço atual da ação. Torna-se especialmente relevante se
visto para o futuro, sendo neste caso necessário que haja uma projeção
de lucro e seja estabelecido um pay-out realista. Assim, se uma ação
custa hoje R$ 100,00 e é esperado receber R$ 10,00 em dividendos, o
yield seria de 10%, podendo ser visto como um rendimento da ação,
independentemente da valorização em Bolsa.
Tabela resumo com os principais indicadores da análise fundamentalista.
Existem outros indicadores que são
utilizados pela análise fundamentalista, tais como indicadores de
liquidez, indicadores de endividamento, entre outros. Entretanto, esses
indicadores acima destacados são os principais e mais utilizados pelo
mercado para avaliação de empresas.
6.2 Análise gráfica
É o estudo dos movimentos passados dos preços e dos volumes de negociação de ativos financeiros, com o objetivo de fazer previsões sobre o comportamento futuro dessas ações. Para os analistas técnicos, a resposta está nos gráficos de preços e volumes negociados das ações. Os gráficos traduzem o comportamento do mercado e avaliam a participação de muitos de investidores capazes de induzir certas formações de preços.
Nessa análise, não importam os lucros
obtidos e projetados, política de dividendos das empresas, expectativas
para o setor de atividade, grau de endividamento, etc. O que interessa
são os fatores internos de oferta e demanda de mercado, capazes de
entender e traduzir os movimentos do mercado.
Para os técnicos que se utilizam desse
sistema de análise, tudo pode ser resumido no preço e volume das ações.
Toda expectativa, boa ou má, dos investidores com relação a determinado
ativo se reflete no preço diário daquele ativo. Utilizando fórmulas,
definindo tendências, verificando o afluxo e refluxo de recursos, o
analista gráfico (ou técnico) procura avaliar o comportamento futuro do
ativo e indicar os melhores momentos de compra e venda.
Tal técnica é amplamente difundida nos
mercados mais evoluídos, existindo uma enorme gama de métodos e modelos
de avaliação. Buscando sempre se antecipar às mudanças de tendência dos
mercados, ao analista técnico não importa a situação da empresa, mas sim
a expectativa dos investidores em relação à ação daquela empresa.
6.2.1 Histórico da análise técnica / Teoria de Dow
A Análise Técnica foi fundamentada com a
Teoria de Dow, que diz que os preços dos ativos refletem a reação do
mercado em relação a todas as informações relevantes. Ou seja, o preço
desconta tudo, tem tendência e os padrões se repetem.
Suporte e resistência, são alguns dos conceitos fundamentais da análise técnica.
Admitindo-se que o mercado tem memória e
grava preços, resistências seriam preços considerados elevados para
determinada ação. Nos gráficos, eles são percebidos quando, em um
trajetória ascendente, a ação encontra dificuldades em continuar seu
caminho. Já as resistências, são preços considerados baixos para
determinadas ações que são observadas nos gráficos quando em trajetória
descendente, a ações encontram dificuldades em continuar a
trajetória de queda.
trajetória de queda.
A Teoria de Dow aborda a movimentação dos preços de ações e fornece uma base técnica para sua análise.
Os pontos básicos da Teoria de Dow são:
• 1. Os índices descontam tudo. Todos os
possíveis fatores que afetam a cotação dos preços dos ativos (ações)
são descontados por esses índices que consideram todas as notícias,
resultados contábeis e financeiros, acidentes etc.
• 2. Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou de baixa. Por sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e terciárias, segundo sua duração.
• 3. Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os índices coincidam com a tendência.
• 2. Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou de baixa. Por sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e terciárias, segundo sua duração.
• 3. Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os índices coincidam com a tendência.
• 4. Volume convergente. Se o mercado
está em uma tendência de alta o volume aumentará, se em tendência de
baixa o volume diminuirá.
• 5. Utiliza as cotações de fechamento para o cálculo das médias. Não leva em conta os máximos e mínimos para o cálculo de seus índices.
• 6. A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que os índices se confirmem, considera-se que a tendência antiga segue em vigor, apesar dos sinais aparentes de mudança. Esse princípio procura evitar a prematura troca de posição (comprada ou vendida).
• 5. Utiliza as cotações de fechamento para o cálculo das médias. Não leva em conta os máximos e mínimos para o cálculo de seus índices.
• 6. A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que os índices se confirmem, considera-se que a tendência antiga segue em vigor, apesar dos sinais aparentes de mudança. Esse princípio procura evitar a prematura troca de posição (comprada ou vendida).
Com o avanço dos sistemas de
infórmatica, o instrumento da análise técnica se desenvolveu
rapidamente. Hoje, existem diversos programas que corroboram para o
desenvolvimento e criação de indicadores e osciladores que possibilitam
aplicações que maximizem o rendimento de seus investimentos.
6.2.2 Tipos de gráficos
Existem três tipos gráficos mais utilizados: gráfico de linhas, de barras e o de velas(candles ou candlestick).
Gráfico de linhas - é
construído a partir dos pontos de fechamento ao longo do tempo.Ele se
destaca pela simplicidade, pois não permite a visualização de pontos
importantes como a máxima, mínima e abertura.
Gráfico de Barras -
possui um número de informações maior do que o gráfico de linhas. Nele é
possível visualizar os pontos de mínima, máxima, abertura e fechamento.
As barras são ligadas pelo preço máximo ao preço mínimo em que foi
negociado o ativo durante o pregão, um pequeno traço à direita
representa o preço de fechamento, outro traço à esquerda representa o
preço de abertura.
Gráfico de candlestick -
no século XVIII os japoneses desenvolveram um método de análise técnica
para analisar os preços de contratos futuros de arroz. O arroz era a
riqueza e os fazendeiros de todo o Japão podiam mandar sacas de arroz
(para onde) que eram mantidas em armazéns, em troca, recebiam um cupom
representativo do valor, que poderia ser vendido a qualquer momento.
Apenas na bolsa Dojima operavam cerca de 1300 traders de arroz.
Candlestick é o nome de uma técnica de análise gráfica de mercado,
criada no Japão em meados do século XVIII, nas antigas bolsas de arroz
de Osaka.
Essa técnica se tornou conhecida no mundo inteiro trazida ao ocidente pelo americano Steve Nison, investidor de Wall Street.
O termo Candlestick (candelabro em
inglês) representa os elementos gráficos utilizados na representação dos
preços praticados pelo mercado que são similares às velas, distribuídas
sobre a área do gráfico. A análise se faz através da identificação de
figuras formadas pelos candles (velas) em determinado ponto da tendência
de mercado.
O gráfico de candlestick é semelhante ao gráfico de barras, contém as mesmas informações. Entretanto, o gráfico de candlestick possui figuras distintas, apresentando candles vazados quando o período apresenta alta, ou seja, fechamento acima da abertura e candles cheios quando apresenta um período de queda, ou seja, fechamento abaixo da abertura.
6.2.3 Periodicidade gráfica
Os gráficos de análise técnica de ações consideram duas variáveis principais. O variável preço é destacado pelo eixo vertical. O variável tempo é apresentado no eixo horizontal. O tempo gráfico é determinante para a avaliação e interpretação do gráfico.
O Variável tempo pode variar entre
mensal, semanal, diário e intraday. No intraday o tempo poderá variar
entre horas e minutos de acordo com a necessidade do investidor.
Os tempos gráficos apresentados são
utilizados de acordo com o perfil de cada investidor. A carteira do
investidor poderá ser montada de acordo com seu perfil, ou seja,
carteiras de longo prazo, médio prazo e curto prazo.
6.3 Tendências de mercado
Tendências são movimentos prolongados de compra ou venda de um ativo durante um período de tempo. Movimentos repetidos constantemente em uma direção bem definida.
Podemos encontrar movimento de tendência
prolongada ou passageira, sendo os gráficos ferramentas imprescindíveis
para a tomada de decisão.
Algumas variáveis se destacam para
analisarmos as tendências do mercado. O tempo, como destacado
anteriormente, é uma variável importante, pois dependemos do tempo
gráfico para definirmos uma tendência. O volume deve confirmar a
tendência. Na maioria das vezes, um forte volume confirma a tendência de
alta ou de baixa. O volume é importante, pois mostra a direção (compra
ou venda) em que a maioria dos players do mercado esta trabalhando. De
modo contrário, uma alta/baixa de preços com volume baixo, geralmente,
não confirma a tendência do mercado.
Estratégias gráficas
7.1 Médias móveis
O uso de médias móveis na análise técnica é uma ferramenta muito utlizada. As médias móveis se tornaram um dos indicadores gráficos mais difundidos no mercado, por serem extremamente úteis.
Média – Uma média
mostra o valor médio de uma amostra de um determinado dado, podendo ser
considerada uma medida de tendência daquela amostra.
O principal objetivo do uso das médias móveis é identificar o início do movimento de uma tendência em uma ação.
7.1.1 Média móvel aritmética
Uma média móvel aritmética (MMA) é uma
extensão do conceito acima, representando o valor médio de uma amostra
(no caso de ações, normalmente dos preços de fechamento do papel), em um
determinado período de tempo.
Mas, por que média móvel? O termo móvel
está presente pelo fato de que quando uma cotação entra no cálculo outra
cotação sai. Em outras palavras, se estamos usando uma média de vinte
cotações e surge uma nova cotação a última dessas 20 cotações é excluída
do cálculo, enquanto que a mais recente entra. Assim, a média
“movimenta-se” através do gráfico.
7.1.2 Média móvel exponencial
A média móvel exponencial tem o mesmo conceito da média aritmética. A diferença é que, ao contrário da média simples, nessa os dados mais novos possuem um peso superior aos dados anteriores à amostra, influenciando mais o seu valor.
7.1.3 Usando médias móveis
A média móvel é uma representação superficial da tendência, uma vez que ela filtra oscilações menores. A média representa, portanto, uma região de suporte/resistência natural e uma de suas principais técnicas de utilização é a compra/venda de uma ação nas proximidades da média. Nessa região o mercado tende a buscar forças para uma nova subida.
No gráfico abaixo de PETR4 observamos 4 pontos de suporte formados pela média móvel de 22 períodos (1 mês).
Outra forma de montar uma operação
utilizando médias móveis é através de cruzamentos. Quando os preços
cruzam a média móvel para cima é dado um sinal de compra e quando cruzam
de cima para baixo é dado um sinal de venda. Como mostra o gráfico
abaixo de GGBR4.
7.1.4 MACD
O MACD é um indicador que representa uma aplicação do conceito de médias móveis exponenciais auxiliando o acompanhamento de tendências de mercado. O indicador é construído a partir da diferença de duas médias móveis exponenciais de 12 períodos (curta) e de 26 períodos (longa). Do resultado da diferença é calculada a média exponencial de nove períodos que é definida como linha de sinal.
MACD = MME(12) –MME(26)
A interpretação do MACD é bem simples.
Se MACD > 0 as tendências mais recentes da ação são de alta, o que é
bom para posições compradas. Se MACD < 0 as tendências recentes da
ação são piores, o que pode fortalecer uma posição vendida.
Quando a linha de MACD cruza a linha de
sinal (conforme acima) é um bom momento para montar posições compradas,
uma vez que há uma ampliação do movimento de alta da ação, conforme
mostram os pontos do gráfico acima.
7.2 Suporte e resistência
Suportes e resistências estão entre os primeiros conceitos que o investidor aprende ao iniciar seus estudos de análise técnica. Podemos dizer que uma resistência é um ponto em que a presença dos vendedores impõe uma pressão que impede que o preço continue subindo. O contrário acontece no ponto de suporte.
Em termos, um nível de suporte
representa uma boa oportunidade para compra de uma ação, em
contrapartida ao ponto de venda que o nível de resistência representa.
Sendo assim, ao operar usando níveis de suporte e resistência, é
fundamental seguir a estratégia que esta sendo adotada. Uma vez que um
nível de resistência foi rompido o mercado parece indicar que os
compradores tendem a prevalecer sobre os vendedores, favorecendo a
abertura/manutenção de posições compradas.
Uma vez definida uma região de suporte
ou resistência, seus papeis podem se alternar, ou seja, uma região de
resistência recente, uma vez rompida para cima pode transformar-se numa
área de suporte. Quando um suporte recente é rompido para baixo, pode
transformarse numa área de resistência. A figura abaixo ilustra bem
suportes e resistências no gráfico.
7.3 Chek list do trade
A melhor maneira de se atingir um determinado objetivo é, antes de colocar qualquer estratégia em ação, decidir os passos necessários para obtenção dos resultados desejados.
Para ter sucesso na renda variável e
alavancar os ganhos é necessário adotar a postura adequada para cada
situação e alcançar o sucesso.
Planejamento é fundamental para evitar
erros e controlar ansiedades. Um bom planejamento de trade deve evoluir
com o tempo e ser constantemente reavaliado. A seguir, estão
relacionadas um conjunto de regras que visam ajudar na construção de
operações.
1. Qual a tendência do mercado?
2. O mercado está respeitando níveis de suporte e resistência?
3. O que os indicadores apontam?
4. Quais os pontos de entrada e saída?
5. Qual será o STOP se a operação der errado?
6. Quanto vou investir de modo a não comprometer significativamente meu capital em caso de perdas?
2. O mercado está respeitando níveis de suporte e resistência?
3. O que os indicadores apontam?
4. Quais os pontos de entrada e saída?
5. Qual será o STOP se a operação der errado?
6. Quanto vou investir de modo a não comprometer significativamente meu capital em caso de perdas?
Torne-se um investidor
Uma boa
estratégia é fundamental na conquista de um objetivo. Grandes exércitos e
corporações bem sucedidas sempre deram importância ao planejamento de
suas ações.
Algumas empresas no Japão, por exemplo,
chegam a planejar os próximos 50 anos de suas atividades. O planejamento
é uma ferramenta importante na medida em que define a direção que será
seguida e, mais importante, informa o caminho a ser tomado quando a
estratégia não estiver trazendo os resultados esperados. É muito mais
fácil definir uma nova rota a partir de uma estratégia planejada.
Com o investimento não acontece
diferente. É muito importante definir uma estratégia antes de iniciar
qualquer aplicação, seja em renda fixa ou renda variável. É muito comum
ver famílias que se esforçam para poupar. Entretanto, na hora mais
importante, que é a efetiva aplicação dos recursos, muitos pecam pela
escolha de investimentos, por dicas sem fundamentos e pela ausência de
critério na seleção da carteira.
Quando o assunto é renda variável, o
planejamento torna-se ainda mais relevante na hora de escolher o tipo e o
perfil que será dado à aplicação. Basicamente, existem dois tipos de
investidores na bolsa de valores. Em primeiro, vêm aqueles para os quais
a bolsa é um tipo sofisticado de brinquedo (acredite, eles existem),
algo como um cassino de luxo onde os números vermelhos e pretos (tal
como no jogo de roleta, muito “popular” nestas casas) são substituídos
por uma das mais de 400 ações que hoje são negociadas na Bovespa. Outro
tipo de investidor é aquele que realmente deseja aumentar seu patrimônio
pessoal ou mesmo viver de renda variável, alavancando seus ganhos
pessoais (provavelmente, este é o seu desejo).
O fato é que existem inúmeras formas de
se atingir esse objetivo. Você pode ser um investidor mais conservador,
daqueles que abrem mão de uma rentabilidade maior em troca da segurança
de ações menos voláteis (boas pagadoras de dividendos, por exemplo).
Existem aqueles que aceitam um risco maior em troca de uma rentabilidade
que gere mais lucro. E também há espaço para aquele investidor que
aceita grandes riscos em troca da possibilidade de uma rentabilidade bem
maior. Qualquer que seja o seu perfil (conservador, moderado ou
agressivo), três premissas básicas devem ser respeitadas na hora de se
escolher uma carteira de ações.
Disciplina – é a parte
mais importante de um planejamento. É ela que garante a continuidade e o
fluxo de recursos necessário para as aplicações que foram definidas
como prioritárias.
Estratégia – se você
não tem ideia de onde está também não saberá para onde ir. Com o auxílio
de bom planejamento possível minimizar as chances de erro e controlar o
choque mais perigoso da aplicação em bolsa. Seu plano deve evoluir com o
tempo e ser constantemente reavaliado.
Paciência - Paciência é
importante para que você tenha consciência de cada momento do seu
investimento. Não se fazem milionários da noite para o dia na bolsa.
Esse mito de um mercado no qual se começa hoje e em pouco tempo se tem
um, dois, três ou mais milhões de reais muitas vezes atrapalha na hora
de permanecer na bolsa.
Mesmo aqueles que ficaram milionários
“da noite para o dia” o fizeram respeitando estes três pilares de
sustentação do sucesso de uma aplicação em bolsa de valores. Na prática,
a definição do planejamento estratégico passa pela consideração de
aspectos pessoais (qual o seu nível de tolerância a volatilidade), por
uma excelente preparação anterior a aplicação e pela avaliação constante
do resultado dos seus trades (um sistema que falha constantemente, tem
algum problema).
8.1 Não há investimento sem risco
Quantas vezes você já planejou alguma coisa que não deu certo? Aquela viagem dos seus sonhos em que tudo deu errado. As férias programadas por tanto tempo, interrompidas por um acontecimento inesperado. Assim como qualquer plano para o futuro, muitas vezes, os objetivos projetados para o investimento podem não ser alcançados. Várias são as razões.
Risco de Mercado -
decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o câmbio, o
preço das ações etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu
investimento de forma positiva ou negativa. Além disso, a capacidade de
pagamento do emissor do título (ou o lucro desse emissor) também pode
variar por conta das condições da economia, prejudicando seu
investimento.
Risco de Crédito -
quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando uma
quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco
de que o tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os
juros combinados, ou que empreendimento não renda o esperado.
Risco de Liquidez -
está diretamente relacionado com a facilidade de resgatar ou transferir
um investimento. Diz-se que não há liquidez nas hipóteses de não se ter o
direito de resgatar o investimento, desse direito ficar restrito a
situações incomuns, do mercado para a negociação do título deixar de
existir, ou do título ser raramente negociado, isto é, haver poucas
pessoas interessadas em negociá-lo - o que dificultará a venda do título
e provavelmente diminuirá o valor do seu investimento.
Risco Legal - está
relacionado a eventuais problemas legais que poderão causar transtornos
no cumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter
defeitos jurídicos que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos
nele estabelecidos, permitindo ao devedor ou tomador não honrar as
obrigações assumidas. Por isso é muito importante somente aplicar em
investimentos regulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.
Risco Operacional -
está relacionado com as falhas ocorridas nas operações e negócios do
tomador do investimento durante o período em que os recursos aplicados
ainda não foram devolvidos. Poderão ser provenientes de problemas nas
atividades ou equipamentos de uma companhia, falhas humanas no controle
de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, má administração dos
recursos do emissor etc.
8.2 Poupança e Investimento
Segurança financeira é um dos principais fatores de felicidade, pois nos confere maior tranquilidade em relação ao futuro. Além disso, uma melhor situação econômica pode ser fundamental para realizar projetos que dependam de mais recursos, como a aquisição da casa própria, a compra de um carro, a educação dos filhos ou até mesmo uma inesquecível viagem de férias.
Poupar é acumular valores no presente
para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve mudança de hábitos,
pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares.
Reduzir despesas pode significar desde
simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço, por vezes
árduo, no sentido de conter gastos. Além disso, poupar exige a avaliação
objetiva das despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita
persistência, a fim de manter-se economizando pelo tempo necessário até
que sejam alcançados os objetivos que motivaram a poupança.
8.2.1 Investir é diferente de poupar
Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de remuneração ou correção. O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos pode ser desperdiçado quando mal investido. Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de bens e serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços financeiros.
Quando se trata de finanças, tendemos a
confiar mais na opinião de amigos e familiares do que em conselhos de
profissionais especializados. Isso se deve, em parte, à escassez de
informações sobre as características dos investimentos, mas também ao
fato de que há opções demais a considerar e comparar. Quando se tem
muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo de decisão,
apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas. Cuide bem do seu
patrimônio e da poupança que você adquiriu ao longo do tempo.
Dê ao seu dinheiro a oportunidade de crescer de forma objetiva e planejada.
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