Estrutura Geral dos Veículos
De
uma maneira geral, todos os veículos são constituídos pelos mesmos
elementos. Tem-se, em quase todos os tipos, um chassi, que é o suporte
do veículo; uma cobertura para conduzir os passageiros ou carga, que se
chama carroçaria; um conjunto moto-propulsor constituído, por um motor e
transmissão de movimento, que é capaz de criar a energia para deslocar o
veículo.
Outros elementos com certas funções
básicas, seguem: todo veículo deve ter um sistema de direção, que é
capaz de fazê-lo deslocar-se para onde se deseja; deve possuir ainda um
sistema de suspensão, para não transmitir aos passageiros ou carga as
oscilações do veículo,quando passar em terreno irregular.
Existem mais elementos ainda, que serão
apresentados à medida que o assunto for se desenvolvendo. Iremos
encontrar, por exemplo, as rodas e pneus, o sistema de freios, o câmbio,
e assim por diante.
CHASSI
O chassi é o suporte do veículo. É sobre
ele que se montam a carroçaria, o motor, a ele se prendem as rodas,
sendo a própria estrutura do veículo.
Em geral, é constituído por duas longarinas de aço, paralelas, com um "X" ou travessas, no meio.
O X ou barra melhora a resistência à
torção. É importante que o chassi resista bem a torção, para impedir que
a carroçaria também se torça: isto levaria a movimentos das portas,
podendo até abri-las.
Normalmente, nos veículos com chassi,
este recebe todos os esforços a que fica sujeito o veículo. A carroçaria
é apenas o elemento de cobertura, para abrigar os passageiros. Nos
veículos monoblocos, todo o conjunto trabalha. Os esforços são
suportados, simultaneamente, pelo chassi e pela cobertura.
Chassi tem o mesmo significado que
suporte, estrutura.Sempre que se monta uma máquina, ou um instrumento, o
suporte sobre o qual é montado o conjunto recebe o nome de chassi.
Esse sistema encontra, hoje, larga
aplicação, inclusive em diversas marcas de caminhões. Alguns modelos de
veículos não possuem um chassi propriamente dito. A própria carroçaria
se une ao plano do assoalho formando um único conjunto. Essas estruturas
são chamadas, por isso, de monoblocos e a carroçaria é construída de
maneira tal que recebe todos os esforços suportando os pesos, durante o
movimento do veículo.
A estrutura do monobloco de um veículo pode ser vista na figura abaixo:
Solução Tradicional
Existem dois processos para se montar a
estrutura dos veículos. Um deles é o que vem sendo utilizado há mais
tempo; pode-se dizer que é o processo tradicional, pois já aparecia em
carroças e carruagens, muito tempo antes de se inventar o automóvel. O
outro processo veremos adiante.
Esta montagem consiste de um chassi que suporta todo o conjunto.
Da mesma maneira, em se tratando de
automóveis, é necessário que se pense numa estrutura para suportar todo o
conjunto de carroçaria, motor, caixa de mudanças, eixo traseiro e
dianteiro.
Basicamente, quase todos os chassis são
construídos com duas travessas de aço ao longo doveículo, fixadas por
meio de várias travessas menores, perpendiculares. Todas as travessas
são rebitadas entre si, de maneira que formam uma única estrutura
sólida.
O chassi apóia-se sobre os dois eixos:
dianteiro e traseiro. Na parte dianteira, montam-se o motor e a caixa de
mudanças; na parte traseira, montam-se o diferencial e o tanque de
combustível.
Com essa distribuição, os fabricantes
conseguem um bom equilíbrio de pesos: metade do peso, mais ou menos,
fica sobre o eixo dianteiro, e a outra metade, sobre o eixo traseiro.
Os esforços que o chassi sofre, quando o
veículo está andando, são violentos e, por isso, ele deve ter um
formato que seja resistente.
As longarinas e travessas de aço são
fabricadas com chapa de aço bastante grossas, que são pré-moldadas numa
prensa e ficam com o formato de um "U". O formato em "U" é utilizado
para que as longarinas e travessas adquiram, assim, maior resistência.
O chassi não deve movimentar-se (torcer)
nem permitir que a carroçaria se movimente. Se isso acontecer, logo
surgirão pontos fracos, as dobradiças ficarão folgadas, podendo gerar
ruídos.O chassi de construção mais simples é o do tipo paralelo, no qual
todas as vigas são retas. Sua montagem é mais simples. Deste tipo são
quase todos os chassis brasileiros.
MEDIDAS DO CHASSI
É muito importante que sejam conhecidas
as dimensões do chassi. Em caso de alguma batida que empene ou entorte o
chassi, ele será restaurado, contanto que se conheçam as suas medidas
corretas.
Por isso, sempre que se enfrentar um
problema de chassi torto, o primeiro passo é conseguir suas medidas
originais, com o auxílio do fabricante ou de um outro veículo igual, em
boas condições .Geralmente, as oficinas especializadas nesse tipo de
serviço, possuem os manuais necessários para as correções que serão
realizadas no chassi a ser recuperado, como também todas as medidas
originais.
ALINHAMENTO DO CHASSI
Se após uma pancada o chassi entortar,
será necessário que se refaçam suas medidas originais.Um desalinhamento
do chassi pode afetar o alinhamento das rodas dianteiras, ocasionando um
desgaste mais intenso de vários componentes.
Antes de verificar o alinhamento do
chassi, deve-se observar se não apresenta trincas oupartes soltas.
Verificam-se todas as conexões rebitadas ou soldadas. Inspecionam-se
aslongarinas quanto a empenamento ou torção. As longarinas em forma de
"U" são fáceis deserem torcidas.
ANÁLISE DAS TRINCAS
Trincas, e algumas vezes empenamentos,
podem surgir por outras causas, que não sejambatidas. Podem surgir
trincas por flexão excessiva ou por esforço concentrado. A flexão
excessiva ocorre principalmente quando se carrega o veículo com cargas
elevadas, ou entãomal distribuídas. O veículo, quando se desloca,
balança a carga. Todo esse esforço de flexãoé suportado pelas
longarinas.
CHASSI MONOBLOCO
Ou mais corretamente carroçaria
monobloco, pois nele não existe chassi e a carroçaria é construída de
maneira tal que recebe todos os esforços suportando os pesos, durante
omovimento do veículo. O assoalho, as laterais e o teto da carroçaria
são construídos de maneira tal que trabalham como se fossem um único
conjunto. A vantagem disso se sente imediatamente no peso, pois uma
carroçaria monobloco é bem mais leve.
Não pense, porém, que apenas veículos
pequenos utilizam este sistema, sendo usado até em grandes veículos. É o
caso de veículos de carga, em que tanto a cabina do caminhão quanto a
carroçaria inteira do ônibus são construídas com base neste sistema.
CARROCERIA
É toda a cobertura que proporciona aos
ocupantes, a proteção adequada contra sol, chuva,vento, poeira, etc.
Pode ser construída separadamente e presa ao chassi, ou pode, como
já vimos, formar com o assoalho um conjunto monobloco.
A carroçaria é fabricada em chapa de
aço, podendo ser uma única peça ou mais de uma, soldadas ou parafusadas
entre si. Dentro de uma indústria de automóveis, a carroçaria é
construída numa fábrica à parte, que se dedica só a isso.
INSTRUMENTOS
No painel defronte ao motorista se
encontra uma série de instrumentos que lhe permitem verificar as
condições de operação do automóvel. O maior instrumento é normalmente
conhecido por velocímetro. É, na verdade, um aparelho combinado; são
dois num só: o indicador de velocidade e, mais abaixo, outro, que indica
os quilômetros percorridos pelo carro, chamado odômetro.
No painel se encontram ainda o indicador
de combustível e o de temperatura da água do sistema de arrefecimento.
Debaixo do painel se encontram os pedais de embreagem, freio e
acelerador.
SUSPENSÃO
Conjunto de peças que impedem a
transmissão dos solavancos, que a roda sofre, à carroçaria. É feito por
um conjunto de mola e amortecedor. A roda é ligada ao chassi ou a
carroçaria. Como a roda é mais leve que o resto do veículo, ao entrar ou
sair de um buraco é aroda que vibra e não a carroçaria.
Há molas de vários tipos: a de feixe,
como a que usam todos os caminhões; a mola em espiral, usada tanto na
suspensão dianteira como traseira; e mista - espiral na frente e feixe
atrás. E ainda o tipo de torção, constituído por um feixe de lâminas,
mas que por torção.
No eixo dianteiro quase todos os
veículos usam suspensão independente. Quando a suspensão não é
independente, tem-se um eixo apenas e uma mola em cada roda. Na
suspensão independente, em vez de um eixo só, tem-se dois meios-eixos e,
na ponta decada um, as rodas. Como resultado, ao passar num buraco,
apenas a roda afetada, trepida;a outra não. Esta é a grande vantagem da
suspensão independente.
O sistema se completa por um
amortecedor, cuja função é amortecer as oscilações que a mola criou. Se
não houvesse amortecedor, a carroçaria oscilaria para cima e para baixo,
e essas oscilações demorariam para acabar. Graças ao amortecedor, essas
oscilações diminuem rapidamente, melhorando as condições de conforto
dos passageiros.
Sistemas de Direção
A parte do
veículo mais importante, do ponto de vista de segurança é considerada,
por quase todos os técnicos, como o sistema de direção. Qualquer falha
neste sistema, por menor que seja, em geral, acarreta sérios problemas
ou danos para os ocupantes.
Nos primeiros automóveis inventados, a
direção era bastante simples parecendo-se mais com um guidão de
bicicleta do que com o sistema de direção que conhecemos atualmente.
Mas, à medida que a técnica foi
evoluindo e cada vez mais os veículos foram ficando mais velozes o
sistema de direção foi se aperfeiçoando, até atingir o grau de precisão
que existe hoje em dia.
Um bom sistema de direção é vital. Deve
ser fácil de ser operado, caso contrário, logo cansará o motorista,
colocando-o em risco de algum acidente. O sistema também deve ser capaz
de amortecer os choques das rodas, não transmitindo-os aos braços do
motorista.
Deve ainda contribuir para amortecer as vibrações das rodas dianteiras.
Engrenagem - Sistema Convencional
A função básica da direção é transformar
o movimento de rotação da coluna de direção, num movimento de vaivém
para as rodas. Isto é cumprido essencialmente por duas peças: um
parafuso sem-fim e um setor dentado (as quais podem ser vistas na figura
1) Essas duas peças ficam no interior de uma carcaça chamada caixa de
direção, que possibilita a lubrificação das engrenagens e, ao mesmo
tempo, constitui uma proteção contra poeira. Quando a coluna de direção
gira, gira também o parafuso sem-fim. Ele é um dispositivo que possui
uma rosca semelhante às roscas dos parafusos.
Direção Hidráulica
Tradicionalmente, nos veículos pesados,
tem-se usado um sistema de direção que reforce o movimento do motorista.
Têm sido empregados sistemas a ar comprimido, mecanismo eletrônico,
direções hidráulicas.
Este último sistema foi o que mostrou
melhores resultados e é o que tem sido usado mais largamente. Mais
recentemente passou também a ser empregado em veículos mais leves, em
alguns casos como item opcional.
Evidentemente o sistema possui um custo
mais elevado e, por isso, tem sido reservado aos veículos pesados, tais
como caminhões, e aos veículos de luxo, onde o que importa é o conforto.
O princípio é bastante simples. Um
sistema com óleo sob pressão exerce a maior parte do esforço necessário
para girar as rodas. A pressão do óleo é aplicada pelo sistema,
justamente no instante em que o motorista vira o volante da direção.
No sistema de direção hidráulica há uma
bomba que continuamente está operando e que fornece a pressão
hidráulica, quando desejada.
Há uma válvula especial que se abre ou
fecha, quando se gira o volante. Ao abrir, ela permite que o óleo sob
pressão seja aplicado a um pistão que, por sua vez, aciona a barra de
direção.
A bomba de óleo é acionada ,através de
uma correia, pelo próprio motor. Da bomba saem duas tubulações, uma que
leva o óleo até a caixa de direção e outra que o traz de volta. Na caixa
de direção estão incluídas a caixa propriamente dita e a válvula.
Enquanto isso o motor está funcionando, a
bomba cria pressão no óleo. As posições da válvula é o que determinam
por onde deve caminhar o óleo e qual o efeito que ele vai exercer.
O corpo da válvula possui internamente três câmaras. Em cada câmara há um orifício.
As duas câmaras externas são ligadas ao reservatório de óleo e a câmara central está ligada à bomba.
O sistema é montado de maneira tal que,
mesmo em caso de acidente e perda do óleo,ainda assim a direção possa
funcionar. Passando então a funcionar manualmente, como os sistemas
comuns de direção.
Todos os sistemas hidráulicos, em caso
de acidente, se transformam em sistemas convencionais e o veículo pode
continuar a trafegar até que se possa pará-lo para o conserto.
Sistema de Freios
Os elementos
que interessam na segurança do veículo são vários, mas quando se fala de
segurança o item que logo vem em mente são os freios. O motor é um item
de segurança quando analisado pelo ponto de vista de que, quanto melhor
for a sua aceleração, mais facilmente será ultrapassado um veículo na
estrada e, portanto, menos tempo ficará emposição insegura.
A suspensão também é importante para que
o veículo conserve a sua estabilidade. De modo análogo, um chassi
rígido e uma carroçaria com aerodinâmica permitem um melhor desempenho
do veículo. Todavia, os freios são os elementos mais importantes.
Eles são projetados de maneira que dêem
ao veículo uma capacidade de desaceleração várias vezes maior que sua
capacidade de aceleração. Porém, mesmo com essa capacidade alta de
desaceleração, ainda assim o veículo percorre certa distância, antes de
parar por completo.
Podemos citar duas razões porque isto
ocorre: Em primeiro lugar, o motorista não freia o carro no mesmo
instante em que vê o perigo. Sempre há uma reação atrasada. Em segundo
lugar, como o carro está a certa velocidade, mesmo depois de aplicado o
freio, ele desloca-se por certa distância até parar. Logo a distância
percorrida pelo veículo desde o momento que é visto o perigo até o carro
parar, é a soma dos dois casos acima.
Funcionamento dos freios
Os freios funcionam através de um
sistema de mangueiras flexíveis e pequenos tubos de metal, por onde
circula o fluido. É esse líquido, com alta resistência ao calor (ponto
de ebulição em torno dos 260 graus centígrados), que transmite a pressão
exercida no pedal até a roda, gerando atrito necessário para pará-las.
As rodas dianteiras exigem pressão maior
para serem imobilizadas (é nessa parte que se encontra o peso do carro
nas freadas). Ali, o atrito se dá entre as pastilhas de freio e os
discos que se movimentam junto com as rodas. Nas traseiras, a fricção é
entre as lonas de freios e os tambores. Como essas peças do sistema de
freio são muito importantes para o pleno funcionamento do mesmo, se
algumas dessas peças se mostra desgastada numa revisão, troque-a por uma
nova imediatamente.
Comando Hidráulico
Para compreender o funcionamento dos freios modernos, é preciso que se entenda o funcionamento do comando hidráulico.
Uma única pessoa consegue frear um
veículo, mesmo sendo ele pesado. No entanto, para conseguir fazer esse
veículo andar, é preciso de um motor com uma razoável potência.
O funcionamento do comando hidráulico
baseia-se no fato de que, quando se comprime um fluido (usa-se óleo na
maioria da vezes), a sua pressão estende-se a todos os lugares onde ele
se encontra.
Quando se baixa o pistão pequeno, o óleo
fica sob pressão e, como a pressão, se propaga por todo o óleo, ele
chega até o pistão grande e o empurra para cima. O pistão pequeno
precisa descer bastante, para que uma boa quantidade de óleo seja
empurrada para o cilindro grande. Em conseqüência, o pistão grande será
empurrado para cima. Porém ele se desloca pouca coisa, porque o volume
de óleo que foi empurrado do cilindro pequeno para o grande ficará
distribuído ao longo de um pistão bem maior e, portanto, a sua ação de
deslocamento será pequena.
Freios a disco
Dia a dia, os sistemas de freios vão se
aperfeiçoando. Atualmente, atingiu-se um alto nível de perfeição, no
qual para obter força elevada para comprimir as sapatas não é problema. O
maior inimigo dos freios, na situação atual, é o calor gerado.
Tanto é que o próprio material usado nos
freios vem sendo alterado, procurando-se eliminar o algodão, e
usando-se nas "lonas" quase somente amianto, arame e um plástico para
colar os dois (sob calor). Consegue-se, assim, um material mais
resistente ao calor, se bem que com menor coeficiente de atrito. O menor
coeficiente de atrito pode ser compensado por freios que criem forças
maiores, nas sapatas.
Ainda assim, o calor constitui sério
problema. Seu principal incoveniente, em relação aos materiais
empregados, atualmente, é o fato de diminuir o coeficiente de atrito.
Resulta disso que, numa freada muito forte e prolongada, as "lonas" se
aquecem demasiado e perdem eficiência.
Por essa razão, os fabricantes procuraram partir para tipos de freios que pudessem ser resfriados mais rapidamente.
Um freio que pode ser mantido mais frio
será um freio mais eficiente. A ele se pode aplicar mais força, sem que
se perca rendimento.
Por outro lado, o aluno deve estar lembrado de que o atrito dos freios não pode ser superior ao dos pneus com o solo.
Porém, é possível utilizar-se pneus largos, com maior aderência. Isto possibilita o uso de freios mais eficientes.
Mas, como a resistência das "lonas" ao
calor é limitada pelos materiais que se usam,encontra-se aqui outro
obstáculo para que se consiga que os freios brequem melhor.
Você pode perceber, assim, a série de
obstáculos que enfrentam os fabricantes – resistência ao calor, força,
atrito, ventilação, pneus, etc. – para conseguirem obter bons freios.Na
situação atual de materiais, força, atrito, os fabricantes acharam uma
saída no aumento da ventilação dos freios. Freios ventilados não aquecem
tanto. Mas como ventilar? A solução achada foi aumentar a área de
frenagem. Surgiram, daí, os freios a disco.
Funcionam
eles de maneira semelhante aos freio de uma bicicleta, que é
constituído por duas sapatas laterais. Quando se aperta a alavanca de
freio no guidão, as sapatas são pressionadas contra a roda. A área de
atrito é relativamente pequena, apenas do tamanho tamanho da sapata. A
área de ventilação é grande, pois é constituída pela roda inteira. Não
que no caso das bicicletas haja necessidade de ventilação; não é o caso.
Fazemos tais observações somente pelo fato de serem importantes, no
caso dos automóveis.
Basicamente, o sistema usado nos
automóveis é o mesmo; difere apenas no fato de que, em vez de comando
mecânico, eles possuem comando hidráulico.
Sobre o eixo da roda, há um disco de aço
(daí o nome de freio a disco), contra o qual são empurradas duas
sapatas, por ação de dois cilindros de freios comandados da mesma
maneira que o sistema de freio convencional, isto é, pela pressão criada
no fluido hidráulico por meio de um cilindro mestre ligado ao pedal de
freio.
De cada lado do disco há uma "lona", que é comprimida pelos pistões dos cilindros.
Envolvendo os cilindros, existem dois
anéis de borracha, um para recuperação do pistão e outro para evitar a
fuga de óleo. A explicação do funcionamento dos dois logo será vista.
Os dois conjuntos aparecem no interior
de uma caixa, que se monta sobre o disco, ou melhor, o disco gira no seu
interior. Quando se pisa no pedal de freio e se cria pressão no fluido
hidráulico, os pistões comprimem as lonas contra o disco. Quando se
alivia o pedal, acaba a pressão e os pistões retornam a sua posição, de
maneira tal que as "lonas" fiquem apenas esfregando levemente contra o
disco, sem entretanto, se desgastarem.
O elemento que faz os pistões retornarem
a sua posição, depois de retirada a pressão do fluido hidráulico, é o
anel de recuperação, em parte auxiliado pelo anel de vedação. Alguns
veículos possuem apenas um anel de borracha, fazendo a ação simultânea
de vedação e recuperação.
Quando se estabelece a pressão no fluido
e este empurra o pistão , o anel de borracha deforma-se. Ao desaparecer
a pressão do fluido, o anel de borracha empurra de volta o pistão. Como
o curso do pistão é pequeno, esta deformação é suficiente para
movimentá-lo.
O ABS como item de segurança
A maior vantagem do ABS é o seu
princípio e seu funcionamento, ou seja, o antitravamento das rodas nas
frenagens de emergência. Em todas situações, o motorista poderá "pisar"
fundo no freio, com a máxima força, sem que haja o travamento das rodas.
A segurança do condutor aumentará e a vida útil dos pneus se
prolongará, pois os próprios pneus não serão arrastados sobre o solo.
Os sensores de rotação nas rodas
informam a unidade de comando se haverá o travamento (bloqueio) de uma
das rodas ou mais. A unidade (módulo) de comando impedirá este bloqueio,
dando um conjunto de sinais ao comando hidráulico, que regulará a
pressão do óleo de freio individualmente, em cada roda.
Assim, o motorista poderá frear o
veículo ao máximo, sem que trave as rodas, proporcionando assim, uma boa
dirigibilidade com tranqüilidade e segurança. O ABS permite que se
aplique o freio com o máximo de força sobre o pedal ao contornar uma
curva em alta velocidade mesmo com a pista molhada ou escorregadia,
mantendo o total controle do veículo. Considerado pelos técnicos, o ABS é
um importantíssimo avanço tecnológico rumo a segurança total dos
condutores de veículos.
Motores à Explosão
Para ir pra
escola, pra se divertir, pra fazer compras, pra viajar... Hoje em dia,
principalmente para quem mora nas grandes cidades, o carro já virou uma
necessidade.
Mas nem sempre foi assim. No século XIX,
(até o ano de 1896, mais ou menos) o automóvel era considerado
simplesmente um "brinquedinho caro". E não era pra menos!
Quem
utilizaria um veículo de locomoção que andava com a velocidade de 10 ou
15 Km por hora? Pra você ter uma idéia do quanto esses automóveis eram
lentos, compare: nós devemos andar, sem a menor pressa, numa velocidade
de uns 4 km/h.
Enquanto isso, a população utilizava o
trem como principal meio detransporte coletivo.Ainda sem pensar em
transformar a "engenhoca" num meio de transporte que facilitasse a vida
das pessoas, os primeiros trabalhos realizados na busca de um veículo
que funcionasse com um motor foram realizados no século XVIII.
O primeiro a andar por meio de sua
própria energia foi criado em1769 pelo francês Nicolas Cugnot. A
invenção era, no mínimo, esquisita!
Imagine só: um trator de três rodas,
movido a vapor, que era usado para arrastar canhão. A velocidade? Ele
andava a,aproximadamente, 4 km por hora. O trator não conseguia rodar
muitos metros de uma vez. Ele tinha de parar para acumular vapor. Só
então, voltava a funcionar.
Alessandro Dantas , no século XIX foi
desenvolvido o motor de combustão interna. O princípio foi o mesmo
utilizado pela pólvora, invenção do século XVII. Funcionava assim: o
combustível queimava no interior de um cilindro fechado com bases
móveis, os chamados êmbolos ou pistões. O combustível utilizado para
estes motores de combustão interna foi desenvolvido a partir do carvão.
1860- francês Etienne Lenoir- construiu o
primeiro motor de combustão interna"importante". Funcionava assim: na
extremidade de um cilindro é injetado um gás. Em seguida, este gás é
injetado na outra extremidade. Por causa das explosões provocadas pela
centelha elétrica, o êmbolo é jogado de uma extremidade à outra. Uma
haste, ligada neste êmbolo e no volante, faz o volante girar.
O princípio dos quatro tempos, utilizado
até hoje pela maioria dos automóveis, foi desenvolvido em 1876 pelos
alemães. Então, vamos conhecer como funciona os motores a explosão e
seus acessórios.
Motores a Explosão
Para facilitar as explicações será
visto, inicialmente, um motor com um só cilindro. Não é o normal. Apenas
algum tipos de motores têm um só cilindro: motoneta, motocicleta, motor
de popa. O normal é ter vários cilindros.
Entretanto, a explicação torna-se mais
clara e, uma vez entendido o motor de um cilindro, será bem mais fácil
compreender a derivação do motor com vários cilindros, que iremos fazer
posteriormente. Teremos, então, uma repetição, nos vários cilindros, do
que ocorre num deles.
O motor é constituído, essencialmente, pelas peças indicadas na foto abaixo:
O corpo do motor é um bloco de ferro
fundido com um "buraco" de forma cilíndrica, no seu interior. Esse
"buraco" recebe o nome de Cilindro (foto 2). Dentro do cilindro
desloca-se opistão, cujo movimento é subir e descer (foto 3).
Atravessado no pistão, há um pino que fica numa haste chamada biela.
(foto 5).
Quando o pistão sobe e desce, a biela o
acompanha. Na outra extremidade, a biela se prende a um eixo que tem a
forma de uma manivela. O nome correto dessa peça é árvore de manivelas, vulgarmente conhecida por virabrequim
(foto 6). Quando o pistão sobe e desce, a biela o acompanha e obriga a
árvore de manivelas a virar, da mesma maneira que uma manivela.
No seu movimento de subida e descida, o
pistão passa por dois pontos extremos durante o seu curso: o ponto mais
alto e o ponto mais baixo. Nesses pontos, ele inverte o seu movimento e,
por isso, são dois pontos onde a sua velocidade é nula. Costuma-se
chamar a esses dois pontos de Ponto Morto Superior (PMS) e Ponto Morto
Inferior - PMI.
Quando
o pistão se encontra no PMS, a biela também está para cima e a árvore
de manivelas, por sua vez, também está voltada para cima. Quando o
pistão vem para o PMI, abiela desce e a árvore de manivelas vira, de
maneira a ficar para baixo.
Obs.: O Ponto Morto Superior e o
inferior do pistão não tem nada a ver com o Ponto Morto do Câmbio,
corforme será visto mais tarde.
A árvore de manivelas vira sobre dois
mancais. Num dos seus extremos há uma roda pesada de ferro, que se chama
volante. A sua função é manter uniforme o movimento da árvore de
manivelas evitando os trancos. Na parte superior do cilindro existem
dois orifícios, que são abertos ou fechados por duas válvulas. Uma é a
válvula de admissão; outra, a válvula de escapamento.
Ainda aí, na parte superior, perto das
duas válvulas existe uma pequena peça, a vela, cuja função é fazer
saltar, no momento adequado, uma faísca, que vai incendiar o
combustível.
O Motor de quatro tempos
Todos os motores funcionam pelo mesmo
princípio: queimando combustível, formam-se gases em grande quantidade.
Aparece uma pressão grande sobre o pistão, que o empurra para baixo e
força o virabrequim a virar.
Entretanto,
existem várias maneiras pelas quais se pode obter esse efeito: motor de
quatro tempos, motor de dois tempos, motor diesel, etc.
Existe também um motor chamado Wankel,
de sistema rotativo, o qual descreveremos mais detalhadamente no
decorrer do curso. Os motores que funcionam com o processo chamado
"quatro tempos" são os mais comuns, no mundo inteiro. São conhecidos
também como “motores Otto”, porque foram imaginados, pela primeira vez, por um engenheiro alemão chamado Nícolas Otto.
Primeiro tempo - Admissão :
O pistão se encontra no ponto morto
superior e começa a descer. Por um mecanismo especial – o eixo comando
de válvulas -, abre–se a válvula de admissão. Continuando a descer, o
pistão aspira, através da válvula de admissão, a mistura de ar +
combustível. A mistura continua entrando até que o pistão chegue ao
ponto morto inferior. Quando o pistão chega ao ponto morto inferior, a
válvula de admissão se fecha. O cilindro está agora totalmente cheio de
mistura ar + combustível. Mas o pistão continua a movimentar–se, eagora
vai subir. Para que o motor funcione, ele deve executar quatro fases bem
características, enquanto o pistão sobe e desce.
Segundo tempo - Compressão:
O pistão sobe desde o ponto morto inferior até o superior. As duas válvulas ficam fechadas.
Conseqüentemente, a mistura de ar e
combustível é comprimida, até ser reduzida apenas aovolume compreendido
entre o ponto morto superior e a parte superior do cilindro (cabeçote).
Como resultado da compressão, a mistura
se aquece e as moléculas de combustível ficam mais próximas das
moléculas de ar. Os dois fatos melhoram a combustão. Durante oprimeiro
tempo, o pistão percorreu uma vez o seu curso e, durante o seu segundo
tempo, novamente; o pistão percorreu, portanto, duas vezes o seu curso.
Enquanto isso, o virabrequim deu uma volta.
Terceiro tempo - Explosão:
Quando a mistura ar + combustível está
fortemente comprimida dentro do cilindro, a vela faz saltar uma faísca
bem no meio da mistura. Esta se incendeia. Formam-se os gases da
explosão, que empurram violentamente o pistão para baixo, uma vez que as
duas válvulas estão fechadas e por aí não podem escapar os gases. O
pistão inicia então o seu movimento descendente, até o ponto morto
inferior.
Quarto tempo - Escapamento:
O pistão sobe novamente desde o ponto
morto inferior até o superior. Mas durante este curso abre–se a válvula
de escapamento. O pistão, subindo, expulsa todos os gases resultante da
explosão que se encontram dentro do cilindro. É a fase de escapamento
dos gases. Quando o pistão atinge o PMS, fecha–se a válvula de
escapamento, e assim, o ciclo recomeça.
ÁRVORE DE MANIVELAS
Na linguagem comum entre os mecânicos,
fala-se em virabrequim. O nome certo, entretanto, é Árvore de Manivelas.
Tecnicamente, árvore é uma barra que vira e exerce esforço. Na
linguagem comum também se costuma chamar de “eixo”.Durante este curso,
usaremos a linguagem comum.
Estudaremos o “eixo-piloto” e o "eixo
traseiro”. O virabrequim é uma peça muito importante. Fica submetida a
esforços muito grandes e deve funcionar bem, tanto em alta como em baixa
rotação. Em cada manivela é ligada uma biela. Entre as manivelas ficam
os munhões. Os munhões são as peças que se apóiam nos mancais.
Os mancais são lubrificados, de tal
maneira que o virabrequim praticamente “flutua” num banho de óleo.
Raramente, um virabrequim quebra; os aços usados hoje em dia são
resistentes e duráveis. É muito difícil de ser fabricado, por causa da
sua forma irregular. Os virabrequins modernos trabalham em rotação muito
elevada, normalmente até 7000 rpm, e, em carros esportes, até 8.500
rpm.
Por isso, se não estiverem muito bem
equilibrados, o motor começa a trepidar e forçar os mancais. Os
virabrequins são equilibrados por máquinas especiais.
Nos primeiros motores era uma peça
simples, na qual se procurava apenas o efeito de manivela. Por isso, o
virabrequim tinha a formade um ZIGUEZAGUE. Posteriormente, os
engenheiros verificaram que o virabrequim, nessas condições, dava muito
“tranco”, cada vez que o cilindro estava no tempo de combustão.
Imaginaram então um prolongamento nos suportes da manivela, de maneira a
funcionarem como contrapeso.
Os mancais são dois ainda, um em cada
extremidade. As manivelas são duas, uma em oposição à outra, porque, num
motor de dois cilindros, se procura fazer com que um cilindro esteja no
tempo de expansão, quando outro se encontra no tempo de compressão.
Isso também é um recurso para diminuir
os trancos do motor. Atualmente, não existe mais nenhum automóvel com
motor de um cilindro, nem mesmo dois. O normal é automóvel com quatro,
seis ou oito cilindros. Os motores com um ou dois cilindros são
reservados a motocicletas, barcos ou máquinas estacionárias do tipo
bombas d’água, serra, etc..., e máquinas para serem usadas onde não há
eletricidade.
Na figura acima, mostra-se a carcaça inferior do motor onde se apóia o virabrequim.
Na primeira cavidade se encaixam as
engrenagens do comando de válvulas. Na segunda e terceira cavidades,
encaixam-se as manivelas correspondentes às bielas, duas em cada
cavidade.
A diferença básica entre os virabrequins
é o número de mancais. O primeiro virabrequim tem sete mancais de
apoio, o segundo quatro e o terceiro apenas três. Quanto maior o número
de mancais, tanto mais dividido fica o esforço que eles suportam,
podendo, por isso, ser menores e ter vida mais longa.
Por outro lado, quanto menor o número de
mancais, tanto mais barato fica o motor, desde a economia que se faz no
número de mancais, como no formato do virabrequim, que é maissimples, e
o do bloco do motor, que também é mais simples.
Volante
Numa das extremidades do virabrequim há
um disco de ferro; é o volante. À primeira vista,parece não haver grande
importância nesta peça. Mas dela dependem a aceleração suave do motor.
Sem o volante, o motor não funciona
corretamente. Quando o cilindro queima a mistura eempurra o pistão para
baixo, também está dando um impulso ao volante. Por sua vez,
essaenergia, que o volante acumula, ele devolve ao próprio pistão,
quando este se encontra no tempo de compressão. Com isso, o motor opera
de maneira mais suave.
Quanto maior for o peso do volante,
tanto mais suave será o funcionamento do motor. Por outro lado, quanto
mais pesado o volante, tanto mais devagar responde o motor, quando se
precisa aumentar a sua rotação. Diz-se então que a sua aceleração é
baixa.
Essa é a razão pela qual os motores de
automóveis de corrida têm volantes mais leves, para que respondam mais
depressa a aceleração que se deseja imprimir ao motor. Em compensação,
nas baixas rotações, esses motores funcionam de maneira bastante
irregular.
Os motores para automóveis de passeio,
pelo contrário, dispõem de volante mais pesado, porque, apesar de se
querer uma boa aceleração, é importante um funcionamento silencioso do
motor.
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
O sistema de alimentação do motor a explosão é composto pelo tanque de combustível, carburador e coletor de admissão.
O tanque é um reservatório de
combustível, tendo no seu interior uma bóia que comanda um sistema
elétrico indicado nopainel do combustível.
A bomba de combustível, puxa o
combustível do tanque aocarburador. Este por sua vez, prepara a mistura
explosiva, enquanto o coletor se encarrega de distribuir a mistura aos
cilindros.
Cada componente realiza um trabalho
muito importante e que merece ser comentado. Antes, porém, é preciso
ressaltar que atualmente o motor a explosão é alimentado por dois tipos
decombustível: álcool e gasolina.
O motor a álcool e à gasolina estão
equipados com componentes próprios no sistema de alimentação, em função
da corrosão causada por cada tipo de combustível.
Quando o combustível é a álcool, as
peças são tratadas por processos químicos contra corrosão, recebendo
revestimento interno no tanque, bomba e carburador bicromatizado.
Isto é identificado pela cor e brilho
diferentes da cor e aspecto tradicionais das mesmas peças para
gasolina.Em geral, o tanque de combustível fica colocado em posição
oposta a do motor. Quando omotor fica na frente, o tanque fica atrás;
quando o motor fica atrás, o tanque é colocado na frente. A razão disso é
uma melhor distribuição de pesos sobre o veículo, para se conseguir
maior estabilidade.
O tanque, quando cheio, pesa
aproximadamente a metade do motor. Colocando-se em posição oposta,
conseguimos uma melhor estabilidade. Em alguns veículos, por exemplo, o
motor fica atrás e o tanque de combustível ficava na frente.
Em outros tipos de veículo, ao contrário, o tanque ficava atrás e o motor na frente.
Entre o tanque e a bomba há um cano fino
(espécie de condutor) que serve de ligação, pordentro do qual circula o
combustível. O combustível vem do tanque por dentro desse cano, passa
pelo filtro, pela bomba e vai para o carburador. Aí chegando, o
combustível se mistura com o ar que através do filtro de ar, e os dois
juntos, através do coletor de admissão vão até o cilindro.
Tanque de Combustível
Embora pareça simples, o tanque de
combustível é uma peça muito bem idealizada, sendo projetada em função
do espaço que o modelo do veículo proporciona. Dessa forma, o tanquede
combustível de um determinado tipo de veículo, não se adapta em outro,
devido ao seu formato e sua capacidade cúbica, além de apresentar um
acabamento interno diferente, segundo o combustível a ser armazenado.
Atualmente os tanques são confeccionados
em um tipo de plástico especial e trabalhadospara evitar evaporação do
combustível.Bomba de combustível elétrica.
Através da corrente elétrica da bateria,
ela funciona automaticamente ao ser dada a partida.Tal bomba faz parte
dos veículos com injeção eletrônica.
A bomba elétrica ou de pistão tem duas
câmaras, de aspiração e de expiração, ligadas entresi ou por um
cilindro, dentro do qual se move um êmbolo. Fabricado em material
magnetizável, o êmbolo trabalha em movimento alternado pelas ações de
uma mola e de uma bobina alimentada pela bateria; uma pequena válvula,
colocada na extremidade do lado de aspiração do pistão, abre-se e
fecha-se alternadamente, regulando o fluxo de enchimento.
Quando o combustível alcança o nível
máximo da cuba do carburador, a bóia fecha a válvulade agulha e a
pressão aumenta no tubo de entrada até fazer o pistão parar. Assim que
baixao nível da cuba, a válvula de agulha do carburador se abre, a
pressão no tubo de entrada dabomba diminui, a mola empurra o pistão para
cima e a bomba recomeça a funcionar.
Filtro de combustível
A gasolina (ou qualquer outro tipo de
combustível) que chega até o motor deve serrigorosamente pura. Qualquer
sujeira que exista, por menor que seja, pode ser um sério obstáculo ao
bom funcionamento do motor.
O carburador tem seus cálibres com
medida tão precisa e são tão pequenos que ao mesmouma pequena impureza
pode ser um elemento de obstrução. E qualquer pequena obstruçãonum dos
cálibres é suficiente, muitas vezes, para impedir a passagem de
combustível, e omotor não funcionar.
Para se conseguir uma boa limpeza do
combustível, colocam-se filtros no seu trajeto. É costume colocar-se
filtros no tanque de combustível e próximo à entrada da bomba. Em geral,
o filtro da bomba é constituído por por uma rede em forma de copo,
ficando ela imersaem outro copo maior, de vidro.
SISTEMA DE ESCAPAMENTO
À primeira vista, pode parecer que o
sistema de escapamento não envolve maiores complexidades técnicas. Sua
concepção, no entanto, exigiu muitos anos de pesquisa para que ele
exercesse adequadamente suas diversasfunções.
Em primeiro lugar, o escapamento deve oferecer uma via de escape aos gases residuais do motor.
Deve, também, atenuar o ruído das ondas
sonoras produzidas pelos gases que saem do motor sob alta pressão. E,
finalmente, quando bem regulado, o sistema de escapamento pode estimular
a rápida saída dos gases queimados no motor.
O combustível vem do tanque e é aspirado pela bomba, que o envia à cuba do carburador.
Por outro lado, o ar passa pelo filtro e vai para o carburador. Aí os dois se encontram e se misturam.
Seguem então para o motor, através de
dutos que são conhecidos pelo nome de coletor. A rigor esse nome não é o
correto, porque a palavra coletor significa "alguma coisa que
coleta,que reúne". Mas, assim como tantos outros, é o nome pelo qual é
conhecida essa peça. A sua função é distribuir, em partes iguais, para
todos os cilindros, a mistura do carburador. O coletor recebe a mistura
do carburador por sua parte central e a distribui igualmente para
osquatro cilindros.
Os coletores de admissão são projetados de maneira que a mistura não tenha preferência por um cilindro ou por outro.
As dificuldades apresentadas para a
mistura caminhar devem ser iguais, para evitar que um cilindro receba
mais combustível do que outro.
O coletor de admissão é montado sempre
por cima docoletor de escapamento. A razão disse é que o calor dosgases
de escapamento ajuda a vaporizar o combustível, antes de entrar no
cilindro, resultando daí uma melhoria na combustão. O aluno deve saber
que quando estudamos carburação, assinalamos a importância de ter o
combustível bem vaporizado antes de entrarno cilindro.
Escapamento e silencioso
Os gases queimados que saem dos
cilindros devem ser eliminados e isto é feito por meio deum cano de
escapamento ligado ao coletor de escapamento. O cano de escapamento
solta osgases queimados atrás do veículo, para não incomodar os seus
ocupantes. Por isso, elepassa por baixo da carroçaria e vai até a parte
traseira do veículo. Nos veículos com motoratrás, o cano de escapamento é
mais curto.
O silencioso é uma peça
utilizada ao longo do cano de escapamento, para amortecer osruídos
próprios da explosão e escapamento dos gases. Isso é conseguido por
umadistribuição adequada de canos furados dentro de uma câmara. Quando
os gases deescapamento passam por aí, expandem, mas o conjunto funciona
como um colchão de ar. Compensando as expansões e as contrações. Resulta
disso um funcionamento mais silencioso.
O sistema de escapamento conduz os gases
residuais quentes do motor. Após atravessar o coletor de escape, a
tubulação e o silenciador, esses gases são lançados na atmosfera
pelotubo traseiro.
O coletor de escape leva os gases
queimados dos dutos de escape para a tubulação. Num típico motor de
quatro cilindros, o coletor tem a forma de um garfo de quatro pontas.
Existem modelos cujos pares de tubos se
unificam, resultando em dois tubos que também se unem depois, o que
permite um melhor fluxo do gás.
O silenciador, ao impedir a passagem,
desviar ou absorver algumas das ondas sonoras maispenetrantes, reduz a
um nível aceitável os ruídos gerados pela descarga dos gases queimados,
desde os dutos de escape da câmara de combustão. O tubo traseiro
permite, porsua vez, liberar a saída desses gases, para longe do carro.
A utilização do catalisador
Atualmente, tem sido questionada a ação
do catalisador nos veículos, no mundo todo. O dilema gira em torno dos
gases não poluentes liberados pelos catalisadores; segundo cientistas,
esses gases têm um outro problema. Um deles: as reações químicas
realizadas no catalisador produzem CO2 (dióxido de carbono) ou gás
carbônico, cujo acúmulo na atmosfera causa o "efeito estufa".
O catalisador mais moderno hoje
disponível em qualquer país europeu (Obs: na Europa éonde se encontra e a
gasolina de melhor qualidade) reduz em 75% as emissões de Óxido de
Nitrogênio (NOX), um dos causadores de chuva ácida, e corta até 95% de
monóxido de carbono, que ataca o sistema respiratório e Hidrocarbonos
(HC), elemento cancerígeno. Mas não consegue evitar o efeito estufa, o
aquecimento da atmosfera.
Segundo técnicos da área, o catalisador
só funciona bem a partir de 300º C a 800º C. A rapidez com que ele
esquenta depende das condições momentâneas da temperaturaambiente, ou
seja, pode variar muito, entre dois e dez minuto, por exemplo. Cabe a
cada montadora, a cada cientista e a cada engenheiro trabalhar em função
disto. O caminho é este.
Porque os catalisadores são necessários?
Além do produtos primários - dióxido de
carbono e a água, a queima de combustíveis fósseis, com ar, produz
poluentes como monóxido de carbono (CO), Hidrocarbonetos(HC), óxidos de
nitrogênio (Nox) e dióxido de enxofre (SO2). Nos motores diesel existem
ainda os particulados finos de material sólido (fuligem diesel), que
contaminam a atmosfera se não forem eliminados.
As substâncias ativa são o óxido de
alumínio, metais preciosos cataliticamente ativos (Pd,Pt eRh) e
promotores (substâncias que aumentam a ação catalítica dos metais
preciosos).
Somente as substâncias ativas são
responsáveis pelos efeitos catalíticos; a colméia cerâmica ou metálica
serve apenas como material-suporte.
A colméia cerâmica consiste de
corderita. Este material de magnésio - alumínio - sílica, é distinguido
particularmente pela sua alta resistência à temperatura. A colméia
metálica consiste de uma liga especial, à qual é enrolada e soldada
através de uma técnica específica,formando o suporte metálico. A
espessura da parede desta chapa de aço ferrítico, altamente resistente
ao calor, é de aproximadamente 0,04 a 0,07 mm.
Conversor catalítico
O termo conversor catalítico designa
genericamente um reator metálico instalado no sistemade escapamento.
Este reator, de aço inoxidável, contém o catalisador propriamente dito,
que é constituído de uma colméia cerâmica ou metálica (monólito)
impregnada com substâncias ativas.
Essa colméia é formada por milhares de
minúsculos canais (células), por onde passam os gases poluentes. As
paredes destes canais são recobertas com óxidos de metais, que criam uma
superfície de contato, cuja área é equivalente a 4 campos de futebol.
Externamente, o monolito é envolvido por uma manta amortecedora à
protegê-lo contra vibrações e choques.
Qual é o princípio do catalisador dos carros?
Os catalisadores instalados nos
automóveis são dispositivos que diminuem os níveis deemissão de gases
poluentes. Basicamente, o catalisador dos carros é composto por uma
cerâmica, muito parecida com uma colméia de abelhas, por onde os
produtos da combustão passam. Esta cerâmica está impregnada com
compostos contendo paládio, nióbio e outros metais nobres, que aliados
ao calor gerado pela combustão, provocam várias reações.
A utilização de combustíveis adulterados
pode provocar a degradação do catalizador, conhecida como
"envenenamento". Antigamente era comum adicionar compostos contendo
chumbo à gasolina para melhorar o desempenho do automóvel, mas esta
prática foi proibida, pois além de ser nociva ao ser humano também
danifica o catalisador. Um problema da gasolina brasileira é a presença
de muitos compostos com enxofre, que também diminui a vida útil do
catalisador (cerca de 7 anos).
Sistema de Lubrificação
A gasolina e os óleos lubrificantes são
obtidos do petróleo. Na verdade, do petróleo retiram semais substâncias
do que apenas a gasolina e os óleos. São tantos os produtos derivados do
petróleo que dificilmente poderíamos imaginar o mundo moderno sem ele.
Derivam dele centenas de produtos
químicos, desde os solventes, tais como o querosene, benzina e outros,
até os produtos com os quais se fazem vários plásticos (por exemplo, o
etileno). Os países industrializados têm uma indústria petroquímica
(química de petróleo) bastante avançada, sendo mesmo esta indústria uma
característica dos países desenvolvidos. É considerada como indústria
pesada.
As refinarias de petróleo são também
indústrias enormes, ocupando milhares de pessoas na sua operação e
elevadas importâncias de dinheiro.Todo esse complexo nasceu com o
automóvel e foi ele o principal motivo de se explorar o petróleo. A
industria petroquímica nasceu depois, já como uma característica do
aumento padrão de vida dos países ricos.
O petróleo é retirado do fundo da terra.
A explicação que se dá hoje em dia para a existência de petróleo é que,
nesses locais, existiram outrora matérias orgânicas que poderiam ser
desde vegetais até animais; estes, pelos movimentos da Terra, acabaram
soterrados e submetidos a enorme pressão, dando origem, posteriormente,
ao petróleo.
Hoje em dia, para se retirar o petróleo
do local em que se encontra, é preciso perfurar profundamente a terra,
às vezes por vários quilômetros.
Há vários tipos de petróleo, alguns são
pretos, outros verde-escuros, outros têm uma colaboração marrom. A cor
depende da origem do petróleo. Há alguns tipos que são mais indicadas
para se extrair óleos e graxas.
Destilação: na verdade,
o petróleo é uma mistura de vários produtos químicos. Se aquecermos o
petróleo, à medida que a temperatura vai subindo, um de cada vez, esses
produtos químicos irão se vaporizando. Nas refinarias de petróleo,
usa-se essa propriedade para se fabricar os derivados. À medida que cada
um vai se vaporizando, retira-se o gás correspondente, resfriando-o em
seguida, para se transformar em líquido dessa maneira separam-se todos
os seus componentes. A gasolina é o primeiro produto a transformar-se em
gás, quando o petróleo é aquecido. O seguinte é o querosene. O último
produto, o mais pesado, é o asfalto, que se utiliza na pavimentação de
ruas.
Há vários tipos de gasolina, conforme a
sua composição química. A gasolina é uma mistura de hexana, heptana,
octana, nonana, decana e undecana. Conforme a quantidade maior ou menor
de um desses componentes, tem-se uma gasolina melhor ou pior que outra.
Propriedades dos lubrificantes
As finalidades dos lubrificantes são
principalmente duas: diminuir o atrito e refrigerar as partes aquecidas
pelo atrito. Devem evitar também o contato de metal contra metal, o que
só acarreta desgastes e aquecimentos e, ainda, a corrosão e os
depósitos. Para desempenhar essas funções, os lubrificantes devem
possuir certas propriedades, que veremos a seguir, das quais a mais
importante é a viscosidade.
Na verdade, apesar dos anos de pesquisa,
não se descobriu até hoje uma propriedade pela qual se possa medir o
valor lubrificante de um óleo. Porém, a medida das várias propriedades
em conjunto permite classificar o óleo.
Viscosidade - É a
medida da resistência que um óleo opõe ao movimento. Varia com a
temperatura: quanto maior a temperatura, tanto mais diminui a
viscosidade. A resistência que óleo opõe ao movimento depende da
velocidade com que as peças se deslocam: quant omais depressa as peças
se deslocam, tanto maior é a resistência que o óleo opõe.
Existem muitos processos para se medir a
viscosidade de um óleo e são conhecidos pelos nomes: Saybolt (usado nos
Estados Unidos), Redwood (usado na Inglaterra) e Engler (usadona
Europa). O mais conhecido, porém, é o que classifica os óleos pela
numeração SAE(Society of Automotive Engineers).
A classificação SAE representa uma faixa
de viscosidades para uma dada temperatura,viscosidades que são medidas
pelo processo Saybolt. O processo Saybolt consiste em medir o tempo que
certa quantidade de óleo, mantida a certa temperatura, leva para passar
por um orifício de diâmetro determinado. A viscosidade depende da
temperatura. Certo óleo que tenha uma determinada viscosidade a certa
temperatura, terá outra, em outra temperatura.Quanto maior a
temperatura, tanto menos viscoso será óleo.
Ainda que tenha a mesma viscosidade,
dois óleos podem ser diferentes, um porque sua viscosidade varie
bastante com a temperatura e outro porque tenha uma qualquer que seja a
temperatura. Tudo depende da origem do petróleo, do qual foi extraído, e
do processo de fabricação.Estes últimos óleos, isto é, cuja viscosidade
é praticamente constante, independentemente da temperatura, são óleos
muito modernos e têm grandes aplicações.
A viscosidade do óleo e o motor
Com a evolução dos motores, o seu
aperfeiçoamento tem obrigado os fabricantes de lubrificantes pesquisas
intensas, para produzir oléos capazes de atuar nas novas solicitações.
Da mesma maneira, também o
aperfeiçoamento dos óleos tem permitido aos fabricantes irem
constantemente melhorando seus motores. Hoje em dia, é comum ouvir-se
falar em óleos para 10.000 quilômetros.
Existe sempre uma viscosidade adequada
para um determinado motor. Deve sempre usar-se aquele indicado pelo
fabricante do veículo, porquanto foi o óleo testado. À medida que
surgirem desgastes entre o cilindro e o pistão e se sentir uma
diminuição na potência, será permitido utilizar-se um óleo mais grosso.
Um óleo mais viscoso diminui as fugas de gases pela folga entre pistão e
cilindro, mas tem influência sobre o torque e a potência do motor,
diminuindo os dois, porque após mais resistência ao movimento das peças.
A
viscosidade adequada para um motor é determinada experimentalmente. A
regra é usar um com a menor viscosidade possível dentro da gama de 10 a
50 SAE e que dê um consumo satisfatório de óleo. Se a viscosidade for
muito baixa, notar-se-á o aparecimento de lubrificante queimado nos
gases de escapamento. Por outro lado, quando não se nota o vestígio de
gases queimados nos gases de escapamento, deve-se desconfiar de que a
parte superior do cilindro não está sendo lubrificada. Quando se utiliza
um óleo mais viscoso, o consumo diminui pelo fato de dar melhor ação de
vedação. Algumas vezes, porém, pode ocorrer o contrário: aumenta-se o
consumo. Isso se deve a um atraso no escoamento através dos orifícios
(se forem muito pequenos) do pistão, dessa maneira, o óleo expõe-se mais
à temperatura da câmara de combustão e queima mais.
Uma vez atingida a temperatura de
regime, os óleos trabalham praticamente com a mesma viscosidade,
qualquer que seja a sua, originalmente. Isso ocorre porque um óleo mais
viscoso trabalha em temperatura mais elevada, em virtude do atrito
interno entre suas moléculas. Esta conclusão aplica-se mais a mancais do
que à lubrificação entre cilindro e anéis.
Sistema de Arrefecimento
Introdução
Arrefecimento foi o nome que os técnicos
acharam mais adequado, substituindo o usado antigamente, ou seja,
"sistema de resfriamento". Ainda hoje é mais comum usar-se o nome
refrigeração, em vez de arrefecimento. E por ser mais comum, também será
para nós, neste curso, o nome preferido. Entretanto, fica o aluno mais
uma vez alertado para o nome correto: arrefecimento.
Todos os motores precisam ser
resfriados, porque durante o seu funcionamento se aquecem.O combustível,
ao queimar-se, gera calor e a câmara de combustão fica quente. Em
conseqüência, todos os componentes do motor ficam quentes e precisam ser
resfriados. Se não são resfriadas, as peças se aquecem, aumentam de
tamanho e não funcionam como deveriam.
Por exemplo, se o cilindro não for
resfriado, não haverá passagem de calor para fora; em razão disso, o
pistão se dilata e se prende a ele, porque a folga fica muito reduzida
(dilatação do pistão). É comum, quando o motorista não é uma pessoa
precavida e não observa a temperatura da água de refrigeração, os
pistões "agarrarem" no cilindro. Diz-se, então, que o motor "engripou"
ou "fundiu".
Como já tivemos oportunidade de
assinalar, a temperatura dentro do cilindro, no instante da combustão,
pode chegar até a mais do que 1.000ºC. Daí já se vê a necessidade do
resfriamento.O único elemento que existe em abundância na natureza, em
condições de ser aproveitado para o resfriamento dos motores, é o ar. Na
maioria das vezes, entretanto, não é o ar que resfria diretamente o
motor; existem carros que são resfriados a ar porém, os mais comuns são
os carros cujo motor é resfriado por água, sendo a água, por sua vez,
resfriada pelo ar.
Sempre no processo final é o ar o elemento que fica com o calor retirado do motor.
Motores refrigerados a água
Em geral, os motores são refrigerados a
água. A água é um elemento bastante eficiente paraa retirada de calor de
um sistema. Os motores pequenos não utilizam resfriamento a água, por
questões econômicas. Realmente, como se verá logo a seguir, nos motores
resfriados a ar economiza-se radiador e bomba de água, tubulações, etc.
Como
nos motores pequenos é importante a economia, costuma-se fazê-los
resfriados a ar,para economizar esses elementos. Por outro lado, um
motor grande dificilmente conseguirá ser resfriado pelo ar. A quantidade
de calor a ser retirada é tão grande que o sistema que funciona melhor é
o de resfriamento a água.
Mas, há exceções a essa regra, pois
existem motores de avião que são construídos com resfriamento a ar, em
primeiro lugar porque a velocidade em que eles se deslocam é tão grande
que o ar ser torna um bom refrigerante; e em segundo lugar porque, se
fossem resfriados a água, em caso de algum acidente com o sistema de
resfriamento se colocariam em perigo inúmeras vidas.
Muitas vezes, também, se usa
resfriamento a ar em motores grandes, para o caso de tanques de guerra
que precisam deslocar-se em terrenos onde há falta de água. No
resfriamento a água, esta circula ao redor de todas as peças que
interessa resfriar retirando assim, o seu calor.
Dessa maneira, as peças se esfriam e a
água se aquece. Em seguida, a água é levada até o radiador onde cede seu
calor para o ar, que é obrigado a passar pela colméia do radiador, aí
retirando calor da água.
A água circula por dentro do motor, para fazer o resfriamento interno.
A água entra em contato com o cilindro e
todas as peças que se aquecem, resfria essas partes e, por sua vez, se
aquece. Em seguida, caminha para o radiador por uma mangueira que existe
na parte de cima do motor. Entra no radiador, que é todo formado por
colméias, como veremos logo a seguir. Um ventilador que gira adicionado
por uma correia acoplada auma polia, no virabrequim, faz o ar passar
pela colméia em alta velocidade, daí retirando calor.
O ventilador vira de maneira que puxa o
ar. O ar entra pela frente do carro, pela grade do radiador, passa pelo
radiador e resfria a água que se encontra no seu inferior. O ar se
aquece, mas, apesar de estar quente, ainda pode ser aproveitado para
resfriar o próprio bloco do motor. A água que se encontra dentro do
radiador se esfria e, como a água fria é mais pesada que a água fria é
mais pesada que a água quente, ela desce e vai parar no fundo do
radiador. Ai outra mangueira liga o radiador ao motor. A água fria segue
por sua mangueira e retorna ao motor, para novamente esfriá-lo. E assim
por diante, repetindo-se tudo de novo.O sistema tem alguns
aperfeiçoamentos adicionais que iremos descrevendo gradativamente, à
medida que esta lição for se desenvolvendo.
Na parte inferior do radiador existe uma
pequena válvula, cuja finalidade é esvaziar o radiador toda vez que for
necessário fazer um reparo ou trocar a água, se porventura estiver
muito suja. Existe também, em alguns motores, um bujão para quando se
quiser retirar toda a água aí existente. Essas válvulas estão
representadas e recebem o nome de bujão de esgotamento, isto é, para
esgotar (esvaziar) o radiador e o bloco do motor.
Procura-se resfriar as partes mais
aquecidas, normalmente próximas das peças móveis e da área de combustão.
Todas essas câmaras estão em comunicação entre si, de maneira que a
água circula por todas elas.
Sempre o movimento da água é de baixo
para cima, porque a água quente é mais leve que a água fria. Aliás, este
é um fato fácil de constatar: coloque um copo com leite morno sobre uma
mesa e deixe-o descansar durante alguns minutos. Depois, tome-o;
sentirá perfeitamente que no começo o leite é mais quente e vai se
tornando frio à medida que se esvazia o copo, o que comprova que o leite
quente estava em cima e o frio, embaixo.
O radiador é ligado ao motor por duas
mangueiras feitas de lona com borracha. São bastante grossas para
permitir uma circulação livre da água. Se o cano fosse fino, a água
teria mais dificuldade para passar e o revestimento se faria com maior
dificuldade também.
Saindo da parte superior, existe um
pequeno tubo que desce ao longo do radiador, até aparecer por baixo
dele. Trata-se do "ladrão, como é conhecido, e se destina a deixar
escapar qualquer excesso de água que porventura exista no radiador,
quando se enche ou quando a água ferve.
A temperatura normal da água dentro do
radiador, é de 85ºC a 90ºC, mas algumas vezes, se o motor funcionar em
condições deficientes, com falta de refrigeração, ou então numa subida
muito forte, ou num dia muito quente a água ferve, formam-se vapores,
que aumentam a pressão dentro do radiador. Se não houver um orifício
qualquer por onde possa sair o excesso de pressão, o radiador correrá o
risco de explodir e perder toda a água de refrigeração. Para impedir
isso, é preciso deixar um orifício por onde o excesso de vapor tenha
caminho para fora. Costuma-se dizer que é um orifício de "alívio",
porque alivia a pressão, ou então, que é um tubo fino que desce ao longo
do radiador até a sua parte inferior. O vapor ou a água em excesso
escorre por ele e cai no chão, embaixo do veículo,sem perigo para as
pessoas.
Na figura, vê-se a circulação de água no
radiador, passando em seguida para o bloco do motor para refrigerar
todo o sistema. Quanto maior a velocidade do veículo, maior a dissipação
do calor.
Radiador
O radiador é um trocador de calor. É
constituído por uma porção de cavidades. Por dentro passa a água quente e
por fora o ar. O ar está frio e esfria a água. Os radiadores são
constituídos em diversos estilos, mas a única diferença que existe mesmo
é o tipo de célula de água que se utiliza. Sempre a água passa por um
lado da célula e o ar, pelo outro.
Temos um tipo de radiador chamado
colméia (ninho de abelha), nome que recebeu por causa do seu formato.
Outro tipo de radiador é o que é constituído por tubos com aletas.
Os tubos de água passam através de uma
série de lâminas, denominadas aletas.Em geral, o mecânico de automóvel
não é solicitado para fazer reparos complexos no radiador. Esses reparos
exigem equipamentos especiais para trabalho com chapa de metal, tais
como solda a oxigênio, ferro de soldar, medidor de pressão e tanque.
A rigor, não se trata de serviço
difícil, mas exige um equipamento que não compensa a uma oficina ter, a
menos que exista bastante serviço relacionado com seu emprego. Convém,
por isso, nesses casos, entregar o serviço a uma oficina especializada,
que só trabalhe com esse tipo de serviço e que, por conseguinte, tenha
todo o equipamento necessário.
Termostato
Pelo que temos descrito até agora, no
que se refere a carburação e resfriamento do motor, o aluno já verificou
que há uma temperatura boa para o motor trabalhar. Se o motor se
superaquece, há risco de "engripamento". Se o motor está frio, a
carburação não se processa adequadamente e a combustão não é boa. Quando
o motor trabalha na temperatura certa,tudo transcorre normalmente e o
rendimento é satisfatório.
No que se refere ao resfriamento, um
aperfeiçoamento adicional que se faz é colocar as peças no circuito de
refrigeração. Sua finalidade é controlar melhor a temperatura da água,
para que ela trabalhe o mais possível na temperatura desejada. Essa peça
se chama termostato (ou válvula termostática), nome que significa
"temperatura estabilizada". Na verdade, ele não mantém a temperatura
invariável, mas permite a variação numa faixa de temperaturas boas para o
motor.
O termostato opera principalmente quando
a água de resfriamento está muito fria. Nesse caso o termostato fecha a
passagem de água que vai para o radiador e obriga a água a voltar para o
motor. Resultado: a água não será resfriada; pelo contrário, será
aquecida mais depressa. Quando a temperatura da água atinge o valor
desejado, o termostato abre a passagem do radiador. A água então vai
para o radiador, onde é resfriada, e a temperatura se mantém.
O termostato consiste basicamente de uma
sanfona e uma válvula. Quando dizemos sanfona é porque a peça possui
mesmo esse formato, como o de um acordeon, que pode esticar e encolher,
conforme entre ou saia ar. Dentro do termostato existe um líquido, que
se vaporiza quando a temperatura da água atinge o valor desejado.
Por exemplo, existe termostato no qual
está marcado o número 70. Significa que esse termostato abre quando a
temperatura da água está por volta desse valor (68ºC a 72ºC) e deve
estar totalmente aberto, quando a temperatura atinge 78ºC. Um termostato
marcado com número 80 significa que abre por volta desse valor (78ºC a
82ºC) e deve estar totalmente aberto, quando a temperatura atinge 90ºC.
Quando a temperatura atinge o valor a que nos referimos, o líquido que
está dentro da sanfona vaporiza, ou seja, se torna vapor.
Como resultado, a sanfona se estica e
abre a válvula que dá passagem a água. Mais tarde, quando se desligar o
motor e a água tornar a esfriar-se, o vapor dentro do termostato
novamente virará líquido e a sanfona encolherá, fechando a passagem da
água.
No circuito da água, quando ela está
fria. O termostato fecha a passagem para o radiador e a água volta para o
motor, onde se aquece novamente. O termostato não abre a passagem
enquanto a temperatura da água não atinge o valor bom de funcionamento
do motor.
Uma vez atingida a temperatura ideal de
trabalho do motor, o termostato abre a passagem para o radiador e fecha a
passagem de retorno. A água então é obrigada a seguir para o radiador,
onde é resfriada, mantendo-se então na temperatura desejada.
Para testar um termostato, coloque-o
dentro de um recipiente com água a 17ºC, aproximadamente. Agite a água,
para que a temperatura fique uniforme. O termostato deve estar então
completamente fechado. A seguir, aqueça-o num banho até a temperatura
indicada no próprio termostato. Agite a água, para que a temperatura
fique uniforme. O termostato deve estar então completamente aberto. Se o
termostato não comportar adequadamente, substitua-o por um novo, com as
mesmas características.
Sistema de Transmissão e Embreagem
CONCEITOS , DIAGNOSE E REPARAÇÃO
Introdução
Todo o desempenho do veículo está
diretamente ligado ao sistema de engrenagens do câmbio. O prazer ao
guiar, a capacidade de aceleração, a potência em velocidades de
cruzeiro, passam pelas relações de transmissão. O sistema de transmissão
leva às rodas motrizes a energia desenvolvida pelo motor para que o
veículo entre em movimento.
Em 1895, os irmãos Lanchester lançaram o
eixo de transmissão; na mesma década, lançaram a caixa de mudanças de
engrenagens planetárias e o eixo cardan. No início do século,
Sturtevant, nos EUA, lançou a transmissão automática.
Na década de 20, surgiram as primeiras
caixas sincronizadas e as primeiras embreagens automáticas com comando à
depressão do motor. Em 1936, a FIAT lançou o Topolino 500 com câmbio de
quatro marchas sincronizadas.
Para ilustrar o que foi dito, vamos
fazer o nosso veículo circular a 100 Km/h @ 4000 rpm, as rodas estarão
aproximadamente a 1000 rpm; logo não poderíamos ligar o motor às rodas
diretamente.
O meio de fazer a potência necessária
(potência é energia em sua forma de utilização)chegar até as rodas
motrizes, foi incorporar uma redução por engrenagens na transmissão
final, ao mesmo tempo alterando a direção do movimento em 90° com o eixo
da roda (chamado de torque cônico o elemento de redução final).
Geralmente a redução está bem próxima da razão de 4:1, isto quer dizer
que enquanto o eixo motor dá quatro voltas, o eixo das rodas dá somente
uma.
O torque varia com a rotação do motor, e
o máximo torque é alcançado em torno da metade, ou um pouco mais acima
das rotações máximas, após o que começa a cair rapidamente. Daí um
processo ou dispositivo que converta e amplifique o torque produzido - a
caixa de câmbio ou de velocidades ou de mudanças ou gear box.
O sistema de transmissão é composto pela embreagem, caixa de velocidades, diferencial, semi-árvores, homocinéticas e rodas.
Engrenagens - as
engrenagens têm como objetivo efetivar transformações de movimento, que
são: direção e velocidade.Toda e qualquer engrenagem pode ser encarada
como uma alavanca múltipla com um único ponto de centro. Quanto maior o
braço da alavanca tanto maior será o movimento conseguido.
Classificação das engrenagens:
a) engrenagens planas diretas;
b) engrenagens helicoidais - os dentes
são cortados em curva, permitindo que um dente engrene com outro antes
que o anterior esteja desengrenado;
c) engrenagens espirais;
d) engrenagens de dupla espiral;
e) engrenagens cônicas - os dentes são
retos, porém cortados sobre peças cônicas. São empregados sempre que há
necessidade de mudar o sentido da transmissão.
e.1) retas;
e.2) helicoidais
f) engrenagem hipóide - assemelham-se às
engrenagens cônico-helicoidais, porém o pinhão ou eixo motor se situa
abaixo do eixo acionado (a coroa). Com esta montagem, consegue-se
diminuir o diâmetro do seu alojamento. Muito utilizada em diferenciais.
As engrenagens, estas maravilhas
mecânicas, executam tarefas com extrema precisão, hora alterando a
força, hora alterando a velocidade. Para facilitar a compreensão,
utilizaremos o exemplo da bicicleta, que transporta uma pessoa com
velocidade maior do que seria conseguida com suas pernas. Isso acontece
porque a corrente e as marchas fazem girar a roda traseira mais depressa
do que o movimento dos pedais.
Relação do câmbio ou transmissão
- o torque e a rotação produzida pelo motor, não são suficientes e
adequados para transmissão direta para as rodas. Fatores como
carga,velocidade do veículo e elementos externos que ofereçam
resistência (aclives, declives, o are etc.) nos obrigam a pedir auxílio à
caixa de câmbio ou, simplesmente, caixa de velocidade, que nada mais é
do que uma caixa de relações variáveis às diferentes solicitações de
carga.
A relação entre o número de dentes que
se ajustam uns aos outros é denominada "relação de engrenagens ou de
transmissão". Se uma engrenagem tem duas vezes o número dedentes da
outra, a relação é de 2:1.
A relação de transmissão é o fator que
determina o torque e a relação de saída em uma transmissão por
engrenagens. É calculada da seguinte forma: R = n.º de dentes da
engrenagem movida n.º de dentes da engrenagem motora.
A engrenagem que aciona é denominada
motora (motriz ou condutora) e a outra, movida(conduzida). A engrenagem
conduzida sempre é deslocada em direção contrária à da condutora. Para
se obter a mesma direção coloca-se uma engrenagem entre a motora e a
movida. O nome da engrenagem interposta é reversora (apesar de alguns
autores utilizaremos nomes de engrenagem livre ou parasita).
A caixa de mudança deve proporcionar ao condutor/usuário os seguintes requisitos:
1. Variar a redução, objetivando variar as relações de redução (torque) e desmultiplicação (potência em velocidade cruzeiro).
2. Permitir o ponto neutro.
3. Inverter o sentido de rotação (marcha à ré).
Diante do exposto, podemos concluir que:
a) relação de redução - é aquela em que
se multiplica o torque de entrada e diminui a rotação. A engrenagem
motora é menor que a movida.
b) relação de desmultiplicação - é a relação em que eleva-se a rotação e reduz-se o torque.
A engrenagem motora é maior que a movida.
Voltando à nossa bicicleta hipotética do
exemplo, contemos o número de dentes da coroa e onúmero de dentes do
pinhão traseiro. Dividindo-se o total de dentes do pinhão pelo númerode
dentes da coroa, teremos a nossa relação de transmissão.
Exemplificando: pinhão = 10 dentes coroa
= 40 dentes R = 10 / 40 = 1 / 4 Marcha alta: na qual a roda traseira
gira 4 vezes para 1 volta da coroa = 1 pedalada. Tem 4 vezes mais
velocidade e apenas ¼ da força aplicada sobre o pedal (baixo torque). Em
marcha baixa, por exemplo R = 1 / 2, a velocidade é menor mas ganha-se
em força. Marchas altas servem para terrenos planos e as marchas baixas
para as ladeiras.
O Câmbio propriamente dito
- A potência de um motor endotérmico aumenta na razão direta da
velocidade (rpm) até alcançar a velocidade de regime, o que ocorre,
dependendo do tipo de motor, a partir de 2000 rpm até 5500 rpm.
O câmbio deve proporcionar condições ao
veículo para vencer as resistências de rolagem, do ar, do solo, do
atrito dos pneus e o peso do veículo. Por isso o torque deve variar de
acordo com estas resistências. Desta forma, se o usuário estiver
desfrutando de toda a potência do motor ou até ¾ dela, numa estrada
plana, e deparar-se com uma subida, não haverá condições para continuar
na mesma velocidade pois o esforço de subir consumirá boa parte da
potência do motor. Neste momento, embora com uma queda sensível na
velocidade, precisamos de uma potência maior. Precisamos lançar mão de
um dispositivo que permita ao motor manter a máxima velocidade enquanto
as rodas se deslocam com velocidade reduzida. Este dispositivo é a caixa
de câmbio. Para facilitar a vida do usuário, os câmbios modernos
possuem, para assegurar uma mudança ágil e silenciosa, engrenagens
deslizantes de engrenamento constante e com luvas sincronizadoras que
facilitam os engates das marchas e igualam os movimentos rotacionais
internos.
A caixa de mudança realiza três funções distintas:
a) permite um desligamento entre os eixos motor e transmissor, possibilitando ao motor funcionar com o veículo parado;
b) permite aumentar ou diminuir a potência do motor por meio de engrenagens;
c) permite inverter a marcha sem alterar
o sentido de rotação do motor. Sua posição de montagem e localização é
entre a caixa seca de embreagem e o cardam, para os veículos mais
antigos, com montagem de conjunto motopropulsor clássica. Nos veículos
mais modernos, onde a figura do diferencial foi incorporada ao conjunto
do câmbio, fica entre as semi-árvores.A alavanca seletora é o elemento
de ligação entre o usuário e o mecanismo interno. Através dela é
possível interromper os movimentos (ponto morto ou neutro), reverter a
marchas(marcha à ré) e modificar o torque e/ou a potência.
A caixa de mudanças é composta basicamente de três eixos paralelos, assim discriminados:
a) eixo primário ou piloto ou eixo motor
b) eixo secundário ou transmissor
c) eixo intermediário ou trem de engrenagens ou carretel.
A entrada do movimento proveniente do
motor, através da embreagem, é acolhida pelo eixo primário, sendo este
movimento fornecido ao eixo secundário e transmitido às rodas motrizes. O
eixo secundário está colocado no mesmo alinhamento do eixo primário. No
secundário são montadas as engrenagens móveis.
Através da alavanca seletora o usuário pode buscar os seguintes movimentos:
a) primeira marcha - força
b) segunda marcha - força
c) terceira marcha - rotações intermediárias
d) quarta marcha - velocidade cruzeiro
e) quinta marcha - velocidade de cruzeiro e economia de combustível, baixo torque
f) marcha à ré - reversão do movimento
g) ponto morto - interrupção do movimento.
O comportamento das engrenagens:
a) primeira marcha - o eixo
intermediário encontra-se engrenado com a engrenagem móvel do eixo
transmissor. Temos a entrada de movimento Þ movimento recebido Þ
movimento transmitido. Devido a engrenagem do eixo intermediário ser de
diâmetro menor, o eixo transmissor girará com menor velocidade do que a
fornecida pelo motor.
b) segunda marcha - a ligação é feita entre a maior engrenagem do carretel com a maior engrenagem do eixo transmissor.
c) terceira marcha - nos veículos mais
antigos, esta velocidade era chamada de "prize direta", pois o eixo
motor engrenava diretamente com o eixo transmissor, operando como se os
eixos estivessem rigidamente ligados. Nos veículos com caixa de quatro
velocidades à frente, a terceira é a intermediária entre a prize direta e
a marcha de força. Funciona como opção de retomada, proporcionando mais
agilidade.
d) quarta marcha - é uma relação de
desmultiplicação, ou seja, a velocidade da árvore de manivela é inferior
à da árvore de transmissão, reduz a rotação do motor e mantém a
velocidade inalterada. Estas características proporcionam boa economia
de combustível e redução do desgaste interno do motor. Para obtenção
destes índices, seu engrenamento deve ser realizado acima de 50 Km/h.
e) ponto morto - o eixo primário
transmite o seu movimento ao intermediário (carretel) que não é
repassado ao secundário, pois não há engrenagens móveis em contato.
Somente giram o primário e o carretel, não havendo transmissão de
movimento.
Lubrificação - as
engrenagens, mancais, luvas e anéis sincronizadores necessitam de
lubrificação. Hoje o profissional e usuário devem atentar que para cada
caso há um tipo de óleo específico, calculado em função da temperatura
de trabalho, do tipo de engrenagens edo tipo de serviço executado.
Respeitar as informações do manual do proprietário e as orientações dos
manuais de serviço, são obrigações do usuário e do reparador,
respectivamente.
Embreagem - Assim como
as caixas de câmbio, os conjuntos de embreagem sofreram pequenas
evoluções que muito contribuíram para o aumento do conforto e prazer ao
dirigir. Por serem componentes com vida útil relativamente longa, muitas
vezes são esquecidos no cronograma de manutenção preventiva. Sua
localização e posição de montagem é entre acaixa de mudanças e o volante
do motor.
Sua função é ligar e desligar o motor do
sistema de transmissão de forma suave e progressiva. A ligação entre o
motor e a caixa de mudanças é realizada quando o disco de embreagem
écomprimido pelo platô de encontro ao volante do motor, pelo sistema de
comando eacionamento. Pertence ao grupo dos órgãos de comando e
transmissores de movimento.
A embreagem é o sistema de ligação entre
o motor e o câmbio. Fica alojada no interior da caixa seca e fixadaao
volante do motor através de parafusos. Interliga o movimento do motor ao
câmbio através do eixo piloto ou primário. O comando de ligação entre
ambos se dá através da carga aplicada ao pedal de embreagem; este
acionamento, geralmente via cabo de aço, já começa a ser substituído
pelo acionamento hidráulico, pelo grau de conforto e precisão que
oferece ao usuário. No acionamento hidráulico, um ou dois pequenos
cilindros mestres encarregam-se de fazer a pressão de acionamento até o
garfo de embreagem e deste até o platô, via rolamento de encosto
(colar).
Quando o motor está embreado, as
rotações da árvore de manivelas são transmitidas ao câmbio e daí às
rodas, movimentando o veículo. Quando desembreado, é desligado
omovimento da árvore de manivelas.
O conjunto de embreagem pode ser dividido em:
a) disco de fricção
b) disco ou placa de pressão - platô
c) rolamento de encosto - colar
d) garfo de acionamento
Dimensionamento da embreagem
- Existe uma embreagem para cada tipo de veículo. O seu projeto deve
obedecer as exigências da montadora e do mercado. Os itens a seguir
definirão o projeto:
a) peso máximo (com carga) do veículo
b) potência e torque do motor
c) relação das marchas do câmbio
d) tipo de utilização
e) relação do diferencial
f) raio dos pneus
De posse dos dados acima, o fabricante
do conjunto calcula as cargas, escolhe o material de fricção e
dimensiona a carga do pedal, com o objetivo de que a transmissão seja
suave e progressiva até o câmbio e deste aos demais órgãos da
transmissão.
Podemos enumerar as qualidades de um bom projeto de embreagem:
1°) transmitir o torque do motor para o câmbio sem deslizamento (sem patinação);
2ª) eliminar vibrações torcionais durante a partida e em condição de marcha lenta, amortecendo-as;
3ª) possibilitar trocas de marcha de modo suave, sem solavancos.
Tipos de embreagem:
a) embreagem simples - tipo monodisco a seco
b) embreagem bidisco - dois discos a seco
c) embreagem dupla
d) embreagem multidisco - composta por uma série de discos metálicos colocados lado alado
e) embreagem cônica
f) embreagem hidráulica
Tipos de acionamento e componentes
- Atualmente tem sido muito comum para o reparador confundir o
acionamento hidráulico com a embreagem hidráulica, que são coisas
distintas. O acionamento é fator primordial para a manutenção do
conforto durante toda avida útil do conjunto. Segue abaixo a relação de
esforço dos tipos de acionamento:
a) embreagem com acionamento do platô puxado (pull): R = 1 / 6 (veículos pesados)
b) embreagem com acionamento do platô empurrado (push): R = 1 / 5 (veículos passeio ealguns comerciais)
É importante lembrar que ao se acionar a
embreagem - aplicação de carga - e a desembreagem existe um tempo de
três segundos até a total imobilidade do disco.
O disco de embreagem -
Duas características do disco devem ser observadas durante amanutenção:
se possui amortecimento torcional no cubo e o tipo de revestimento
empregado (cuidado com a peça pirata). A composição básica do disco de
embreagem é(sem asbestos): rayon, borracha, resinas, partículas de
cobre, tudo isto misturados amateriais orgânicos. Hoje temos alguns
modelos no mercado com o revestimento a base de amianto cresotila,
opcional por motivos ambientais.
O revestimento pode ser construído de três formas e cada tipo tem uma aplicação específica:
a) revestimento moldado;
b) revestimento enrolado;
c) revestimento trançado.
Em veículos de alto desempenho, são
aplicados discos cerametálicos, onde seu coeficiente de atrito aumenta
com a temperatura, proporcionam acionamento mais duro e só devem ser
aplicados em veículos de elevado torque e potência.
Os discos de embreagem podem ser:
a) rígido;
b) com amortecimento torcional.
O platô é chave da ligação entre o motor
e o câmbio. Hoje, a maioria dos veículos sai equipada com o platô do
tipo simples, que pode ser:
a) platô de molas helicoidais (em desuso);
b) platô de mola membrana/diafragma, o popular chapéu chinês.
O platô de mola membrana é muito
resistente às altas rotações, possui construção compacta, reduzida
altura da carcaça estampada e oferece grande conforto ao usuário (maciez
no acionamento).
Sintomas e Diagnose -
os sistemas de comando e acionamento merecem atenção especial durante a
manutenção, embora geralmente sejam relegados ao segundo plano; são
grandes responsáveis pelo correto funcionamento da embreagem.
O projeto de comando é na maioria das
vezes de responsabilidade da montadora; as especificações e orientações
de manutenção devem ser respeitadas durante a montagem. Os itens mais
comuns na rotina de manutenção são:
a) rolamento de encosto - deve girar livremente, sem trancos na pista e deslizar com suavidade sobre a guia.
b) guia do rolamento - não deve ter
riscos e calosidades na área de contato com o rolamento de encosto
(colar), pois acarretará resistência no pedal.
c) cabo de embreagem - quando acionado
deve correr livre no conduíte (capa). Nada de"amaciar o cabo", curvas
acentuadas devem ser evitadas, deve ser montado buscando ocaminho mais
reto possível, sem curvas acentuadas (salvo especificação da montadora,
caso dos veículos VW - ar).
d) O mecanismo de comando é formado por
garfos, tirantes ou varões que deslocam luvas sincronizadoras (montadas
entre as engrenagens de velocidade), devendo ter seu movimento livre e
lubrificado. Os comandos não devem permitir que as marchas escapem
(conjunto retém nos garfos internos e no trambulador).
e) pedal e pedaleira - todas as
articulações devem ser lubrificadas. Deve ser observado o tipo de
material do embuchamento, antes da aplicação do lubrificante. Buchas de
Nylon, poliamida, celeron ou qualquer outro material sintético, aplicar
grafite em pó ou spray; buchas de bronze, aplicar lubrificante mineral.
f) Platô e disco de embreagem não
produzem rangidos. Os rangidos encontram-se nosistema de acionamento
e/ou por falta de lubrificação do garfo e suas buchas.
g) Os ruídos provocados por rolamentos
no sistema de embreagem são três: rolamento do eixo primário do câmbio,
rolamento de encosto (colar) e rolamento da ponta do primário(quando
existir).
h) garfo e articulações - examinar
quanto a folgas e desgastes irregulares na área de contato com o colar.
Substituir o embuchamento caso sejam encontradas folgas.
i) Observe atentamente as condições da
catraca de regulagem automática, se estiverem avariadas, travadas ou
desgastadas, enforcam o platô.
j) Cuidado! Não exagerar na lubrificação do eixo primário (excesso de graxa);
k) rolamento de encosto - nunca deverá
ser lavado ou tentar engraxá-lo. Caso apresente ruídos, substitua.
Cuidado com as peças piratas!
Antes e durante a troca, alguns procedimentos devem ser observados:
a) Ao montar o conjunto disco-platô,
aperte os parafusos de fixação em cruz ou X, de forma gradual, sempre
respeitando o torque recomendado pelo fabricante.
b) Observe o retentor do eixo piloto (primário). Vazamentos podem chegar até o disco de embreagem
c) Observe se o garfo de debreagem
movimenta-se livremente e sem folgas, se não há folgas nos pontos de
contato do mesmo com o colar.
d) Observe se não há vazamentos de óleo
do motor, pela junta do cárter ou pelo retentor da árvore de manivelas,
para o interior da caixa seca.
e) Observe a superfície do volante do
motor quanto a trincas, riscos, marcas de superaquecimento. Alguns
fabricantes recomendam a retífica da área de contato com o disco, outros
somente a substituição. De qualquer maneira, caso seja retificado, o
volante deve manter as características dimensionais originais, i.é.,
deve ser retrabalhada a superfíciede fixação do platô, para que se
mantenha a mesma relação de altura original.
f) Ao montar uma nova embreagem, observe
a centralização do conjunto motopropulsor.Durante a montagem, nunca
deixe o câmbio apoiado sobre o cubo do disco (durante o encaixe do
câmbio).
g) Monte o platô pré-acionado. Esta
recomendação é fundamental para o sucesso do serviço! Basta um fio de
vela e uma prensa hidráulica: apoiando o platô sobre uma superfície
plana e com auxílio de uma chave de encaixe maior que 41mm (pito ou
cachimbo, de acordo com oregionalismo), acionar o platô e inserir um fio
de vela entre a mola membrana e a placa depressão (deixando uma ponta
para puxar depois de apertado no volante do motor!). O encaixe do
conjunto será mais fácil, com menos chances de erros e redução no tempo
da tarefa.
h) O cabo de acionamento pode transmitir
as vibrações do motor para a carroçaria, causando desconforto. Para que
isto não ocorra, os cabos são confeccionados com "dampers" de borracha
para absorção destas vibrações. Na hora de ajustagem da altura do pedal
de embreagem, nada de aplicar "calços e complementos" para dar curso ao
pedal, isto poderá comprometer e trazer vibrações ao funcionamento.
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Trepidação:
a) cabo de embreagem sem movimento livre;
b) platô que sofreu queda;
c) deformação do platô na hora da montagem, por aperto incorreto;
d) bucha e/ou rolamento do primário grimpado;
e) superfície do disco com resíduos de óleo ou graxa;
f) verificar coxins do motor e/ou transmissão;
g) superaquecimento da placa de pressão;
Embreagem não separa:
a) cubo do disco grimpado no eixo piloto (primário);
b) disco incorreto, superfície com espessura acima do especificado;
c) folga do pedal (curso morto) acima do especificado (> do que 20/30 mm);
d) alavancamento do garfo de acionamento com folga excessiva;
e) oscilação do disco muito acentuada.
Patinação:
a) revestimento desgastado;
b) revestimento oleado
c) carbonização do disco;
d) carga do platô inferior ao especificado.
Dificuldade de engate:
a) mola de retorno deformada, por queda ou uso indevido;
b) estriado do primário danificado por erro de montagem;
c) oxidação das estrias do primário, dificuldade em liberar o disco;
d) revestimento oxidado;
e) molas de amortecimento axial deformadas durante a montagem (apoiar o câmbio no cubodo disco durante a montagem).
Acionamento pesado:
a) cabo ou haste de acionamento da embreagem desgastados ou desalinhados;
b) guia do rolamento de encosto arranhada;
c) superfície do volante do motor necessitando de retífica;
d) rolamento de apoio do primário desgastado;
e) garfo empenado;
f) próximo ao fim da vida útil do disco-platô, há um aumento de força para o acionamento do pedal de aproximadamente 50%.
Conforto - buscando
otimizar e oferecer algo mais ao usuário, foram incorporados alguns
itens de conforto e segurança ao conjunto de embreagem. Por volta dos
anos 80, algumas montadoras passaram a oferecer itens de conforto aos
veículos mais simples e populares, popularizando implementos que só eram
disponibilizados em veículos de categoria superior.
Comando hidráulico - o
esforço muscular da perna esquerda em vencer as resistências mecânicas
somente era minimizado nos veículos topo de linha, os automóveis mais
sofisticados. Com a competição acirrada dos últimos anos no seguimento
popular todos foram buscar algo mais a oferecer. Uma delas foi a
suavização do acionamento da embreagem através de um comando hidráulico.
Este dispositivo é composto de um cilindro mestre com reservatório de
fluido e um cilindro escravo acoplado ao garfo de acionamento.
A substituição do conjunto de acionamento mecânico trouxe inúmeras vantagens para osusuários, tais como:
a) conforto;
b) precisão nos engates;
c) economia de espaço;
d) a transmissão da força pelo líquido
não sofre interferências, ao passo que a ligaçãomecânica torna-se cada
vez mais complicada nos ínfimos espaços de cofre de motor.
Contra sua aplicação apenas o fator
custo produtivo, um pouco mais elevado que o sistema convencional.
Quanto à manutenção, é idêntica à realizada em freios hidráulicos.
Embreagem automática com Comando Eletrônico
-em produção no veículos nacionais, FIAT Palio Citymatic e o
DAIMLER-CHRYSLER Classe A, que incorporaram este dispositivo de
conforto. O princípio básico de funcionamento é o de acionamento
automático, sem intervenção do motorista. Gostaria de ressaltar que já
tivemos veículos produzidos em solo verde-amarelo com sistema similar,
eram os DKW dos anos 60, com o sistema SAXOMATIC, produzidos pela
Fitchel&Sachs para motores de pequena cilindrada.
Era constituída de um servo sistema
eletro-pneumático, tecnicamente é uma servo embreagem a vácuo
(depressão) que encarregava-se de acionar o platô ao iniciar omovimento
da alavanca, através de um complexo sistema de válvulas à depressão e
solenóides de controle do sistema é dosada a entrada de pressão
atmosférica e toda aatuação do sistema, em estrada e trânsito urbano.
As variantes deste sistema são: o
sistema Ferlec (fabricada pela FERODO) de acionamento elétrico,
Smith-Jaeger, de acionamento eletromagnético, comando hidráulico do
Citröen DS-19.
Desde o início dos anos 80, na Europa,
SAAB, RENAULT, PEUGEOT/CITRÖEN, NISSAN, já aplicam o recurso da
embreagem com acionamento remoto, com a eletrônica embarcada, tudo ficou
mais fácil e confiável, tamanhos foram reduzidos e as antigas idéias
atualizadas.O sistema LUK EKM (Eletronisches Kupplungs Management), é
monitorado por um módulo de comando e troca informações através de um
barramento de dados, via protocolo binário/inteface CAN, que através de
sensores ligados à injeção/ignição, aos pedais do acelerador e freio,
alavanca seletora, porta do motorista (se está fechada) e o freio de
estacionamento, monitoram todas as intervenções realizadas pelo usuário,
impedindo até mesmo atos que possam comprometer a segurança dos
passageiros (como sair com uma marcha alta, porta aberta, por exemplo).
Em linhas gerais, o sistema opera com
sensores que podem ser óticos/infrared, indutivos ou do tipo hall
ligados a alavanca, que interpretam a vontade do condutor em fazer a
mudança de marcha, um MCE, que avalia estas informações em conjunto com a
central de injeção, por meio de barramento de dados - CAN - Controlled
Area Network, comandando pequenos motores elétricos. Ao ser iniciado o
movimento da alavanca do câmbio, os sensores lêem a intenção do
motorista e, através da interface CAN, é transmitido um comando para um
motor elétrico acionar o garfo. Detalhe, o sistema é autoajustável.
Em caso de manutenção, o conjunto
platô/disco é idêntico ao da versão convencional.Este sistema mantém o
gostinho de trocar as marchas como num câmbio manual, sem o desconforto
de pisar no pedal da esquerda. Dá para encarar o trânsito com mais
humor!
Tiptronic - é um tipo
de transmissão automática, com recursos sofisticados de eletrônica, que
permite ao motorista optar por trocas de marchas manuais ou automáticas.
Inicialmente desenvolvido pela PORSCHE (Tiptronic é marca registrada da
PORSCHE) em conjunto com a ZF ( o modelo de câmbio ZF 4HP22, sua
estréia aconteceu no Porsche 911 Carrera 4, em19989. Possui acionamento
através de borboletas montadas atrás do volante ou na própria alavanca
seletora no console, proporcionou uma revolução no conceito de
transmissão automática.
O sistema possui um moderno conversor de
torque que possibilita ao condutor (piloto creio ser o termo mais
adequado!) guiar normalmente em D - drive ou optar pela troca manual,
bastando para isso deslocar para a direita a alavanca seletora e
escolher a programação: N -normal, privilegiando o baixo consumo; ou S -
sport, objetivando o máximo desempenho, desfrutando ao seu gosto, do
prazer de fazer as trocas de marcha. No console ou nas borboletas
existem os sinais de "+" e "-" que representam as marchas ascendentes e
descendentes, respectivamente.
Este sistema, através de monitoramento
eletrônico constante, mantém-se em conexão com os demais sensores da
injeção/ignição, ABS/ASR, corrigindo e aprendendo o modo de guiar do
motorista/piloto.
Ao selecionar a marcha, o sistema avalia
os parâmetros de rotação, a programação (N ou S),sensor de posição de
borboleta, rotação e velocidade, aceleração linear e lateral, escolhendo
a melhor relação e o momento adequado para trocar as marchas. Sempre
com muita segurança, para que não haja excesso de rotação e a segurança
do usuário não seja comprometida.
Outras montadoras já possuem sistemas
similares, AUDI e VW (ambas com tecnologiacedida pela PORSCHE), ALFA
ROMEO, BMW, CHRYSLER, FERRARI, MERCEDES, dentre outras, já oferecem este
plus aos seu sofisticados clientes.
Particularmente
no modelos BMW M3, o câmbio adotado é um semi-automático seqüencial,
que na verdade é uma transmissão manual, com comandos eletro-hidráulicos
de alta pressão e com alavanca no console central. Parece um câmbio
manual, mas seu funcionamento é automático. empurrando-se a alavanca
para trás, marchas para cima; empurrando a alavanca à frente, comanda-se
a redução. É um sistema um pouco mais lento que os oferecidos pela
PORSCHE E FERRARI. Com os veículos de Maranello, o sistema foi
desenvolvido na F1 355 de 1997, em conjunto com a Magneti-Marelli e
levou 10 anos até se tornar confiável e estrear nas pistas. Batizado de
Selespeed, buscou fundamento nos câmbios da CITRÖEN, especificamente o
modelo DS dos anos 60, com comando hidráulico.Também é uma transmissão
manual de seis velocidades com acionamento hidráulico de alta pressão
(não é uma transmissão automática!). Possui ainda embreagem eletrônica e
monitoramento integrado da central de injeção, com três opções de
programação: totalmente automático, esportivo e semi-automático, todos
vinculados ao controle limitador de rotações e ao comando da suspensão
ativa, garantindo esportividade, estabilidade e/ouconforto. O sistema
utilizado pela FERRARI conseguiu englobar as vantagens do câmbio
automático e do manual em um só conjunto.
Por fim, outra variável do que já foi
acima explanado, será lançada pela OPEL (braço europeuda General Motors)
no renovado Corsa. Batizado de EASYTRONIC, é uma caixa manual, mecânica
e seqüencial e não semi-automática como os apresentados acima.
Continuously Variable Transmission - CVT
- criado nos anos 50, com o nome de VARIOMATIC, pelo holandês Van
Doorne, na prática equipara-se ao câmbio automático por não necessitar
de trocas de marchas manuais; inicialmente equipou os veículos DAF
holandeses, popularizando o conceito mundo afora.
Basicamente pode ser assim definida: de
acordo com a aceleração, um sistema centrífugo acoplado a polias
cônicas, de larguras variáveis, altera a largura das duas polias
(primária esecundária) simultaneamente. A medida em que as laterais de
uma polia se afastam, acorreia aprofunda-se em seu sulco; com as
laterais mais próximas, a correia desliza superficialmente, com
movimentos contínuos e opostos, alterando a relação de transmissão,
chamado de relação infinita.Quando os discos estão separados ao máximo,
as correias descrevem uma pequena circunferência perto do centro da
polia. À medida que diminui a separação entre os discos, a correia
descreve uma circunferência maior, esta ação é realizada em função dos
pesos centrífugos. Com esse movimento, as polias variam o diâmetro de
atuação da correia,alterando a relação de transmissão, resultando em
infinitas combinações a partir dos diâmetros pré-estabelecidos pelo
conjunto das polias.
De acordo com a aceleração imposta pelo
condutor, um sistema hidropneumático comanda a largura das duas polias,
ajustando a relação de transmissão para as exigências do usuário.
Numa velocidade elevada, em estrada por
exemplo, reduzirá a separação entre os discos da polia primária,
aumentando a circunferência descrita pela correia, o que equivale a uma
marcha alta. Com auxílio pneumático, corrige-se a ação dos contrapesos
centrífugos,modificando sua atuação ou simplesmente interrompendo-a.
Seu grande problema era a baixa
confiabilidade das correias, hoje com o auxílio da NASA, desenvolveu-se
uma correia metálica, reforçada com anéis de aço de alta resistência,
proporcionou a resistência que faltava, permitindo sua aplicação em
veículos de qualquer potência.
Várias
montadoras apostam no sucesso da transmissãocontinuamente variável.
FORD, FIAT, NISSAN e AUDI já oferecem modelos com esta opção de
transmissão; dos compactos aos médios existem opções de compra no
velhocontinente. Um destaque merecido deve ser dado aomodelo AUDI A 6,
com motorização V6 e mais de 190 cv, desponta na categoria dos sedans de
alto luxo, incorporando esta opção de transmissão consegue acelerar
mais rápido do que o modelo eqüivalente com transmissão manual/mecânica.
Batizada de MULTITRONIC CVT e utilizando
uma nova tecnologia construtiva nas correias - elos chatos de placa - ,
parece ter proporcionado a tão sonhada confiabilidade ao produto. É
esperar para ver!
Câmbio automático -
assim como no câmbio mecânico, o propósito é o mesmo, criar as mais
diversas possibilidades para adequar a força produzida pelo motor às
exigências do condutor,com a vantagem de fazer isto de forma automática e
sempre no melhor momento. Sua maior desvantagem é o fato de consumir
mais do que o mesmo veículo com câmbio convencional, devido as perdas
hidráulicas, pois parte da potência (de 5 a 10 %) do motor é desviada
para mover o sistema hidráulico do câmbio e do conversor de torque.
O conversor de torque faz o papel da
embreagem, um dosador da passagem do torque produzido no motor aos
mecanismos e válvulas internas do câmbio automático (como se o condutor
estivesse soltando a embreagem lentamente). Nos veículos mais modernos,
com o auxílio da eletrônica embarcada, é possível bloquear o conversor
de torque já a partir da segunda marcha engrenada (sua utilização é
primordialmente no momento da saída) e repassar o torque produzido pelo
motor de forma eletro-mecânica.
Suspensão
A suspensão do carro é
constituída por um conjunto de peças, mas, em geral, acostuma-se
designar por esse nome apenas as molas e amortecedores.
A rigor, entretanto, são todos os
elementos que permitem ao veículo transitar por estradas ruins e reduzir
todo o balanço que daí resultaria, de maneira que o seu interior se
torne agradável para os seus passageiros, e conveniente para o
transporte de carga.Assim sendo, a suspensão seria constituída pelos
pneus e estofamento contribuem pouco para a suspensão e, além disso, as
suas funções são outras, reservamos a denominação de suspensão para as
molas e amortecedores.
As asperezas da estrada são absorvidas
pelos pneumáticos. Por mais perfeita que seja uma estrada, asperezas de
um centímetro são inevitáveis. Os pneus absorvem completamente estas
irregularidades, e as molas nem chegam a senti-las. Quando as
irregularidades do terreno são maiores, passam a trabalhar as molas e
amortecedores.
As molas e amortecedores são montados
sobre as rodas, as quais balançam mais que a carroçaria. As rodas e os
seus eixos são muito mais leves do que a carroçaria, o motor, etc.,e,
nessas condições, a carroçaria já, por si própria, oscila muito menos do
que as rodas. Só pela diferença de peso já se tem, portanto, um bom
amortecimento das oscilações na carroçaria.
MOLAS E AMORTECEDORES
Antes de mais nada, vamos entender bem o
funcionamento das molas e amortecedores,porque isto sempre traz alguma
confusão entre os que iniciam na mecânica de automóveis.
A mola serve para transformar as
irregularidades do terreno em oscilações. Quando o veículo passa por um
buraco, a sua carroçaria oscila. Se não houvesse molas, a carroçaria
também cairia com um tranco, no buraco. As molas servem, então, para
criar as oscilações.
Os amortecedores têm por função
amortecer as oscilações. Ele fazem com que as molas voltem rapidamente a
sua posição anterior.S em os amortecedores, a carroçaria ficaria
oscilando muito tempo. Com o amortecedor, ela oscila pouco e retorna
logo a sua posição.Os dois - mola e amortecedor - são ligados aos mesmos
lugares, pois como já se disse, a função do amortecedor é reduzir as
oscilações da mola.
CARACTERÍSTICAS
Apesar de existirem vários tipos de
molas, como já se irá mostrar, todos eles, entretanto,executam a mesma
função. Por isso, de certa maneira, suas características são
semelhantes.O aço de que elas são fabricadas deve ser bastante flexível e
resistente, para que elaspossam ser flexionadas e resistir
suficientemente aos esforços que surgem. Tecnicamente sediz que o aço de
baixa resiliência, logo ele ficaria deformado, não voltaria à sua
antiga forma e deixaria de funcionar como mola.
A mola exerce outra função, além de
fazer o veículo oscilar, quando passa em buracos. Ela deve também manter
as rodas alinhadas em relação ao chassi ou carroçaria.Se o aço das
molas não for bom e ela, por causa disso, se entortar um pouco, as rodas
poderão sair do alinhamento. E se isso acontecer, seguramente as
condições para se dirigir o veículo ficarão bem ruins. O veículo deixará
de ter segurança. Pelo fato de o aço da mola ter boa resiliência,
sempre o eixo dianteiro mexerá um pouco, isto é, poderá sair da sua
posição,mas logo voltará a ela. Isso não tem grande influência no
alinhamento, contanto que não sejam ultrapassados certos limites.
O eixo traseiro também não deve sair do
seu alinhamento, pois isso vai trazer esforços sobrea transmissão,
juntas, cardã, etc. Melhor dizendo, os eixos podem sair de sua
posição,contanto que não ultrapassem certos limites.A todos esses
esforços longitudinais e transversais as molas deverão ser capazes de
resistir.
SUSPENSÃO INDEPENDENTE
Temos considerado sempre, em nossos
estudos, as duas rodas de um eixo presas a ele etudo funcionando como
uma única unidade. Durante muitos anos este foi o sistema utilizado,
herança que era do sistema empregado nas carroçarias e de onde nasceram,
evidentemente,os primeiros automóveis.
Com a necessidade crescente de melhorar o
conforto dos passageiros e da carga transportada, foram sendo
procuradas outras soluções, sendo hoje bastante usada a suspensão
independente, principalmente a dianteira. Na suspensão traseira, isso
nem sempre acontece. Mostra-se o que acontece com os dois tipos de
suspensão: de eixo rígido e de rodas independentes.
Na suspensão de eixo rígido, o eixo atravessa a carroçaria de ponta a ponta e se prende às rodas.
Na suspensão dianteira, tem-se um
suporte central. De cada lado do suporte se prendem dois braços, que são
articulados no suporte e nas rodas.Quando o veículo trafega em estrada
plana, o comportamento dos dois tipos de suspensão éo mesmo. Porém,
quando deve vencer um obstáculo, a suspensão independente tem um
comportamento superior. Apenas a roda se desloca, permanecendo a
carroçaria na sua posição. Ao deslocar-se, roda permanece sempre
paralela a si mesma e, por isso, não altera ofuncionamento dos outros
elementos de suspensão a direção.
Praticamente, todos os veículos modernos
têm suspensão dianteira independente. As vibrações de uma roda não
passam para outra, a carroçaria joga menos, as rodas permanecem mais em
contato com o solo. Resulta daí que o veículo se torna mais confortável e
mais seguro.
Amortecedor
Quando o veículo
passa por obstáculo, as molas têm a função de evitar os trancos,
transformando-os em oscilações suaves da carroçaria, onde se encontram
os passageiros ou a carga. Porém, as oscilações, na maioria das vezes,
são maiores que a amplitude dos trancos. Além de se tornarem incômodas,
passam a ser um meio de insegurança do veículo.
Os amortecedores têm por função reduzir a
um mínimo possível essas oscilações, de maneira que os passageiros não
tenham sensação de desconforto e que as molas retornemrapidamente a sua
posição normal de trabalho. Todos os veículos possuem amortecedores
funcionando pelo princípio hidráulico. Antigamente, havia também
amortecedores que funcionavam por um sistema de fricção, mas não se usam
mais, hoje em dia.
O efeito de amortecimento é obtido
fazendo-se o fluido hidráulico, que existe no interior do amortecedor e
que é um óleo especial, passar por uns orifícios. Esses orifícios têm
tamanho controlado, de maneira tal que o óleo encontra dificuldade para
passar por eles. Esta dificuldade se transforma em controle sobre as
oscilações das molas.
VERIFICAÇÃO DE UM AMORTECEDOR
A comparação entre um amortecedor usado e
um novo pode dar uma impressão falsa, porque um novo é sempre mais
duro. Para testar rigorosamente um amortecedor, o serviço deve ser feito
com uma máquina especial, que, entretanto, é muito cara. A apreciação
manual pode prestar várias informações úteis.
Se o amortecedor apresentar qualquer dos
defeitos seguintes, deverá ser substituído:- haste do pistão empenada;-
fixação (olho) desgastada;- vazamento na vedação;- corpo amassado.
Para verificação do seu estado interno, faz-se a prova manual da seguinte maneira:
Segura-se o amortecedor verticalmente,
com um eixo através do seu olho inferior e um tubo fixo no olho
superior. Deve-se movimentá-lo 8 ou 10 vezes, para cima e para baixo, em
todo seu percurso. A resistência deverá ser constante.
Eletricidade
A Matéria
Uma pergunta que sempre preocupou o
homem foi a seguinte: Como se constitui a matéria? E em busca desta
resposta vem o homem até hoje fazendo descobertas sucessivas, cujas
aplicações na nossa vida têm sido de grande aproveitamento.
As tentativas para responder essa
pergunta começaram a ser feitas vários séculos antes de Cristo, se bem
que naquele tempo poucas conquistas tecnológicas tenham sido alcançadas.
Entretanto, há trezentos anos atrás, alargaram-se as pesquisas no campo
tecnológico e cientifico, para no último, século, verificar-se as
enormes aplicações desses estudos, na vida moderna.
Após a Segunda Guerra Mundial, houve um
explosão no desenvolvimento tecnológico e hoje dificilmente passa um dia
sem que um novo acervo tenha sido integrado à vida moderna.
Os primeiros a se preocuparem com a
resposta àquela pergunta - como se constitui a matéria? - foram alguns
filósofos gregos que viveram séculos antes de Cristo. Esses filósofos
tinham a preocupação de responder a pergunta em termos de especulação,
de pura filosofia mesmo. Não tinham a preocupação de, a partir da
resposta, construir um mundo cientifico, como é o nosso hoje. As suas
dúvidas constituíram fundamentalmente no seguinte tipo de raciocínio: se
eu tomarum bastão de madeira e dividi-lo ao meio, ficarei com dois
pedaços, menores que o original. Até aí nada de especial. Porém, eles
continuavam o raciocínio: se novamente tomar uma metade dos bastão e
dividi-la ao meio, ficarei com dois pedaços, menores ainda, e assim
sucessivamente. O aluno já percebeu o que se pretendia, desenvolvendo
esse tipo de pensamento. Pois bem: surgiram daí as primeiras idéias
sobre a constituição da matéria. Perguntava-se, então: Até que ponto é
possível dividir ao meio o bastão de madeira? Inicialmente, um obstáculo
surgia, que era a dificuldade em dividir ao meio um pedaço que já fosse
muito pequeno. Mas para os filósofos, ou para qualquer um que se
preocupe em saber como se constitui a matéria, não deve ser obstáculo
uma simples dificuldade material. Podemos continuar com o raciocínio,
teoricamente, e sempre imaginar a divisão ao meio. Até onde podemos
dividir?
A conclusão a que se chegou, naquele
tempo, e que de certa maneira até hoje aceitamos, é ade que poderíamos
dividir até certo ponto. Chegaríamos então a uma determinada partícula,
um determinado pedacinho de madeira, que não poderia mais ser dividido
ao meio. Seria este a menor parte da matéria, o elemento constituinte da
matéria. Todos as substâncias seriam constituídas por agrupamento
dessas partículas. Conforme o agrupamento, resultariam as substâncias ou
suas formas.
Havia, naquele tempo, também, alguns
filósofos que contestavam essas afirmativas. Para eles, poderíamos ir
dividindo sempre a matéria e nunca chegaríamos ao fim. Isso já era mais
difícil de aceitar. De fato, foge um pouco à nossa capacidade de
compreensão a idéia de que a matéria seja formada por coisas que, no
fundo, não existiriam, porque nunca se poderia chegar até elas.
Conforme o aluno pode sentir, a
preocupação era meramente de ordem filosófica, semc onseqüência técnica
ou cientifica alguma. Realmente, nenhuma das duas teorias resultou em
algum aparelho ou dispositivo que facilitasse a vida do homem. Hoje em
dia, o homem continua ainda procurando a resposta. Não se chegou a
nenhuma resposta definitiva. Ora a resposta mais adequada parece ser a
de que toda substância se constitui de uma porção de partículas, todas
justapostas entre si; ora a resposta mais do que determinado quantidade
de energia que, reunida se comporta como um conjunto único, com as
características de matéria, como a conhecemos.
Conforme o tipo de fenômeno que se
estuda, uma ou outra solução é a que melhor se adapta. Futuramente,
encontrarmos uma resposta que atenda às duas hipófises, através da mesma
explicação. Para a eletricidade, a teoria que melhor explica é a de que
a matéria é formada por várias partículas justapostas entre si; essas
partículas são chamadas de moléculas.
As moléculas, portanto são as menores
partículas de que se constituem a substâncias. Por exemplo: Sal, a água,
o ar são formados por moléculas. Tomamos três exemplos diferentes entre
si: um é de uma matéria solida, outro de matéria líquida, outro de
matéria gasosa. Os exemplos foram tomados de forma proposital, para
mostrar que, independente do estado da matéria, ela é sempre constituída
por moléculas. Entretanto, a moléculas de sal, e esta, por sua vez, é
diferente das moléculas de ar. Podemos, portanto, dizer que toda
substância é formada por moléculas, se bem que diferentes entre si.
A Eletricidade
A comparação que acabamos de fazer já
não pode, entretanto, ser feita em termos de carga elétrica. O elétron
praticamente não tem massa, quando comparado a um núcleo, porém a carga
elétrica do elétron é igual a do próton. Melhor explicando, a
eletricidade que os elétrons carregam é igual a dos prótons; a diferença
está em que os prótons carregam eletricidade positiva, enquanto os
elétrons, eletricidade negativa.
De maneira mais correta, dizemos que os
elétrons têm carga elétrica negativa, enquanto osprótons têm carga
elétrica positiva. Dizemos, também, que eles têm cargas de sinais
opostos.
As cargas elétricas de nomes opostos se
atraem. Se colocássemos um elétron próximo deum próton, os dois atraiam,
um para o outro. Como, entretanto, o próton é mais pesado, ele quase
não sai do lugar; o elétron é que caminha ao seu encontro. Quando os
dois se encontrarem, um irá neutralizar a carga do outro; resultará
portanto, uma partícula sem carga; é o neutron. É essa força de atração
que mantém os elétrons girando em torno do núcleo. Se por acaso o
elétron parasse de girar, ele seria atraído para o núcleo, contra o qual
se chocaria.
Quando se estuda a eletricidade, são os
elétrons que mais interessam. O núcleo não tem muita importância. Mesmo
assim, não são todos os elétrons que interessam. Há alguns elétrons que
estão fortemente presos ao núcleo: são os que giram bem próximo a ele.
Porém, outros elétrons, que giram mais
afastados, não estão assim tão preso ao núcleo. Às vezes, estes escapam
de um átomo e pulam para outro átomo vizinho. São chamados, porisso, de
elétrons livres. Estes elétrons são os que interessam para a
eletricidade. Quando os elétrons livres passam de um átomo para outro,
temos uma corrente de elétrons. É a própria corrente elétrica. Pode-se
até fazer uma comparação entre a corrente elétrica e uma correnteza de
água, tal comparação não pode ser levada muito longe, porque são coisas
completamente diferentes: uma é resultado do movimento de elétrons
livres, outra é resultado do movimento de moléculas de água. Aliás,
voltaremos a esse exemplo, ainda, quando formos estudar melhora corrente
elétrica e a chamada "lei de Ohm".
Condutores e Isolantes
Todas as substâncias são formadas por
átomos. Assim sendo, o aluno poderia perguntar porque razão todas elas
não são condutoras de eletricidade. É que, apesar de todas as
substâncias serem formadas por átomos, nem todas possuem aqueles átomos
adequados. Daí surge a pergunta: e quais são os átomos adequados? Em
resposta, são aqueles que possuem elétrons livres. Aqui é que está a
grande diferença. Em algumas substâncias, mesmo os últimos elétrons
estão fortemente presos a uma órbita, de tal maneira que não conseguem
passar de um átomo para outro. Estas substâncias são, por isso,
consideradas materiais isolantes, isto é, não permitem a passagem de
eletricidade. Entretanto, aqueles materiais que possuem o (ou os)
elétron mais externo fracamente preso na sua trajetória são bons condutores
de eletricidade, porque o elétron tem a possibilidadede escapar de um
átomo e pular para outro vizinho. Estão nesse caso, os materiais em
geral. São bons condutores de eletricidade, por exemplo:cobre, ferro,
prata, alumínio, etc... Uns são melhores condutores do que outros; é o
caso do cobre, que é melhor condutor que o ferro, embora os dois sejam
condutores.O mesmo ocorre com as substâncias isolantes:
umas são melhores que as outras. São bons isolantes elétricos as
seguintes substâncias: vidro, cerâmica, plástico, papel, borracha, etc.
Na verdade, não podemos fazer uma
divisão das substância em duas partes: aquelas que são condutores e
aquelas que não são. Existe uma variação completa de umas para outras.
Gradativamente, existe uma substância que é sempre pior condutora do que
a outra. Isso segue uma escala, até chegar a substância que não são tão
boas condutoras. Mesmo as substâncias conhecidas como mais isolantes,
em certas condições deixam passar um pouco de eletricidade.
Entre os chamados bom condutores e os
chamados maus condutores, existe um conjunto de substâncias que não são
nem condutores e nem isolantes. São os chamados semicondutores.
Encontram larga aplicação, hoje em dia, na eletrônica moderna,
poisservem de base para a fabricação de transistores e diodos. Pertencem
a este grupo as seguintes substâncias: silício, germânio, selênio e
outros compostos.
Costumamos, pois, classificar as substância em três classes: condutoras, semicondutoras e isolantes.
Conforme dissemos não existem apenas três grupos de substâncias, mas
sim substâncias que gradativamente são melhores ou piores que outras.
Entretanto, por comodidade de classificação é que se faz a divisão
acima.
Fusíveis
Quase
todos os veículos possuem fusíveis. Os fusíveis são pequenas peças que
se destinam a proteger os circuitos elétricos. Consiste deu m pequeno
tubo dentro do qual existe uma pequena placa, geralmente fabricada de
chumbo. Ele é instalado no próprio circuito que se quer proteger. Por
exemplo, digamos que queremos proteger o circuito da lanterna traseira
de um carro. A bateria tem um dos pólos ligados à carroçaria e do outro
pólo sai um fio que vai até a frente do veículo, local onde, geralmente,
ficam os fusíveis (cada circuito tem um). Daí, retorna outro fio, que
vai até a lanterna traseira, e finalmente da lanterna sai outro fio, que
é ligado à carroçaria, fechando, pois, o circuito.
Na verdade, o fusível é uma peça
pequena, com apenas um ou dois centímetros de comprimento. Se, por um
motivo qualquer, um dos fios descascar, haverá perigo de ele encostar na
carroçaria; se isso ocorrer, os elétrons, em vez de seguir para a
lanterna, irão preferir este novo caminho, porque é menor a resistência
por aí. Entretanto, a resistência é tão pequena que a corrente fica
altíssima, resultando daí um superaquecimento do fio; algumas vezes,
chega ao ponto de derreter completamente o plástico ou até mesmo
incendiá-lo. Quando isso ocorrer, todo o veículo correrá perigo de
incêndio. Aí é que entra em ação o fusível.
Se a corrente fica muito alta, antes de
derreter o plástico ou trazer qualquer dano ao veículo, a pequena placa
que existe no interior do fusível derreterá e interromperá o caminho da
corrente elétrica.
Muitas vezes o fusível derrete, porque
houve um curto-circuito momentâneo ou um defeito qualquer. Basta então
substituí-lo, para que tudo volte ao normal. Outras vezes, porém, mesmo
substituindo o fusível, persiste o defeito e o novo fusível também
derrete. Nesses casos, não basta apenas substituir o fusível. Deverá ser
procurada a causa e eliminada diretamente, sem o quê nunca se
conseguirá sanar a dificuldade. Muitas vezes, os defeitos nos fios são
tão generalizados que é necessária uma troca completa de toda a
instalação elétrica.
Os instrumentos de medida básicos
Para se efetuar os testes elétricos num veículo são os seguintes:
Voltímetro - medidor de tensão ou voltagem.
Amperímetro - medidor de corrente elétrica.
Ohmímetro - medidor de resistência
elétrica (resistência do elemento condutor.Em geral, o eletricista
utiliza um conjunto dotado de amperímetro e voltímetro aplicáveis aos
testes de condução de corrente (ligação do circuito) e de tensão de
alimentação.
Motor de Partida
Na
lição anterior, já estudamos os princípios básicos de eletricidade e
magnetismo, os quais iremos aplicar agora. É basicamente natural que o
aluno tenha encontrado alguma dificuldade para compreender todos eles,
como é o caso de muitos outros. Entretanto, agora é uma boa
oportunidadepara recapitular a lição anterior.
Lembre-se de que, basicamente os
princípios de funcionamento de um motor são os mesmos que os de um
gerador. Há muito pouca diferença em motor e gerador. A construção é
semelhante, porém o funcionamento é diferente.
Enquanto o motor recebe energia da
bateria e a transforma em energia mecânica para acionar o motor, o
gerador recebe energia mecânica do motor e a transforma em energia
elétrica, que fornece à bateria.Teoricamente, um motor pode
transforma-se em um gerador. Na prática, isso nem sempre é possível,
porque alguns detalhes construtivos podem impedir. Mas existem algumas
máquinas que já são fabricadas propositalmente para servirem de motores
ou geradores. Obs: Em corrente alternada, isso não acontece.
Finalidade do motor de partida
O motor de partida serve para colocar o motor em movimento; é um elemento auxiliar deste.
Princípios básicos do motor
Como você deve estar lembrado, sempre
que dois campos magnéticos estão próximos um do outro, há uma atração ou
repulsão entre eles. Se um fio de cobre se encontra no interior deum
campo magnético, nada acontece com ele, até que se faça passar um
corrente elétrica. Quando passar a corrente elétrica, irá formar-se um
campo magnético formado por ela. Esse campo magnético vai agir com o
outro campo magnético que já existia e, como resultado, o fio de cobre
irá agora deslocar-se.Ele irá deslocar-se pela direita, até uma posição
que os dois campos magnéticos fiquem afastados entre si e já não
consigam criar uma força suficientemente forte para continuar o
movimento do fio. Não é possível aproveitar sempre a ação dos dois
campos. Aproveita-se durante algum tempo; a seguir eles se tornam fracos
e de aproveitamento inadequado.
Dispositivo de engrenamento
O dispositivo de engrenamento é um
conjunto de peças que fica sobre o prolongamento do eixo do induzido,
cuja função é transmitir o movimento do eixo do induzido para o motor do
veículo, fazendo-o girar.
A transmissão do movimento é realmente
feita pelo pinhão, que se engrena com a coroa do volante, como já vimos.
Porém, esse engrenamento tem algumas características especiais ou,
digamos, dificuldades, que obrigam uma construção especial do
dispositivo de engrenamento.
A dificuldade principal é que
normalmente o pinhão deve ficar desligado da coroa e só se dar o
engrenamento durante a partida. Tão logo o motor "pegue", o pinhão deve
novamente desligar-se da coroa, para evitar que o motor do veículo
arraste o motor de partida a uma rotação muito elevada para ele, que,
como já vimos, poderia até danifica-lo.
São vários os sistemas que foram empregados com essa finalidade, destacamos: "O Sistema Bendix".
SISTEMA "BENDIX": Tem
esse nome porque foi inventado e patenteado pela firma americana Bendix
Corporation. É também conhecido pelo nome de engrenamento por inércia,
porque é feito aproveitando a inércia do pinhão. Inércia (tendência que
tem um corpo para manter o seu movimento). Se um corpo está parado, é
preciso que apliquemos uma força sobre ele, para que entre em
movimento.Se o corpo está em movimento, é preciso que apliquemos uma
força sobre ele, para para-lo. Como exemplo, temos o seguinte: se um
carro, está parado, precisamos que o seu motor faça força; para tira-lo
do lugar. Se o carro está em movimento, é preciso uma força para que ele
pare. Essa força é obtida pisando no freio do carro ou deixando o
próprio ar brecar o veículo, mas sempre alguma força é necessária que se
aplique.
O sistema "Bendix" aproveita a inércia
do pinhão. Ele é constituído por um eixo que tem aforma de um parafuso e
sobre este parafuso pode correr o pinhão, como se fosse a sua porca. O
pinhão possui por dentro uma rosca igual a do eixo. Nessas condições,
podemos girar o pinhão sobre o eixo, como se fosse a rosca de um
parafuso.
Agora, imagine o aluno uma situação um
pouco diferente: Suponhamos que se gire rapidamente o eixo. Que acontece
com o pinhão? Inicialmente, a sua tendência é ficar parado e não girar,
por causa da sua inércia.Como a sua rosca interna é bem folgada, isso
realmente acontece. Porém, por causa da rosca, ele é empurrado para um
dos lados. Se o eixo girar o pinhão irá deslocar-se para a direita. O
seu movimento continua até ele encostar numa arruela que se encontra no
fim do eixo, que se denomina batente. Ao chegar aí, porém, não podendo
mais continuar seu movimento, é obrigado a girar junto com o eixo.A
gora, o pinhão esta engrenado e ao mesmo tempo preso ao eixo. Em
conseqüência, o movimento do eixo será transmitido a coroa do volante,
obrigando-a a girar. Porém, no instante em que pinhão encosta no batente
e é obrigado a girar a coroa, ele leva um violento tranco.Para evitar
que esse tranco seja transmitido ao motor de partida, o eixo deste é
ligado ao eixo do sistema "Bendix" por uma mola em espiral bastante
forte. O tranco fica então amortecido e a partida menos violenta.
O motor de partida faz girar o seu eixo,
o qual se liga ao eixo rosqueado do "Bendix", por meio de uma forte
mola espiral (mola do "Bendix"). Portanto, o eixo do induzido não é o
eixo do "Bendix". São separados, mas ligados pela mola do "Bendix". Esta
mola se prende ao sparafusos 1 e 2 . Quando o eixo do induzido gira,
obriga o eixo do "Bendix" a girar, também. Porém, graças a coroa, o
tranco não é transmitido ao motor de partida. A mola funciona como uma
junta elástica.Depois que o motor "pegou", este passa a girar mais
depressa do que o motor de partida. Por conseguinte, o pinhão gira mais
depressa disso, o pinhão agora se desloca para a esquerda, desligando-se
da coroa do volante.
Recapitulando, temos:
1- Ligando-se a chave de partida, o motor de partida gira.
2- Pela inércia, o pinhão é jogado para a frente, até engrenar com a coroa do volante.
3- Nesse instante, há um tranco, que é atenuado pela mola do Bendix.
4- O motor de partida faz girar o motor do veículo, até este "pegar".
5- Depois que "pegou" ele gira mais depressa que o motor de partida.
6- O pinhão é então jogado de volta para a sua posição inicial.
O sistema "Bendix", pela sua
simplicidade e bom funcionamento, tem sido um dos mais utilizados no
mundo inteiro, a tal ponto que as próprias peças receberam o nome do
fabricante. Ainda hoje é comum encontrar-se mecânicos que chamam o
pinhão do motor de partida de "Bendix". Mesmo em outros sistemas o nome
"Bendix" permaneceu.
1 comentários:
Muito legal a postagem, mesmo!!! Eu sou muito fã de mecânica! As pessoas tem preconceitos, mas eu acho irado! Para você ter uma ideia, eu mesma faço a troca de óleo do meu carro! Tenho um macaco grande em casa e eu mesma faço.. Estranho, ne? rs
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